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11 janeiro 2005

O Que é Aquecimento Global?

Dr. Ray Bohlin, traduzido por Allan Ribeiro

Nos últimos meses, e desde as eleições [americanas] de 2000, temos sido bombardeados com notícias sobre aquecimento global. Infelizmente este assunto tem se tornado altamente polarizado politicamente. Alguns cientistas e políticos crêem que o aquecimento tem sido completamente documentado como tendo sido causado por interferência humana e medidas drásticas são necessárias para colocar a situação sob controle, enquanto outros corajosamente sustentam que nada foi provado e que medidas drásticas iriam arruinar nossa economia sem motivo algum. O que devemos pensar?

Primeiro deixe-me dizer no início deste artigo que eu tenho sido o que alguns chamariam de um ambientalista desde o ensino médio. Eu coopero totalmente com o programa de reciclagem oferecido por minha cidade: coletando todos os jornais, vidros, latas de alumínio e certos plásticos para serem recolhidos semana sim, semana não. Eu não compro pratos ou copos de isopor, já que não podem ser reutilizados e nem são biodegradáveis.

Eu tenho sido há muito tempo um entusiasta da natureza, anteriormente como um ávido observador e alimentador de pássaros. Zoológicos têm sido desde sempre uma atração para mim, mas ainda melhores são as oportunidades de ver as criaturas de Deus em seu habitat natural. Uma caminhada pela floresta é preferível [para mim] a uma pela rua, mesmo sem trânsito.

Eu dirijo um carro pequeno e econômico e, tão logo seja possível para minha família financeiramente, eu pretendo adquirir um desses novos carros movidos tanto à eletricidade quanto à gasolina, os quais rodam cerca de 96 km com um galão [3,8 litros].

Eu penso que a mordomia da criação de Deus é uma coisa boa e eu acho que nós (os humanos, quero dizer) temos geralmente buscado nossas próprias necessidades em prejuízo desnecessário do resto da criação. Então, com isto como pano de fundo, o que eu penso sobre aquecimento global? Temo que a minha posição não satisfará totalmente nenhum dos extremos mencionado antes. Porque eu não penso que o aquecimento global exija as ações drásticas que estão sendo propostas pelas Nações Unidas e Grupo Intergovernamental para Mudanças no Clima [IPCC, na sigla em inglês]. Mas tampouco eu creio que os sinais do aquecimento global podem ser completamente ignorados, como alguns economistas e políticos conservadores querem nos fazer pensar.

Por exemplo, parece que há evidências plausíveis de que o gelo ártico e antártico estão desaparecendo, que a maioria dos glaciáres ao redor do mundo está recuando e que o nível do mar está subindo. A questão mais importante, no entanto, é se o aquecimento global é responsável por esses eventos. E, talvez até mais importante, o que pode ser feito realisticamente a respeito mesmo se o aumento da temperatura global for, mesmo que parcialmente, responsável por essas tendências perturbadoras?

Neste artigo eu estarei examinando as evidências da influência do componente humano no aumento da temperatura e se as soluções propostas pelo IPCC são os melhores meios de efetivamente trazer uma mudança para o futuro.

O Aquecimento Global e o Protocolo de Kyoto

O assunto do aquecimento global tem se tornado um pára-raios [atraindo atenções] em todo o mundo. Quando o presidente Bush indicou recentemente que iria se abster de estabelecer limites para a capacidade das usinas de força dos EUA, grupos de ambientalistas em todo o mundo imediatamente o demonizaram. Uma campanha foi posta em movimento para inundar a Casa Branca com e-mails condenando seu ato.

Para ajudar a entender este assunto, vamos investigar o básico sobre o efeito estufa em nosso planeta e ver porque toda esta agitação. O efeito estufa em nosso planeta simplesmente refere-se à habilidade de alguns gases em nossa atmosfera em absorver e manter calor melhor que outros. Isto cria uma capa aquecedora em torno da terra sem a qual a vida seria muito mais difícil para todas as formas de vida na terra.

É semelhante ao efeito produzido pelas verdadeiras estufas com paredes e teto de vidro. O vidro permite que certos comprimentos de onda de luz e radiação entrem, mas impede certos outros de sair. Deixe o seu carro ao sol, mesmo em um dia agradável e você pode mais tarde entrar no carro e sentir o vapor escaldante. Este é o efeito estufa.

