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24 janeiro 2005

Como falar com seus filhos sobre evolução e Criação

Escrito pelo Dr. Ray Bohlin e por Sue Bohlin

Ray e Sue Bohlin discutem como falar com seus filhos sobre evolução e Criação. Os comentários e perguntas de Sue estão em itálico, seguidos das respostas de Ray.

Problemas com a teoria da evolução

Por que há um problema com a teoria da evolução em primeiro lugar? Alguém perguntou a você uma vez "Por que eu deveria acreditar?" Você lembra o que disse a eles?

Basicamente eu disse que você deveria acreditar somente naquilo para o que existem evidências. Após passar anos estudando a evolução na graduação, mestrado e doutorado, eu posso dizer a você que, em primeiro lugar, existe evidência de que há pequenas mudanças em organismos quando eles se adaptam a pequenas variações ambientais.

Segundo, existe evidência de que novas espécies surgem. Nós vemos novas espécies de moscas-da-fruta, roedores e até mesmo pássaros. Mas quando a espécie original é uma mosca-da-fruta, a nova espécie permanece uma mosca-da-fruta. Esses processos não nos dizem como chegamos aos cavalos e vespas e pica-paus.

Terceiro, no registro fóssil há somente algumas transições entre grupos maiores de organismos, como entre répteis e pássaros, e estes são controversos, mesmo entre os evolucionistas. Se a teoria evolucionista está correta, o registro fóssil deveria estar cheio deles.

Quarto, não há qualquer resposta evolucionista real para a origem de adaptações complexas como a língua do pica-pau; ou o vôo em animais, mamíferos, insetos e répteis; ou as adaptações que permitem a natação em peixes, mamíferos, répteis e os invertebrados marinhos. Essas adaptações aparecem no registro fóssil sem transições. E quinto, não existe um mecanismo genético que dê conta dessas mudanças evolucionárias em larga escala. A teoria da evolução da ameba ao homem é uma extrapolação de informações muito escassas.

Então o problema com a evolução é que trata-se de uma teoria mecanicista sem um mecanismo, e não há evidências das grandes mudanças da ameba ao homem.

A evolução do cavalo

Eu tenho aqui o livro de biologia da oitava série do nosso filho. Todo livro didático, inclusive este, tem uma história sobre a evolução do cavalo. Ela é sempre oferecida como prova da evolução. O que você diz sobre isso?

Ela não prova muito sobre a evolução de modo algum. David Raup, do Field Museum of Natural History [Museu de Campo da História Natural] em Chicago, diz:

"Bem, Já se passaram cerca de 120 anos depois de Darwin e o conhecimento do registro fóssil tem-se expandido enormemente. Nós agora temos um quarto de milhão de espécies fósseis, mas a situação não mudou muito. O registro da evolução ainda é surpreendentemente tolo e, ironicamente, nós temos até menos exemplos de transições evolucionárias do que tivemos na época de Darwin. Com isto quero dizer que alguns dos casos clássicos de mudança darwinista no registro fóssil na América do Norte, tiveram que ser descartadas ou modificadas como resultado de informações mais detalhadas – o que parecia ser uma bela e simples progressão, quando havia relativamente pouca informação disponível, agora parece ser muito mais complexo e muito menos gradual. Então o problema de Darwin não foi aliviado nos últimos 120 anos e ainda temos um registro que não mostra mudanças, a não ser uma que pode dificilmente ser respeitada como a conseqüência mais razoável da seleção natural." {1}

Não existe uma seqüência cronológica de fósseis semelhantes ao cavalo. A história da redução gradual do cavalo de quatro dedos de 60 milhões de anos atrás para o atual cavalo de um dedo tem sido chamado de pura ficção. Tudo isso pode ser mostrado na transição de um pequeno cavalo para um grande. Isto não é uma mudança evolutiva significativa, e ainda levou uns 60 milhões de anos. Isso não diz nada sobre como o cavalo evoluiu a partir de um mamífero parecido com um musaranho.

Órgãos homólogos e vestigiais

Órgãos homólogos: o que são eles?

