Por Rick Wade
Introdução
Quem é você afinal? Você tem uma identidade? O que constitui sua identidade? Quem são seus pais? Onde você nasceu? O que você faz para viver?
Os cristãos podem localizar corretamente sua identidade em última instância em Deus que nos criou à Sua imagem. Nós somos Sua criação feita para Seus propósitos e glória. Mas nós somos importantes como indivíduos diante de Deus? Nós somos somente uma pequena parte da massa da humanidade? Ou somos seres individuais únicos com algumas características compartilhadas por todas as pessoas, mas também com um conjunto de características singulares nossas mesmo?
De acordo com a mentalidade que se apossou do mundo ocidental chamada pós-modernismo, você verdadeiramente não tem uma identidade de modo algum. Você não tem nenhuma identidade singular que seja identificável do nascimento à morte; não existe "você" de verdade que permaneça constante por todas as mudanças da vida.
Em um artigo anterior, meu colega, Don Closson, explorou as visões da natureza humana mantidas por teístas, panteístas e naturalistas. Neste artigo eu quero examinar o ponto-de-vista pós-moderno da natureza humana e considerar uma possível direção para uma resposta cristã.
Pós-modernismo: O Fim do Modernismo
O que é pós-modernismo? Geralmente se reconhece que o pós-modernismo não é uma filosofia, como nós tipicamente pensamos
Modernismo é o nome dado a uma maneira de pensar nascida na era do Iluminismo. Era uma perspectiva bastante otimista que se manteve a tona por causa do sucesso das ciências que produziram algumas tecnologias verdadeiramente maravilhosas. Nós poderíamos entender a nós mesmos e ao nosso mundo, e trabalhando juntos poderíamos consertar o que estava errado na natureza e na vida humana.
Infelizmente as galinhas voltaram ao galinheiro para pernoitar; nós descobrimos que nosso otimismo estava mal orientado. Nós obviamente não havíamos resolvido todos os nossos problemas, e quanto mais aprendemos, mais percebemos o quão pouco sabemos. A razão não correspondeu à sua reputação do Iluminismo.
Não somente não fomos capazes de consertar tudo, a tecnologia que temos tem provocado alguns efeitos colaterais terríveis. Por exemplo, a mobilidade, que resultou do transporte moderno, nos tirou de comunidades estáveis que proviam padrões de conduta, proteção e um senso de continuidade entre a casa, o trabalho e outras atividades da vida de uma pessoa. Além disso, a globalização de nossas vidas, que nos coloca em contato com outras pessoas de muitas origens diferentes, com muitas crenças diferentes e maneiras de viver, e nós podemos ver porque lutamos para manter alguma continuidade em nossas próprias vidas. Nós sentimos que estamos nos tornando quebrados indo por este rumo e que em cada destino encontramos diferentes tipos de valores e expectativas. Como o teólogo Anthony Thiselton diz, a resultante "perda de estabilidade, perda de identidade estável e a perda de confiança em normas ou objetivos globais provoca profunda incerteza, insegurança e ansiedade." {1}. Nós não aceitamos mais palpites de tradição ou de nossos próprios "giroscópios" internos – um conjunto de valores internalizado que orienta nossas vidas. Ao invés disso, nos tornamos "dirigidos-por-outros". Nós recebemos nossas pistas para o viver de outras pessoas que estão supostamente "no saber" e podem nos dizer o que devemos fazer e ser em cada compartimento diferente de nossas vidas. Nós nos descobrimos "ansiosos para nos conformar, ainda que sempre com alguma dúvida sobre a que exatamente devemos nos conformar"{2}. Nós estamos "em casa em todo lugar e em lugar nenhum, capazes de uma intimidade e com resposta superficial a todos"{3}.
Tudo isso produz em nós um senso de estarmos constantemente
Em tudo isso nós parecemos perder nosso senso de identidade. De fato, como veremos, pensadores pós-modernos avant garde dizem que não temos nenhuma identidade.