É de grande preocupação hoje o fato de que alguns gases-estufa, como o dióxido de carbono, estão aumentando na atmosfera e a temperatura média da terra ao nível do mar aumentou um grau Fahrenheit desde 1900 (0.5 grau Celsius). Muitos têm se convencido de que o aumento do dióxido de carbono e o aumento na temperatura são causa e efeito respectivamente.
Além disso, muitos crêem que o aumento de dióxido de carbono é devido à queima de combustíveis fósseis. Alguns modelos climáticos globais feitos por computador prevêem que este é apenas o início da elevação das temperaturas globais e que até o fim do século 21, a temperatura média global poderia se elevar até sete graus Fahrenheit (3.5 graus Celsius). Como resultado, a Convenção Estrutural das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, baseada no trabalho do Grupo Intergovernamental para Mudanças no Clima, editou o Protocolo de Kyoto em dezembro de 1997.

Traduzindo em miúdos, o protocolo de Kyoto propõe que todas as nações signatárias reduzam suas emissões de combustível fóssil em pelo menos 5% abaixo dos seus níveis estimados em 1990 até 2010. À maioria das nações na verdade foi determinado fazer reduções de 7 a 8 por cento, inclusive aos Estados Unidos. Isto não parece muito à primeira vista. Contudo, é amplamente reconhecido que com o crescimento da economia dos Estados Unidos desde 1990, isto significaria uma redução real de 30 por cento no uso de combustível fóssil até 2010. Para alcançar uma redução tão drástica seriam necessárias importantes mudanças na política energética dos Estados Unidos e na economia. Seria bom então termos certeza de que isso vale a pena.

A seguir examinaremos a ciência do aquecimento global.

Problemas Científicos com o Aquecimento Global

Agora eu quero discutir alguns dos problemas com as evidências científicas que pretendem mostrar que o dióxido de carbono produzido pelo homem seja responsável pelo aquecimento global [1]. Como eu mencionei antes, níveis de dióxido de carbono estão aumentando na atmosfera e estações terrestres estão mostrando um leve aquecimento neste século. Muitos crêem que o aumento do dióxido de carbono tem causado a ligeira elevação na temperatura, e eles temem que isto seja apenas o modesto começo de elevações de temperatura mais significativas no século 21. Eu creio que há muitas razões para duvidar fortemente dessa conclusão.

Primeiro precisamos considerar a influência de tendências a longo prazo. A última era do gelo acabou cerca de 11.000 anos atrás segundo a maioria das estimativas, e o planeta tem se aquecido desde então. O nível do mar tem subido à taxa de 7 a 8 polegadas (17.78 a 20.32 centímetros) a cada 100 anos. Assim, o fato de que o nível do mar está subindo não é necessariamente devido ao aquecimento global causado pelo homem. Há uma significativa tendência ao aquecimento desde por volta de 900 a.D. até 1300 a.D.. A Groenlândia teve na verdade uma costa verdejante em certa época. A isto se seguiu o que é conhecido como a "Pequena Era do Gelo" entre 1456 a 1850. Estas duas tendências ocorreram sem a influência humana e a atual tendência ao crescimento poderia ser somente uma estabilização desta última Pequena Era do Gelo.

Eu já mencionei que a tendência ao aquecimento foi detectada a partir de bases terrestre. Esta distinção tem que ser feita porque há informações conflitantes de balões atmosféricos e de satélites. O aquecimento mais significativo foi medido nas últimas duas décadas. Contudo a temperatura da atmosfera tem permanecido constante pelos últimos vinte anos.

Como é possível que a temperatura do solo aumente e a temperatura atmosférica permaneça a mesma? Para ser honesto, ninguém sabe com certeza, mas há evidencia de que as temperaturas tomadas no chão estão erradas. Isto poderia se dever ao que é conhecido como o efeito ilha de calor. Já se percebeu que as temperaturas urbanas medidas têm aumentado mais rápido do que as temperaturas rurais. O concreto, asfalto, fábricas, veículos a motor e a densidade demográfica das grandes cidades podem estar influenciando essas leituras e resultando em uma falsa tendência ao aquecimento.