Órgãos homólogos são órgãos ou estruturas de organismos diferentes que têm a função igual ou parecida. Os evolucionistas dizem que esta similaridade deve-se à ancestralidade comum. A pergunta importante é. Esses órgãos parecem e funcionam da mesma maneira por causa da ancestralidade comum ou por causa de um simples projeto comum? Em outras palavras, eles têm essa aparência porque estão relacionados uns com os outros ou foram planejados para desempenhar funções similares? A homologia não é um problema para os criacionistas; nós temos uma explicação diferente, mas razoável. Trata-se do resultado de um projeto comum [a todos os órgãos semelhantes], não de ancestralidade comum.

E os órgãos vestigiais, aqueles que foram supostamente deixados para trás pelo passado evolucionário? Eu lembro de ter sido ensinado que o cóccix, o osso da cauda, é um remanescente de quando éramos macacos. E o apêndice, a mesma coisa – nós precisávamos dele quando estávamos evoluindo, mas não precisamos mais deles. Órgãos vestigiais são sobras não utilizadas de nosso passado evolucionário. Já que não os usamos, eles diminuíram; eles se tornaram vestígios de suas antigas funções – de acordo com a teoria da evolução.

Sim, de acordo com a evolução. Mas nós descobrimos que essas estruturas têm uma função. O exemplo principal é aquele que você mencionou, o osso caudal. O cóccix serve como ponto de conexão para vários músculos pélvicos. Você não seria capaz de sentar muito bem ou confortavelmente sem um osso caudal.

O apêndice também foi durante muito tempo considerado um órgão vestigial, não tendo absolutamente qualquer função dentro de nossos corpos, mas agora descobrimos que ele está envolvido no sistema imunológico. Ele tem uma função. É verdade que você pode viver sem ele. No entanto, à medida que aprendemos mais sobre o apêndice, percebemos que se ele permanecer livre de infecções, pode servir a um propósito muito útil.

Então, em outras palavras, "órgãos vestigiais" não são necessariamente inúteis; nós só ainda não descobrimos qual a função deles.

Sim, muito frequentemente temos chamado essas coisas de "vestigiais" porque nunca nos incomodamos em investigar suas funções devido ao seu tamanho reduzido. Agora descobrimos que coisas como o cóccix e o apêndice têm mesmo uma função. E se eles têm uma função, então não podemos chamá-los de vestigiais; eles não são remanescentes de nosso passado evolucionário.

Eu estou vendo fotos de embriões neste livro didático que são muito semelhantes [entre si]. A explicação dada no livro é que elas são semelhantes porque têm um ancestral evolucionário comum. Obviamente isto tem sido passado como evidência da evolução. É isso mesmo?

Definitivamente não. O desenvolvimento embriológico não segue a história de nosso passado evolucionário. Provaram que esta idéia estava errada 50 ou 60 anos atrás. É desastroso que este erro ainda esteja nos livros didáticos. Obviamente existem similaridades entre espécies muito no início do desenvolvimento embriológico; por exemplo, entre mamíferos, répteis, anfíbios e pássaros. Isso se dá porque todos eles começam a partir de uma única célula. À medida que o desenvolvimento progride, eles se tornam menos parecidos. É exatamente isso que você esperaria de uma perspectiva evolucionista ou criacionista.

A atmosfera primitiva da terra

Você sabe, eu fiquei muito satisfeita com o modo como este livro em particular tratou a evolução. Ele sequer usa o nome evolução, e trata do assunto estritamente como uma teoria, não um fato. Mas você encontrou outro livro didático do ensino médio que é estridentemente pró-evolução. Eu estou preocupada com algumas coisas que eu vejo neste capítulo sobre a origem da vida. Aqui fala sobre a atmosfera primitiva da terra, e esta parte está em negrito (assim os estudantes saberão que vai cair na prova, você não acha?)

A primeira atmosfera da terra muito provavelmente continha vapor de água, monóxido de carbono e dióxido de carbono, nitrogênio, sulfito de hidrogênio e cianeto de hidrogênio.

