Equipando os Santos
edição n° 6 - Teresina, 23/11/2005
Tudo é Matemática!
A autenticidade dos textos bíblicos é um assunto da maior importância. Ou bem eles são irretocáveis e nossa fé está fundamentada em bases sólidas, ou eles são passíveis de corrupção e não temos motivos para crer no que temos crido.
O apóstolo Paulo colocou bem a questão dizendo a respeito da ressurreição de Cristo:
Ora, se se prega que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos? Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados. Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima. Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.
1 Coríntios 15:12-20
Por muito tempo os dogmas da Igreja mantiveram a ciência, a filosofia de um lado e a teologia de outro. No entanto, desde o Renascimento estas barreiras estão sendo demolidas e hoje, graças à Reforma, podemos dar motivos racionais para o embasamento da nossa fé. Hoje podemos aplicar princípios científicos à obra do nosso Criador e descobrir o padrão de racionalidade em tudo o que Ele criou, para entender e apreciar melhor Seu trabalho (sem pretender que a ciência tome o lugar da teologia ou da filosofia).
Neste sentido, apresento o doutor Ivan Panin e seu trabalho no mínimo curioso. Este é o primeiro texto de hoje. O segundo também fala da autenticidade de um texto bíblico, mas apresenta um testemunho surpreendente. Não sei quem é o autor. Encontrei o texto por acaso na internet e o endereço está no fim da página para quem quiser conferir.
Deus abençoe você!
Allan Ribeiro
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Amado Numerologista
por Chuck Missler (Traduzido por Allan Ribeiro)
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por Chuck Missler (Traduzido por Allan Ribeiro)
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A estrutura numérica da Bíblia tem sido estudada de perto, sendo o objeto de numerosos volumes no passado 1. Mas nenhum é mais provocativo do que os trabalhos do dr. Ivan Panin 2.
Ivan Panin nasceu na Rússia em 12 de dezembro de 1855. Tendo participado de conspirações contra o czar em sua mocidade, ele foi exilado e, após passar alguns anos estudando na Alemanha, ele veio para os Estados Unidos e entrou na universidade de Harvard. Após ter-se graduado em 1882, ele converteu-se do agnosticismo para o cristianismo.
Em 1890 ele descobriu alguns dos mais fenomenais arranjos matemáticos permeando os textos tanto no hebraico do Velho Testamento quanto no grego do Novo Testamento.
Ele devotaria mais de 50 anos de sua vida explorando meticulosamente a estrutura numérica das Escrituras, gerando mais de 43.000 páginas manuscritas detalhadas de análises (e exaurindo sua saúde no processo). Ele foi ter com o Senhor em seu 87º ano, em 30 de outubro de 1942.
A Estrutura Heptática
A recorrência do número sete – ou de um múltiplo exato de sete – é encontrada por toda a Bíblia e é largamente reconhecida. O Sabá no sétimo dia; os sete anos de fartura e os sete anos de fome no Egito; os sete sacerdotes e sete trombetas marchando em torno de Jericó; o ano sabático da terra são exemplos bem conhecidos.
Também Salomão construindo o Templo por sete anos, Naaman lavando-se no rio sete vezes, e sete igrejas, sete candelabros, sete selos, sete trombetas, sete tigelas, sete estrelas, e assim por diante no livro de Apocalipse, tudo mostrando o uso consistente do número sete.
Mas há ainda muito mais abaixo da superfície. Ivan Panin percebeu as impressionantes propriedades numéricas dos textos bíblicos – tanto no grego do Novo Testamento quanto no hebraico do Velho Testamento. Estas não são descobertas somente intrigantes, elas também demonstram uma complexidade de desígnio que testifica de uma origem sobrenatural!
Vocabulário
Um dos aspectos mais simples – e mais provocativos – do texto bíblico é o vocabulário usado. O número de vocábulos em uma passagem é geralmente diferente do número total de palavras em uma passagem. Algumas palavras são repetidas. É fácil, por exemplo, usar um vocabulário de 500 palavras para escrever um ensaio de 4.000 palavras.
Um Exemplo
Os 17 primeiros versículos do Evangelho de Mateus são uma unidade lógica, ou seção, a qual trata de um único assunto principal: a genealogia de Cristo. Ela contém 72 vocábulos nestes 17 versículos iniciais (a divisão em versículos é uma conveniência feita pelo homem, adicionada no século 13).
O número de palavras que são substantivos é 56, ou 7 x 8.
A palavra grega equivalente a "o, a, os, as" ocorre com mais freqüência na passagem: exatamente 56 vezes, ou 7 x 8. Também, o numero de formas diferentes em que este artigo ocorre é exatamente 7.
Há duas seções principais na passagem: os versículos de 1-11, e 12-17. Na primeira seção principal, o número de vocábulos gregos usado é 49, ou 7 x 7.
Por que não 48 ou 50?
Destas 49 palavras, o número daquelas começando com uma vogal é 28, ou 7 x 4. O número de palavras iniciando com uma consoante é 21, ou 7 x 3.