Questões Básicas: Verdade, Linguagem e Poder
Eu afirmei anteriormente que o pós-modernismo é mais uma descrição dos fracassos do modernismo do que uma filosofia. Um dos problemas-chave que dividem as duas eras é o da verdade. Enquanto o modernismo era bastante otimista sobre a nossa habilidade de conhecer a verdade não somente sobre nós mesmos e sobre nosso mundo, mas também sobre como tornar a vida melhor, o pós-modernismo diz que não podemos realmente conhecer a verdade de maneira alguma. Para mencionar uma maneira pela qual a nossa falta de confiança na razão para fazer a verdade se revelar, considere o quão frequentemente discussões são decididas através de xingamentos ou de um apelo ao sempre pronto "Ora, isso é a sua opinião", como se isso resolvesse o problema, ou até mesmo a força. Como observou um intelectual, "O debate se transformou em retórica. A retórica então veio a se confiar na força, na sedução ou na manipulação"{5}.
Já que não podemos realmente conhecer a verdade – se há alguma verdade a ser conhecida – não podemos responder a perguntas sobre a realidade em última instância. Não existe nenhuma "história", como é chamada, que explique tudo. Então, por exemplo, a mensagem da Bíblia não pode ser tomada como verdade porque ela pretende dar respostas finais para a natureza de Deus, do homem e do mundo. No jargão do pós-modernismo, trata-se de uma metanarrativa, uma história que cobre todas as histórias. Qualquer metanarrativa é rejeitada completamente. Nós simplesmente não podemos ter este tipo de conhecimento de acordo com os pós-modernistas {6}.
Um de nossos problemas básicos em conhecer a verdade é o problema da linguagem. O conhecimento é mediado pela linguagem, mas os pós-modernistas crêem que a linguagem não pode se relacionar adequadamente com a verdade. Por quê? Por que há uma disjunção entre nossas palavras e as realidades que elas pretendem refletir. As palavras não representam com precisão a realidade objetiva. O que nós fazemos com as palavras não é refletir a realidade, mas criá-la. Isso é chamado de construtivismo {7}, o poder de construir a realidade com nossas palavras.
O que isso significa para a natureza humana em particular é que nós não podemos verdadeiramente fazer declarações universais a respeito dos seres humanos. Nós não podemos saber se há tal coisa como uma natureza humana. Aqueles que se apegam ao construtivismo dizem que não há uma natureza humana per se; nós somos o que dizemos que somos.
Há um segundo problema com a linguagem. Os pós-modernistas são muito sensíveis ao que eles chamam de vontade-de-poder. As pessoas exercitam poder e controle sobre as outras, e a linguagem é uma ferramenta usada para fazer isso {8}. Por exemplo, nós definimos papeis para as pessoas, nós fazemos alegações sobre Deus e o que Ele requer de nós, e assim por diante. Ao fazermos isso, nós definimos expectativas e limites. Assim, com nossas palavras nós controlamos as pessoas.
Como resultado dessa idéia sobre a linguagem e o seu poder de controlar, os pós-modernistas são quase desconfiados por definição. O que as pessoas dizem e ainda mais o que elas escrevem é suspeito de ser uma ferramenta de controle sobre os outros.
O que isso significa para a natureza humana? Significa que se tentamos definir a natureza humana, somos vistos como tentando exercer controle sobre as pessoas. Como uma pessoa disse, fazer de uma pessoa um sujeito – um tópico de estudo e análise – é sujeitar essa pessoa; em outras palavras, colocá-la em uma caixa e definir os seus limites.
Assim, a natureza humana não pode ser definida, então, para todos os efeitos práticos, não existe uma natureza humana. Há mais, no entanto. Não somente não existe uma natureza humana no sentido geral, mas tampouco existem eus individuais também.
O Pós-Modernismo e o Eu
Vamos examinar mais detidamente a visão pós-modernista do eu.