Então na próxima seção mesmo ele fala sobre os famosos experimentos de Stanley Miller em 1953. Diz que a atmosfera que ele estava tentando recriar era feita de amônia, água, hidrogênio e metano. O que está acontecendo aqui?

Esta seção em particular é no mínimo confusa e enganadora na pior das hipóteses. Eles claramente descreveram o experimento clássico de Miller, mas pesquisadores hoje em dia concordam que a atmosfera usada para essa simulação não existia. Ainda assim o experimento de Miller produziu resultados. Se você usar a atmosfera que o livro descreve como real, os resultados são muito menos significativos. O livro dá a impressão de que a evolução química é fácil de simular. Mas isso está longe de ser verdade. Um cientista diz:

Atualmente todas as discussões sobre princípios e teorias no campo (a origem da vida) terminam ou em um beco-sem-saída ou em uma confissão de ignorância. {2}

Mas você não teria essa impressão de modo algum lendo esta seção do livro.

Árvores filogenéticas

Eu tenho outra pergunta. Aqui está este belo e organizado quadro que mostra como animais bastante diferentes evoluíram a partir de um ancestral comum. Esta árvore evolucionária tem um animal parecido com um crocodilo na base, e todos esses galhos saindo dele, e terminamos com tartarugas e cobras e répteis e pássaros e mamíferos todos descendendo deste animal. Estamos falando de fantasia científica aqui ou há um problema com esta árvore evolucionária?

Árvores evolucionárias, ou árvores filogenéticas, são regularmente deturpadas em livros do ensino médio. As belas linhas firmes dão a impressão de que há bastante evidência, bastante fósseis para documentar essas transições & colisões, mas as transições não estão aí. Se fôssemos dar uma olhada neste mesmo tipo de diagrama em um livro do ensino superior, todas essas linhas de conexão – as transições – seriam pontilhadas, indicando que não temos evidência suficiente para provar que esses organismos estão relacionados uns com os outros. A transição é uma suposição. Eles presumem que esses organismos estão relacionados uns com os outros, mas carecem de evidências. Stephen Gould, um paleontólogo e evolucionista de Harvard, diz,

A extrema raridade de formas transicionais no registro fóssil persiste como o segredo do negócio da paleontologia. As árvores evolucionárias que adornam os livros didáticos têm informação somente nas pontas e nós de seus galhos. O resto é inferência, embora razoável: não a evidência de fósseis. {3}

Em outras palavras, esses quadros trazem belas imagens, mas elas não são imagens da realidade.

Correto.

Seleção natural e especiação

Neste mesmo texto de biologia do ensino médio, eu estou olhando o capítulo sobre a evolução chamado "Como as Mudanças Ocorrem". O título dessa seção é "Evolução por seleção natural". A seleção natural parece sempre estar inseparavelmente ligada à evolução. O que é isso?

Seleção natural é um processo em que os organismos que são aptos a sobreviver e a se reproduzir, fazem isso em uma taxa maior do que aqueles que são menos aptos. Parece um raciocino circular, mas é um processo simples, algo que você pode observar facilmente na natureza.

Há algumas fotos aqui das famosas mariposas sarapintadas, da Inglaterra. Por que elas continuam aparecendo em livros de ciência?

Elas continuam aparecendo porque a mariposa sarapintada foi o primeiro exemplo documentado da seleção natural de Darwin funcionando. Existem duas variedades diferentes de cores da mesma mariposa: uma variedade sarapintada e uma variedade escura. A variedade sarapintada estava camuflada na casca das árvores, mas a variedade negra era visível. Como resultado, os pássaros comiam muitas mariposas negras. A variedade mais comum, deste modo, era a sarapintada. Mas então a casca das árvores ficou escura ou negra por causa da poluição. Agora a forma negra ficava escondida, mas a variedade sarapintada aparecia, então os pássaros comiam essa variedade. A proporção de mariposas sarapintadas em relação às mariposas negras mudou, em resposta à mudança no ambiente.