Se a tendência ao aquecimento for real, pode haver outro fator significativo envolvido que não tem nada a ver com a interferência humana: o sol. Medições da atividade solar em termos da duração dos ciclos de manchas solares mostram uma forte correlação com as temperaturas globais nos últimos 100 anos: incluindo a elevação de 1920-1940, a queda entre 1940 e 1980 e a elevação nos últimos vinte anos.

Todas essas informações parecem indicar que o aquecimento global, se existe realmente, não é provável que seja devido à ação humana.

Os Efeitos Econômicos do Protocolo de Kyoto

Saber que o conhecimento [deste fato] é altamente questionável levanta sérias preocupações acerca do Protocolo de Kyoto, o qual pede uma redução de pelo menos 30 por cento no uso de combustíveis fósseis até 2010. Não só esta drástica redução é desnecessária para combater o aquecimento global como os seus efeitos para a economia dos Estados Unidos seriam catastróficos.

Primeiro deixe-me demonstrar que um certo aquecimento não é uma coisa ruim. É largamente reconhecido que um aumento no dióxido de carbono é bom para as plantas. Elas crescem mais rápido e precisam de menos água. Um período de crescimento um pouco maior tampouco é uma coisa negativa. Não é simplesmente factível sugerir que o aquecimento global seja responsável pelo aumento na severidade do clima, incluindo furacões, tornados, enchentes e secas. Tempestades, em particular, não têm demonstrado nenhum aumento em freqüência nem intensidade.

John Christy, professor de ciência atmosférica na Universidade do Alabama e um dos autores líderes do relatório do IPCC, disse, "Os furacões não estão aumentando, tornados não estão aumentando, tempestades e secas não mostram nenhum padrão de aumento ou diminuição.... variações no clima sempre aconteceram, mesmo quando os seres humanos não poderiam ter tido nenhum impacto." [2].

Além dessas observações está a compreensão de que a implementação do Protocolo de Kyoto teria sérias conseqüências econômicas. Nosso próprio U.S. Energy Information Administration [Administração de informação Sobre Energia] (EIA) diz que Kyoto poderia drenar mais de 340 bilhões de dólares por ano da economia americana (1.500 dólares por pessoa), dobrar os preços da eletricidade e fazer com que o preço por galão suba 65 centavos de dólar para a gasolina, 88 centavos para o diesel e 90 centavos para o óleo para aquecimento doméstico. O que é mais significativo a respeito destes aumentos no preço da energia é que eles afetariam mais severamente famílias de baixa-renda. Famílias de classe alta e média podem trocar de recursos para satisfazer os crescentes custos com energia com mais facilidade do que os pobres ou os idosos com renda fixa. Ainda assim, ninguém fala nisto.

O EIA também calcula que o tratado de Kyoto poderia custar 3.2 milhões de empregos aos americanos. Um estudo exaustivo comissionado por uma coalizão de grupos de pequenos empresários concluiu que 1.4 milhões daqueles que perderem o emprego estariam em nossas comunidades de negros ou hispânicos. Uma média da renda anual das famílias nessas comunidades diminuiria entre 2.000 e 3.000 dólares sob Kyoto [3].

O que é mais desconcertante é que todo o impacto econômico daria essencialmente em nada, porque não somente a noção de que a causa do aquecimento global é humana é suspeita, mas mesmo que o Protocolo de Kyoto seja seguido, isso ainda resultaria em menos da metade de um grau de redução da temperatura global até 2050. Parece que dificilmente valeria o esforço.

O Que Faremos, Então?

Após explorarmos a questão do aquecimento global, descobrimos que o conhecimento em que se baseia é questionável na melhor das hipóteses e que o impacto econômico desnecessariamente severo, particularmente para famílias em minorias e pequenos negócios. Isto poderia levantar uma questão na mente de algumas pessoas: por que isso está sendo empurrado tão acriticamente pelos outros governos do mundo e pela mídia?

Bem, a primeira pista vem de uma leitura atenta da lista de nações signatárias do próprio Protocolo de Kyoto. Alguns países como a Federação Russa devem simplesmente manter suas emissões a níveis de 1990, sem redução. Países da América Latina, Ásia, África e Polinésia, inclusive a China e Índia não estão nem mesmo na lista (exceto o Japão)! A razão é que esses países ainda estão desenvolvendo suas economias e necessitarão de energia sem restrições. No entanto, à medida que essas nações populosas crescem economicamente, elas podem muito bem exceder as emissões das nações ocidentais somadas.