O escritor Walter Truett Anderson fornece quatro termos que os pós-modernistas usam para falar do eu que tocam nas questões da mudança e das identidades múltiplas. O primeiro é multifrenia. Isto se refere às muitas vozes diferentes em nossa cultura nos dizendo quem somos e o que somos. Como Kenneth Gergen, um professor de psicologia diz, "Para tudo o que 'sabemos ser verdade' sobre nós mesmos, outras vozes interiores respondem com dúvida e até mesmo escárnio" {9}. Nossas vidas são multi-dimensionais. Os muitos relacionamentos que mantemos em nossas vidas nos puxam para diferentes direções. Nós encenamos "uma variedade tal de papéis que o próprio conceito de um 'eu autêntico', com características conhecíveis, some de vista" {10}. E esses papéis não precisam se sobrepor ou ser congruentes de qualquer maneira significativa. Como Anderson diz, "No mundo pós-moderno, você simplesmente não consegue ser um único e consistente alguém"{11}.
O segundo termo usado é proteano. O eu proteano é capaz de mudar constantemente para se adaptar às circunstâncias atuais. "Isso pode incluir mudança de opinião política e comportamento sexual, mudança de idéias e modos de expressá-las, mudança de maneiras de organizar a vida de alguém" {12}. Alguns vêem isso como o processo de encontrar o verdadeiro eu de alguém. Mas outros vêem como uma manifestação da idéia de que não há um verdadeiro e estável eu {13}.
Terceiro, Anderson fala de um eu descentralizado. Este termo concentra-se na crença de que não há um eu de modo algum. O eu é constantemente redefinido, constantemente submetido à mudança. Como ensinou um filósofo, "O sujeito não é o falante da linguagem, mas sua criação" {14}. Deste modo, não há um "eu" permanente. Nós somos o que somos descritos para ser.
O quarto termo de Anderson é eu-em-relação. Este conceito é geralmente encontrado em estudos feministas. Ele significa simplesmente que vivemos nossas vidas não como ilhas em nós mesmos, mas em relação às pessoas e a certos conceitos culturais. Para nos entendermos corretamente, nós devemos entender os contextos de nossas vidas {15}.
Se juntarmos esses quatro termos, teremos a imagem de uma pessoa que não tem centro, mas que é puxada para várias direções e está constantemente mudando e sendo definida externamente pelas várias relações que ele ou ela tem com os outros. Todas essas idéias vão claramente em uma direção diferente do que a tomada pela sociedade moderna. Anteriormente se cria que nosso alvo deveria ser o de atingir a completude, encontrar o eu integrado, juntar todas as partes aparentemente diferentes de nós mesmos em um todo coerente. O pós-modernismo diz não; isso não pode acontecer porque não somos um eu coerente por natureza.
Então não há "eu", nenhuma identidade interior para lutar com todos esses diferentes papéis e determinar qual eu irei aceitar e qual eu não irei e, em última instância, quem eu realmente sou. Como então as mudanças acontecem? Quem decide como eu sou e o que eu sou? De acordo com o pensamento do pós-modernismo, nós somos moldados por forças externas. Nós somos socialmente construídos.
A Vida Socialmente Construída
O que significa ser socialmente construído? Significa simplesmente que os valores da sociedade de alguém, linguagem, arte, entretenimento e tudo aquilo pelo que nós crescemos cercados, define quem nós somos. Nós não temos identidades fixas que sejam separáveis de nosso derredor e que permanecem as mesmas muito embora certas características e circunstâncias possam mudar.
Houve um tempo em que se acreditava eu o que fazemos externamente reflete o que somos por dentro. Mas se não há "dentro", nós devemos confiar naquilo que está fora para nos definir. Nós somos produtos de forças externas sobre as quais nós temos variados níveis de controle. O desconfiado pós-modernista nos enxerga como tendo pouco controle sobre todas as forças que se impõem sobre nós.