Então aqui houve uma mudança de freqüência. Uma vez tivemos mais mariposas sarapintadas, e agora temos mais das escuras. Um exemplo claro de seleção natural ocorrendo. Mas a pergunta é, isso é mesmo evolução? Eu creio que não. Isso só mostra variedade dentro de uma forma. Isto não me diz nada como biólogo e geneticista sobre como viemos a ter cavalos e vespas e pica-paus.

Quando estamos olhando para mariposas sarapintadas, estamos lidando com a seleção natural dentro da mesma espécie. E uma espécie inteiramente nova; por exemplo os tentilhões de Galápagos de Darwin, na costa do Equador. Isso não é uma evidência da evolução?

Eis outra área em que precisamos ser cuidadosos. A especiação é mesmo um processo real, mas a especiação só significa que duas populações de uma espécie em particular não podem cruzar. As duas populações ficam separadas por uma barreira geográfica como uma montanha, e após um tempo elas não são mais capazes de cruzar entre si ou de se reproduzir entre elas.

Mas tudo o que temos realmente feito é dividir a carga genética em duas populações separadas e diferentes; se você quiser chamá-las de espécies diferentes, tudo bem. Mas mesmo os tentilhões de Darwin, embora apresentem algumas mudanças no formato e tamanho do bico, estão claramente relacionados uns com os outros. A mosca-da-fruta drosófila nas ilhas havaianas – existem mais de 300 espécies – provavelmente se originaram da mesma e única espécie inicial. Mas elas se parecem muito. A maneira principal de distingui-las é através do seu modo de se comportar no acasalamento.

Existe uma grande variedade dentro dos organismos que Deus criou, e as espécies podem se adaptar a pequenas mudanças no ambiente. Mas há um limite do quão longe essa mudança pode ir. E os exemplos que temos, como as mariposas sarapintadas e os tentilhões de Darwin, mostram isso claramente.

Respondendo à teoria evolucionista

Você tem dado uma resposta criacionista à evolução nos livros didáticos, mas além dos livros há um problema pessoal que é preciso enfrentar. Como você acha que os estudantes cristãos devem reagir quando eles chegarem à evolução no currículo de ciências na escola?

Em primeiro lugar, não entre em pânico. Isto não deveria ser uma surpresa; você sabia que iria acontecer um dia. Segundo, entenda que a evolução é uma idéia muito importante na sociedade hoje. É importante saber sobre ela e compreendê-la. Tente explicar para os seus filhos assim. Você não tem que acreditar nela ou aceitá-la, mas você precisa entendê-la, saber o que as pessoas querem dizer quando falam sobre a evolução.

E quanto a responder perguntas em uma prova?

Aqui a coisa fica mais difícil. Você pode achar que tem que mentir para dar a resposta que o professor quer. Mas eu não acho que esse seja o caso de modo algum. O que você está fazendo é simplesmente tratar da questão da evolução; você está mostrando que entendeu o assunto. Você não tem que dar sua resposta de maneira que diga, "Eu acredito que é assim que as coisas são." Tudo pode depender do modo como você constrói a sua resposta. Mas você estará simplesmente demonstrando o seu conhecimento sobre a evolução, não a sua aceitação a ela.

Me parece que quando você mostra que entende o conceito de evolução, você está demonstrando respeito pelo professor e, na verdade, pela teoria também, como a teoria prevalente de nossos dias, sem ter que ser uma declaração do tipo "Sim ,eu acredito nisso!"

Claro. O conceito de respeito, penso eu, é extremamente importante, porque você tem que perceber que como aluno do ensino médio, você está lidando com professores que estudaram ou ensinaram a teoria evolucionista por muitos anos. O nível de entendimento deles é muito mais profundo que o seu. Você não pode simplesmente chegar lá e tentar convencer a classe de que o professor está errado, ou que a evolução está errada; você precisa desempenhar o papel do aluno. E o papel do aluno é aprender, tentar entender e compreender as idéias sendo discutidas. Mas você não tem que se expressar de uma maneira que pareça que você acredita na teoria evolucionista.