Implicitamente isto afirma a necessidade de combustíveis fósseis para economias ricas. Este tratado pode ser pouco mais que um imposto sobre as nações ocidentais, não uma política para mudanças globais. O falecido Aaron Wildavsky, professor de política da ciência na UC Berkeley, escreveu, "O aquecimento (e o aquecimento somente), através de seu antídoto primário de retirar carbono da produção e consumo, é capaz de realizar o sonho dos ambientalistas de uma sociedade igualitária baseada na rejeição do crescimento econômico em favor de uma população menor, comendo menos na cadeia alimentar, consumindo muito menos e compartilhado um nível muito menor de recursos muito mais igualitariamente." [4].

Eu não creio que todas essas coisas sejam ruins em si mesmas. Mas eu não gosto da idéia de ser forçado a entrar nisso em nome de evitar mudanças climáticas. Uma reportagem de capa da revista Time, tirando a parte totalmente típica e irresponsável da promoção do medo através do mito do aquecimento global induzido pelo homem, na verdade forneceu algumas sugestões de bom senso para se ter uma atitude responsável com relação ao meio-ambiente e ainda poupar recursos e dinheiro [5].

Entre elas está lavar sua louça somente quando a lavadora estiver cheia, trocar os filtros dos condicionadores de ar e aquecedores regularmente e ajustar o termostato para uma temperatura um pouco mais alta no verão e mais baixa no inverno. Você pode também ajustar o seu aquecedor de água para não mais de 49° C; isso economiza dinheiro e é mais seguro. Experimente usar chuveiro de baixo fluxo para usar menos água quente e lavar roupas com água morna ou fria [ao invés de quente]. A maioria dos detergentes hoje em dia limpa muito bem em temperaturas mais baixas. Use lâmpadas mais eficientes e que gastem menos energia. Melhore o isolamento da sua casa. E vede todas as rachaduras.

Já que tudo isso poupa energia, economiza não somente recursos, mas também dinheiro para você. E faz sentido.

Preços de energia mais altos, o que deveria ocorrer à medida que a demanda por óleo e gás aumenta e o suprimento permanece estável temporariamente, mas começará a cair em 20 a 40 anos, irá impulsionar o desenvolvimento de mais fontes de energia renovável tais como a energia solar, eólica e geotérmica. Também as pesquisa estão progredindo para estimular o oceano para ser mais produtivo através da semeadura com ferro para agir como um escoadouro de dióxido de carbono, se os níveis demonstrarem estar afetando o clima em geral.

Mas onde está a voz da igreja? Por muito tempo temos estado calados a respeito de temas ambientais. Como cristãos nós deveríamos liderar os cuidados com o ambiente, já que declaramos estar justamente relacionados ao seu Criador em primeiro lugar.


Notas
1. S. Fred Singer, 1997, 1999, "The Scientific Case Against the Global Climate Treaty," [O Caso Científico Contra a Ameaça Climática Global]. Todas as evidências científicas neste artigo podem ser encontradas neste relatório honesto e razoável. Singer é um climatologista aposentado da Universidade de Virgínia e fundou o The Science and Environmental Policy Project [Projeto de Política Científica e Ambiental] (SEPP) para ajudar aeducar o público sobre o aquecimento global. Este website é um ótimo recurso parase obter iformações atualizadas sobre a controversia do aquecimento global. O relatório acima está disponível com e sem figures, mas eu referendo e recomendo a vesão com as imagens copiadas com permissão de jornais científicos examinados para um melhor efeito.
2.Citado por James K. Glassman, em "Administration in the Balance," 8 de março 2001, Wall Street Journal.
3. Paul Driessen, 2000, "Navigating the Treacherous 'Seven Cees' of Climate Care," The Issue Archive of CFACT (Committee for a Constructive Tomorrow) .
4. Citado por James K. Glassman, in "Administration in the Balance," 8 de março de 2001, Wall Street Journal.
5. "What Can You Do?" Time, 9 de abril de 2001, p. 39.


©2001 Probe Ministries.

Um comentário:

dêzirre disse...

Essa pag e muito interesante