Assim, nós somos criados de fora para dentro, ao invés de dentro para fora. Se nas sociedades tradicionais o status de alguém era determinado pelas conquistas, nos tempos pós-modernos o status de alguém é determinado pela moda ou estilo {16}. À medida que os estilos mudam, nós devemos mudar com eles ou ficar com nossa identidade questionada. Uma coisa é se adaptar aos seus pares. Outra coisa bem diferente é acreditar que a identidade verdadeira de alguém está vinculada à moda do dia. Mas esta é a vida no mundo pós-moderno.
Estar vinculado à moda do dia, contudo, significa que não há contexto eterno para nossas vidas. Nós somos "historicamente situados"{17}. Isso significa que nossas vidas podem ser entendidas somente no contexto do momento histórico atual. Tudo que importa é o agora. O que eu era ontem é irrelevante; o que eu serei amanhã está em aberto.
Vamos resumir nossa discussão até aqui. Nos tempos pós-modernos não há confiança em nossa habilidade de conhecer a verdade. Não existe metanarrativa que sirva para definir e dar o contexto a todas as coisas. A mudança é fundamental e as mudanças vêm com freqüência e não há identidades verdadeiras; não existe um eu que seja identificável por toda a minha vida. O que quer que eu seja, eu sou porque eu fui "criado", por assim dizer, por forças externas. Uma das forças mais potentes é a linguagem com sua habilidade de definir e controlar. Minha vida é como uma história ou texto que está sendo escrito e reescrito constantemente. Como eu estou sendo definido é o que eu sou. O que eu sou hoje não significa nada para amanhã. Para me fortalecer, eu devo me encarregar de me definir, ou escrever minha própria história do meu jeito, não permitindo que outros a escrevam para mim.
Mas, para muitos pós-modernistas este não é um exercício individual de modo algum. Eu sou parte de um grupo e espera-se que eu permaneça parte de meu grupo e que seja definido em me manter com o meu grupo. Além disso, ninguém fora do grupo está permitido a participar do processo de definição. Então, por exemplo, homens não têm nada a dizer para mulheres sobre como elas devem agir ou que papéis elas devem desempenhar.
Resultados
A linha de fundo em tudo isso é o que você já sabe. A vida no mundo pós-moderno é de instabilidade. Para citar Thiselton novamente, as perdas de estabilidade e identidade e confiança "provocam profunda incerteza, insegurança e ansiedade... O eu pós-moderno convive diariamente com a fragmentação, com a indeterminação e com intensa desconfiança" de todas as alegações de verdade última ou padrões morais universais. Isto resulta em [indivíduos na] defensiva e "uma preocupação crescente com a auto-proteção, auto-interesse e desejo de poder e a retomada do controle. O eu pós-moderno está assim predisposto a assumir uma postura de prontidão para o conflito" {18}. Nossa fragmentação, nossa falta de "giroscópio" interno para dar direção e equilíbrio, as pressões de pressões externas para se conformar, a falta de continuidade em nossas vidas, trabalham juntos para nos roubar de um senso de quem nós somos, ou que nós somos um alguém singular de modo algum.
Algumas pessoas podem se desesperar com isso. Mas muitos crêem que deveríamos abraçar isso, ao invés de lutar com ele. Se nós não somos felizes com nossa "história" individual, nós devemos reescrevê-la. Nós precisamos simplesmente aceitar nossa multiplicidade interior e projetar uma história que dê conta disso. "Se o sentido é construído na linguagem", diz um escritor, nós devemos aprender a contar "melhor", de maneira mais rica, histórias mais amplas sobre nossas vidas {19}.
Mas se as forças que nos cercam são fortes, como poderemos ficar contra elas? Se nos acharmos resistindo aos outros que tentam nos definir ou estabelecer padrões para nós, indicando que cremos que eles são fortes o bastante para ter uma influência sobre nós, como iremos jamais ser capazes de evitar sermos peões para aqueles que são mais poderosos? Como poderemos evitar sermos tragados para "pense-grupo", onde sempre se espera que nos alinhemos com o resto? O que acontece com a nossa própria individualidade? Não há lugar algum para nossos conjuntos de dons e habilidade, necessidades e desejos, amores e preocupações?