O número total de letras nestas 49 palavras é de 266, ou 7 x 38 – exatamente! O número de vogais entre estas 266 letras é de 140, ou 7 x 20. O número de consoantes é de 126, ou 7 x 18 – precisamente!
Das 49 palavras, o número delas que ocorre mais de uma vez é de 35, ou 7 x 5. O número de palavras que ocorrem somente uma vez é 14, ou 7 x 2. O número de palavras que ocorrem em somente uma forma é exatamente 42, ou 7 x 6. O número de palavras que aparecem em mais de uma forma também é 7.
O número dos 49 vocábulos gregos que são substantivos é 42, ou 7 x 6. O número de palavras que não são substantivos é 7. Dos substantivos, 35 são nomes próprios, ou exatamente 7 x 5. Estes 35 nomes são usados 63 vezes, ou 7 x 9. O número de nomes masculinos é precisamente 28, ou 7 x 4. Estes nomes masculinos ocorrem 56 vezes, ou 7 x 8. O número dos nomes que não são masculinos é 7.
Três mulheres são mencionadas – Tamar, Raabe e Rute. O número de letras gregas nestes três nomes é 14, 7 x 2.
O número de substantivos compostos é 7. O número de letras gregas nestes 7 substantivos é 49, ou 7 x 7.
Somente o nome de uma cidade aparece nesta passagem, Babilônia, que em grego contêm exatamente 7 letras.
E por ai vai. Para ter uma noção do quanto estas propriedades são singulares, tente o exemplo no suplemento.
Gematria
Há ainda mais características na estrutura numérica das próprias palavras. Como você deve saber, tanto o hebraico quanto o grego atribuem às letras do alfabeto valores numéricos. Assim, qualquer palavra específica – seja no hebraico ou no grego – tem um valor numérico por si só ao adicionar os valores das letras naquela palavra em particular. O estudo dos valores numéricos das palavras é chamado de gematria.
Os 72 vocábulos somados, têm um valor gemátrico de 42.364 ou 7 x 6.052. Exatamente. Se uma letra grega fosse mudada, isto não aconteceria.
As 72 palavras aparecem em 90 formas – algumas aparecem em mais de uma forma. O valor numérico das 90 formas é de 54.075, ou 7 x 7.725. Exatamente.
Nós iremos adiar outros exemplos de propriedades gemátricas do texto bíblico até artigos subseqüentes, mas torna-se imediatamente óbvio que escondidos abaixo da superfície estão aspectos de desígnio que não podem ser acidentais ou somente coincidência. Lembre-se, os rabinos dizem que "coincidência" não é uma palavra kosher!
Outras Implicações
Existem palavras na passagem que acaba de ser descrita que não ocorrem em qualquer outro lugar no Novo Testamento. Elas ocorrem 42 vezes (7 x 6) e têm 126 letras (7 x 18). Como isto foi organizado assim?
Mesmo que Mateus tivesse inventado essa característica em seu Evangelho, como ele poderia saber que estas palavras específicas – cuja única característica é de não serem encontradas em nenhuma outra parte do Novo Testamento – não seriam usadas pelos outros escritores? A não ser que presumamos a hipótese absurda de que ele estava em acordo com eles, ele teria que ter tido todo o resto do Novo Testamento diante de si quando escreveu o seu livro. O Evangelho de Mateus, então teria que ter sido "escrito por último".
Não há explicação humana para esta estrutura incrível e precisa. Toda ela foi sobrenaturalmente planejada. Nós simplesmente prendemos a respiração, sentamos e observamos o habilidoso trabalho do Deus que cumpre suas promessas.
E nós somos devedores dos exames meticulosos e do compromisso de toda a vida do dr. Ivan
Panin, por ter descoberto estes fantásticos insights.
Fevereiro de 1995
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**NOTAS**
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1. McCormack, R., "The Heptadic Structure of Scripture," [A Estrutura Heptática das Escrituras] Marshall Brothers Ltd., London, 1923; E.W. Bullinger, Numbers of the Scriptures [Números das Escrituras]; F.W. Grant, The Numerical Bible [A Bíblia Numérica] (7 vols.); Browne, Ordo Saeculoreium, et al.**NOTAS**
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2. Ivan Panin (várias obras), "Bible Numerics," P.O. Box 206, Waubaushene, Ontario, L0K 2C0.
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Estudo Bíblico: Marcos 16
12 de Julho, 2002
Traduzido por allan Ribeiro
[Read this article in English]12 de Julho, 2002
Traduzido por allan Ribeiro
Nós começamos com uma discussão acerca da última parte do capítulo [16 do Evangelho segundo Marcos], onde consta a nota "os manuscritos mais antigos e algumas outras testemunhas antigas não trazem marcos 16.9-20" ou um aviso semelhante. Dissemos que alguns não incluíam a última parte porque achavam que esta passagem não estaria no texto original de Marcos. Outros estudiosos acham que Marcos poderia ter escrito esta parte anos depois, assim explicando um aparente conflito estilístico.
