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25 janeiro 2009

Equipando os Santos 31 - Reciclando velhas idéias

Equipando os Santos
edição n° 31 - Teresina, 25/01/2009


O homem e o meio ambiente


Por Hérika Ribeiro

A relação entre o homem e o meio ambiente pode ser resumida pelas duas leis da termodinâmica. De acordo com a primeira lei da termodinâmica nenhuma forma de energia se cria ou se perde, mas tudo se transforma. E a segunda diz que todo sistema tende a perder energia.


Por que está vivo, o homem necessita constantemente de energia. Impedido de criá-la e incapaz de mantê-la indefinidamente, ele se insere em uma cadeia alimentar, que nada mais é do que uma cadeia energética. Ele se alimenta do boi, que se alimenta do pasto, que produz sua energia a partir da fotossíntese. Isso poderia dar uma falsa impressão de que as plantas seriam capazes de sustentar toda a cadeia por serem auto-suficientes na produção de energia. Nada mais longe da verdade. As plantas também são dependentes de outra fonte: o sol. São o calor e a luz do sol que, em última instância, garantem a permanência da vida na terra.


Isso evidencia o verdadeiro papel do homem no que diz respeito ao meio ambiente. O homem não é o predador-mor, não é o ápice da cadeia evolutiva, mas tão somente um elo em uma corrente. Ou seja, está inserido não em uma relação de dominação e exploração como sempre se pensou, mas de interdependência, na qual é necessário avaliar o uso e a disposição dos recursos, levando em conta não só as nossas necessidades, mas de toda a cadeia.


A noção de que a nossa relação com a natureza é energética pode levar a profundas alterações na mentalidade e, consequentemente, no modo de agir das pessoas. A grande crise do aquecimento global, por exemplo, tornou-se mais aguda devido a escolhas de matrizes energéticas que tinham um apelo econômico imediato. Quando o motor a combustão foi inventado, o óleo vegetal era a opção para a geração de energia. Porém o petróleo era abundante e subutilizado e pareceu então uma boa idéia usá-lo como combustível. Levamos mais de cem anos para perceber que esta foi uma escolha errada.


No entanto, agora mesmo, com o fim da era do petróleo sendo anunciada, é preciso ter muito cuidado, já que a substituição do mesmo pelo chamado biodiesel pode repetir o erro estratégico. A atual demanda de energia pelos motores exigiria uma área plantada absurdamente grande para garantir o seu abastecimento. Corremos o risco de trocar um desastre por outro, simplesmente. Neste caso, trocaríamos o problema da emissão de carbono, resultante da queima dos combustíveis de origem fóssil na atmosfera pelo da substituição de culturas para a produção de alimentos e até mesmo pelo desmatamento de áreas florestais ou a destruição de ecossistemas complexos visando a produção de combustível.


Não é mais possível tomar decisões sem analisar o impacto delas em todo o sistema. Mas a primeira lei da termodinâmica pode ser um alento e uma esperança contra o sinistro significado da segunda. Não podemos criar energia, mas tampouco podemos destruí-la. O uso racional da energia requer a compreensão deste paradigma. E como se diz, sabendo usar, não vai faltar.


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Nesta edição

1. Quatro perguntas matadoras - Apresento simplesmente o melhor artigo que já li em Probe. Sue Bohlin apresenta essas perguntas que ajudarão a pensar criticamente.
2. Só a ciência trata da realidade? - O dr. Ray Bohlin escreve sobre o perigo cada vez mais real de limitarmos nossas possibilidades de conhecimento ao evolucionismo.
3. O aborto - Em tempos de relativismo radical, Reinaldo Azevedo permanece defendendo a razão e a lógica. Neste artigo, publicado originalmente em seu blog, o autor desmonta as falácias dos argumentos pró-aborto.
4. O Homem de Neandertal e o Rei da Criação - Chuck Missler nos apresenta os fatos e as últimas descobertas sobre este "homem das cavernas" que você não viu ou verá na mídia.


Deus abençoe você!
Allan Ribeiro