Considere também o potencial para o individual em favor do grupo. E se os padrões ou metas do grupo diminuírem os indivíduos no grupo? Prof. Ed Veith tem falado sobre as similaridades entre esta mentalidade e a do fascismo, com a sua supressão do indivíduo em favor do grupo. Com ou sem perceber isso, os pós-modernistas não estão estabelecendo uma base para fortalecer o oprimido, mas estão "revivendo maneiras de pensar que nos deram a guerra mundial e o holocausto" {20}. Veith cita o escritor David Hirsch, que disse, "Os fornecedores das ideologias pós-modernas devem pensar se é possível reduzir os seres humanos em teoria, sem, ao mesmo tempo, tornar as vidas humanas individuais sem valor na vida real" {21}.
Uma Resposta Cristã
Existe uma resposta em Cristo para os fragmentados e desconfiados "não-eus" do mundo pós-moderno?
Na opinião deste escritos, é simples senso comum que nós somos seres individuais com uma identidade que nós carregamos por todos os nossos anos, a despeito das várias mudanças que experimentamos. "Eu não posso ser responsabilizado pelas coisas que "eu" fiz cinco anos atrás. Acredita-se que o indivíduo trazido ao banco das testemunhas seja o mesmo "eu" que testemunhou acerca dos eventos em particular no passado. Ao trabalhador se faz a promessa de uma pensão quando ele se aposentar com a compreensão de que o aposentado será o mesmo ser que aquele que trabalhou por tantos anos {22}. Além disso, sabemos que teremos um conjunto de habilidades, grandes ou pequenas, que são nossas e que nós podemos usar para o bem ou para o mal. Nós naturalmente nos ressentimos de sermos moldados à imagem de outras pessoas e impedidos de expressar nossa própria natureza verdadeira.
Cristo tem alguma coisa a dizer ao indivíduo pós-moderno que não possa abalar a visão do senso comum de que ele seja a mesma pessoa hoje que ele era ontem? Ou para a pessoa que quer afirmar ou ganhar novamente sua própria identidade e traçar um curso para a vida que ele, como indivíduo pode experimentar e aprender de e dentro da qual desenvolver um eu individual?
Sim, Ele tem. O chamado de Deus em Cristo é para indivíduos dentro da história maior da obra de Deus neste mundo {23}. Em primeiro lugar, tendo sido criado por Ele nós vemos a nós mesmos como alguém que possa receber, como Jeremias, a notícia de que Deus o conhecia desde antes dele nascer. Foi o mesmo Jeremias sendo formado no ventre de sua mãe com quem Deus falou como um adulto (Jr 1.5). Além disso, em Cristo nós nos reconhecemos como indivíduos responsáveis que devem prestar contas de nossas ações sem apontar o dedo da culpa para a "sociedade" (Ap 20.12).
Em Cristo nós podemos reconhecer que somos moldados em grande medida por nosso ambiente e que somos historicamente situados em certa medida. Mas nós não estamos presos. A redenção "promete livramento de todas as correntes de causa-e-efeito de forças que mantêm o eu preso ao seu passado." {24}.
Há mais. Em Cristo a suspeita que marca o homem pós-moderno, que está sempre em guarda contra ser redefinido e controlado por outros, se dissolve em um amor que se dá a si mesmo pelos interesses de Deus e de outros homens {25}. A vontade de poder do homem pós-moderno, que é auto-derrotista, abre espaço para a vontade de amor, que busca edificar, ao invés de controlar {26}. Nós podemos mesmo encontrar coisas em comum com pessoas de outros grupos. A cruz de Cristo em princípio destrói as fronteiras e conflitos entre judeu e grego, homem e mulher, pessoa livre e escravo (Gl 3.28) {27}. Reconhecer nossa situação relativamente histórica deve nos ajudar a entender a importância da igreja local no contexto histórico dentro do qual nossa barreiras são destruídas {28}. Em Cristo, então, temos amor ao invés de conflito, serviço ao invés de poder, confiança ao invés de suspeita {29}.