Teria o final original se perdido? Não sabemos – mas o relato obviamente não pode terminar no versículo 8! Quanto à autenticidade dos versículos de 9 a 20, pudemos ver que nada nesta passagem contradiz o final de qualquer dos outros livros do Evangelho. Deste modo estas palavras deveriam ser confiáveis para nós também.
O anjo disse no verso 7, "Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro". Por que Pedro foi mencionado separadamente? Lembramos que Pedro voltou a pescar após a morte de Jesus, envergonhado consigo mesmo por ter negado ao Senhor. Aqui é como se o anjo estivesse dizendo, "não esqueça de incluir Pedro!". É reconfortante conhecer a misericórdia infinita de Deus e a Sua prontidão em perdoar.
Após a Sua ressurreição, nosso Senhor Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena (v.9). De todas as pessoas para quem Ele poderia ter aparecido primeiro – Seus discípulos, sua Mãe e Pai – Ele escolheu Maria, a pecadora, aquela possuída por sete demônios até que o Senhor os expulsasse dela. Por que Maria?
Talvez porque Maria Madalena amasse o Senhor mais que qualquer outro naqueles dias. Ela foi a mulher que derramou o caro perfume sobre a cabeça do Senhor (14.3-9), ela olhou para Jesus impotente, enquanto Ele pendia da cruz (15.40), e ela foi a primeira a chegar ao túmulo (João 20.1). Na verdade, ela esteve lá desde quando ainda estava escuro, buscando fazer algo pelo Senhor, mesmo que fosse somente pelo Seu corpo.
Como ela ficou triste quando ela encontrou o túmulo vazio! Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, (Jo 20.11). Isto verdadeiramente mostrou o seu amor por Jesus. E o Senhor sabia, Ele apareceu primeiro para ela, chamou o nome dela e deu a ela instruções para que espalhasse as boas novas de Sua ressurreição.
Aqui vemos algumas lições. Ao ser liberta, Maria sentiu mais amor e mais perdão do Senhor, e ela respondeu da melhor forma que pôde. E nós? Com freqüência achamos que não somos "assim tão ruins" – será que isso nos faz apreciar menos o Seu amor? Precisamos nos lembrar que um pecador é um pecador – ninguém é "mais" pecador que outra pessoa. O outro ponto é que aquele que buscar o Senhor irá encontra-Lo – do jeito que Maria fez. Isto significa estar atento e continuar buscando, mesmo que o tempo gasto com a Bíblia pareça seco ou vazio.
"Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á."
Mateus 7:7
"Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte," (v. 20). Na verdade, o final de Marcos é o início do livro de Atos, um livro ainda em progresso conosco hoje. Mas nós raramente saímos para pregar hoje em dia, e não vemos sinais como aqueles dos versículos 17 e 18. Por que isso?
Um irmão compartilhou que quando ele estava em Hong Kong anos atrás, toda a sua igreja costumava ir às ruas no dia do Ano Novo chinês para distribuir folhetos evangélicos e testemunhar para os que quisessem ouvir. As características geográficas e atitudes na Ásia tornam tal pregação nas ruas mais viável, comparado aos Estados Unidos.
"As pessoas vão achar que você é louco se você for para as esquinas e começar a pregar", disse outra pessoa. O fato é que esta sociedade norte-americana tem pouca tolerância por Deus em público, enquanto parece ser tolerante com todo o resto. Esta é uma sociedade movida pela ciência e tecnologia, onde todas as coisas podem ser calculadas e explicadas cientificamente. Somos aprisionados nesta atitude de descrença, quando, na verdade o que precisamos é de uma fé como a de uma criança.
No livro de Devern Fromke, "Uma Janela Mais Ampla de Deus", há um relato de um crente sendo obrigado a tomar veneno por seus interrogadores comunistas, porque ele recusou-se a desconsiderar a Palavra de Deus, especificamente o trecho de Marcos 16.18. O cachorro que bebeu o veneno morreu quase que imediatamente. Mas aquele crente teve permissão para orar e pedir que a vontade de Deus fosse feita, então tomou o copo inteiro . O oficial e o médico esperaram pelo inevitável. E esperaram. Mas nada aconteceu depois de vários minutos. Atordoado, médico tomou o pulso dele, o examinou, mas não pôde encontrar nenhum sintoma de envenenamento. O médico rasgou sua carteira do Partido e proclamou sua fé em naquela passagem da Bíblia.
Então, por que não vemos estes milagres hoje em dia? Talvez porque seja o nosso propósito exigir milagres – queremos que algo seja feito por nós, não para a glória de Deus. Não devemos provar o Senhor, mas temos a promessa de Sua proteção quando saímos a pregar. Deus está sempre buscando por aqueles que estejam desejosos – mas será que sabemos o que Ele quer de nós? Se não sabemos, será que não deveríamos tentar descobrir?
www.tccyf.ca/Meetings/020712.htm