Eu descobri esta página no livro que estamos examinando, logo depois dos capítulos sobre a evolução. É uma mensagem dos autores para os alunos. Aqui diz,

"A teoria evolucionista une todas as coisas viva em uma única e enorme família – das árvores mais altas à menor bactéria a cada ser humano na terra. E, mais importante, a história evolucionista da vida torna claro que todos os seres vivos – todos nós – compartilhamos um destino comum neste planeta. Se você não se lembrar de nada mais deste curso daqui a dez anos, lembre-se disso, e o seu ano terá valido a pena."{4}

Eu nunca tinha visto uma mensagem como essa antes, dos autores para o aluno. Este livro obviamente tem uma forte inclinação evolucionista.

Aqui nós temos que perceber que o que está sendo ensinado não é mais ciência; trata-se de uma visão de mundo. Esta é uma declaração do naturalismo. Obviamente a evolução é extremamente importante para a cosmovisão naturalista, e os autores estão tentando expressar a sua importância. Nós vamos ver mais e mais dessa inclinação em livros didáticos.

Antes dos pais cristãos poderem falar com nossos filhos sobre a evolução, nós primeiro temos que entender a própria evolução, assim como ter uma compreensão dos problemas associados a ela. Nós não precisamos ter medo desta poderosa teoria; nós precisamos, contudo, ter discernimento ao analisarmos cuidadosamente a retórica e distingui-la da verdade sobre o mundo de Deus.

Gênesis 1

Geralmente, se uma criança passa algum tempo na Escola Bíblica Dominical, ela chega ao ponto em que percebe, "Ei, isso não tem nada a ver com o que eu estou estudando na escola [regular]!" Nossa esperança é que nós possamos ajudar os pais a integrar a verdade nas Escrituras com o que se sabe sobre as origens do mundo. Como cristãos, nosso ponto de partida sobre as origens é Gênesis 1: "No princípio criou Deus os céus e a terra." A partir deste ponto em diante, no entanto, há muitas perspectivas diferentes explicando o resto do capítulo.

Isso é verdade, e infelizmente isso não somente torna-se confuso para muitos de nós, mas torna-se confuso para muitos acadêmicos e intelectuais também. Existe um sem número de maneiras diferentes de interpretar Gênesis 1. Deixe-me examinar rapidamente três das mais proeminentes visões entre os evangélicos hoje em dia.

A primeira é a literal ou o relato da criação bem recente. Algumas pessoas chamariam os proponentes desta visão de "criacionistas da terra jovem". Eles acreditam que cada um dos seis dias da criação foi um período de vinte e quatro horas semelhante aos nossos dias hoje. Esses dias foram consecutivos e em um passado recente, provavelmente de dez a trinta mil anos atrás. Eles defendem que o dilúvio foi um evento global e catastrófico e que todas as camadas sedimentares foram resultado do dilúvio de Noé. Todos os fósseis, deste modo, são o resultado do dilúvio de Noé.

A segunda maneira de olhar para Gênesis 1 é a Teoria das Eras, algumas vezes chamada de Criação Progressiva. Aqui, cada um dos seis dias da criação é um período muito longo de tempo, talvez centenas de milhões de anos. Deus teria criado progressivamente através do tempo, e não de uma vez só. O dilúvio foi um evento local na mesopotâmia ou talvez até uma enchente global, mas uma enchente calma. Assim, o dilúvio não deixou qualquer grande cicatriz ou sedimentos na terra.

A terceira visão entende Gênesis 1 como uma Estrutura Literária. Esta visão sugere que Gênesis 1 não tem a intenção de expressar a história. Os povos do Antigo Oriente Próximo usavam um artifício literário semelhante para descrever uma obra completa ou perfeita; neste caso, uma criação perfeita. Deus poderia ter criado usando a evolução ou a criação progressiva; a questão é que não há realmente qualquer acordo entre a história da terra e os dias de Gênesis 1.

Nós precisamos explicar para nossos filhos a visão que faz mais sentido para nós, mas, ao mesmo tempo, permitir que eles saibam que há um grande desacordo entre os evangélicos. Você pode até mesmo ficar confuso, e não tem problema mostrar para os seus filhos que você não sabe, tampouco, e que não tem problema não saber. Nós precisamos mostrar a direção, mas deixar as portas abertas para outras opções.