Em Cristo reconhecemos que algumas vezes a vida parece caótica, que há lugares de escuridão nos quais nos sentimos oprimidos pelas força externas que não se comportam da maneira que achamos que deveriam. Pense nas experiências de Jó e do escritor de Eclesiastes. Mas nós somos chamados para pensar "nas coisas que são de cima" (Cl 3.2), para colocar nossa confiança no "temor do Senhor" (Pv 9.0; Jó 28.28; Ec 12.13) ao invés de se entregar ao desespero ou tentar encontrar uma solução em simplesmente reescrevermos nossa história com nosso próprio conjunto de "realidades" favoritas {30}.
Thiselton enfatiza a importância da ressurreição para o homem pós-moderno. "A ressurreição mantém a promessa de esperança para além das fronteiras da situação histórica do eu pós-moderno em sua difícil condição de aprisionamento." {31}. Além disso, "Promessa acena 'de cima' com convite para o eu pós-moderno descobrir uma identidade reconstituída". Isso "constitui 'uma âncora segura e firme' (Hb 6.19) que recentraliza o eu. Ele confere ao eu uma identidade de valor e provê sentido intencional ao presente". A obra de Cristo promete uma restauração do eu individual que irá "uma vez mais [vir] a portar plenamente a imagem de Deus em Cristo (Hb 1.3; Gn 1.26) como um eu definido por dar e receber, amar e ser amado incondicionalmente." {32}. Como Steven Sandage escreve, "O núcleo absoluto da vida não é a mudança, mas a fé em nosso Deus imutável, 'a âncora da alma' que nos lembra que nós somos estrangeiros sonhando com uma terra melhor" (Hb 6.19; 11.1-16) {33}.
A mensagem de esperança é uma que os homens e mulheres pós-modernos precisam ouvir. Essa mensagem, entregue dois milênios atrás, ainda fala hoje. "A palavra de nosso Deus permanece para sempre" (Is 40.8). Algumas coisas nunca mudam.
Notas
1. Anthony Thiselton, Interpreting God and the Postmodern Self: On Meaning, Manipulation and Promise (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1995), 130.
2. Walter Truett Anderson, The Future of the Self: Inventing the Postmodern Person (New York: Jeremy P. Tarcher/Putnam, 1997), 26.
3. David Reisman, with Nathan Glazer and Reuel Denney, The Lonely Crowd: A Study of the Changing American Character (New Haven: Yale University Press, 1950), 26; quoted in Anderson, 26.
4. Steven J. Sandage, "Power, Knowledge, and the Hermeneutics of Selfhood: Postmodern Wisdom for Christian Therapists," Mars Hill Review 12 (Fall 1998): 66.
6. Gene Edward Veith, Postmodern Times: A Christian Guide to Contemporary Thought and Culture (Wheaton, IL: Crossway Books, 1994), 49. Note Lyotard's brief definition: "Simplifying to the extreme, I define postmodern as incredulity toward metanarratives." Jean-François Lyotard, The Postmodern Condition: A Report on Knowledge, trans., Geoff Bennington and Brian Massumi (Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984), xxiv).
8. For a Christian's recognition of this in his own life, cf. Sandage, 68-69.
9. Kenneth J. Gergen, The Saturated Self: Dilemmas of Identity in Contemporary Life (New York: Basic Books, 1990), 228. Quoted in
10. Gergen quoted in
21. David H. Hirsch, The Deconstruction of Literature: Criticism After Auschwitz (Hanover, NH: Brown University Press, 1991), 165; quoted in Veith, 80.
23. I am greatly indebted to Thiselton for this portion of the discussion. See chaps. 23 and 24.
©1999 Probe Ministries.
About the Author
Rick Wade graduated from Moody Bible Institute with a B.A. in communications (radio broadcasting) in 1986. He graduated cum laude in 1990 from
What is Probe?
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