Nós podemos saber qual delas é a interpretação correta?

A criação é um mistério. Nós precisamos mostrar respeito não somente pelo mistério, mas também por aquelas pessoas que têm visões diferentes. Os evangélicos com conhecimento do hebraico e do grego divergem em sua compreensão de Gênesis 1. Então, como podemos esperar que uma criança de dez anos capte o problema e tome uma decisão?

Quando explicamos o relato da criação em Gênesis 1, precisamos dizer aos nossos filhos que diferentes [estudiosos do assunto], todos compromissados com a Bíblia como a Palavra de Deus, interpretam a Escritura de maneiras diferentes. O importante é que reforcemos que Deus criou o mundo, o universo e todos os seres vivos, especialmente os seres humanos.

História humana primitiva

Agora vamos examinar alguns problemas específicos que surgem a partir de Gênesis em termos da história humana primitiva. Vamos começar com Adão e Eva. Eles foram pessoas reais?

Esta é uma pergunta muito importante, e eu acho que é uma com que a maioria dos eruditos evangélicos concorda. Adão e Eva foram pessoas reais, e quase todos os eruditos evangélicos concordam que eles foram criados por Deus. O motivo é que este é um evento da criação em que Deus nos dá detalhes de como Ele agiu. Quando Ele criou os outros mamíferos e as criaturas do mar e os pássaros, Ele os fez ou Ele os criou ou ele os formou, mas nós temos detalhes sobre a criação de Adão e Eva. Somos informados sobre como Deus fez isso. Adão foi formado do barro, e Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão. Fica claro que os humanos não tiveram uma origem evolucionária.

E os Australopithecus, esses supostos ancestrais do homem assemelhados a gorilas?

Australopithecus são muito provavelmente simplesmente gorilas extintos. Algumas pessoas se preocupam se eles andavam eretos e assim possam ter participado do desenvolvimento dos seres humanos, mas mesmo que eles andassem eretos, esta não é a questão mais importante. Eles ainda não passam de gorilas extintos, e eles não tinham mesmo qualquer qualidade humana. Há um livro muito bom que você vai querer ler, chamado Bones of Contention [Ossos da discórdia]. Tem vários livros chamados Bones of Contention, mas este é um recente de Martin Lubenow. Lubenow entra em grandes detalhes sobre as verdadeiras descobertas fósseis – o que elas significam, onde elas se encaixam – tudo de uma perspectiva criacionista, e ele faz um excelente trabalho. Ele fala sobre o fato de que restos humanos parecem abranger toda a era da suposta evolução humana de quatro milhões de anos atrás até o presente, e que mesmo o tipo de fóssil em particular chamado de homo erectus cobre uma faixa bastante larga. O homo erectus realmente não se encaixa onde deveria, e os fósseis parecem contradizer a teoria evolucionista ao invés de apoiá-la.

Há mais uma questão que fica vindo a tona sempre. De onde veio a esposa de Caim?

De certa maneira é surpreendente que esta questão pareça ser tão desconcertante para as pessoas, mas por outro lado eu realmente a compreendo. Caim claramente casou-se com uma irmã. Nós reagimos contra essa idéia por causa das muitas leis que temos hoje acerca de relacionamentos incestuosos. Nós temos leis contra o incesto porque as crianças que resultam desse tipo de relacionamento são geralmente acometidas de doenças genéticas. Isto se dá porque todos nós carregamos genes recessivos danosos dentro de nossos cromossomos. Membros de uma mesma família muito próximos podem carregar grupos de genes recessivos similares, se não o mesmo tipo. Quando casamos com algum parente, esses recessivos podem se emparelhar e resultar em um filho que é geneticamente deficiente. Mas na criação original não havia esse problema. Aqueles foram os seres originalmente criados, não havia mutações genéticas com que se preocupar.

Quando se trata da origem humana, a Bíblia não deixa espaço para nada além da elaboração pessoal de Adão e Eva por Deus. É o fato de que Deus criou a humanidade pessoalmente que nos dá um valor intrínseco tão grande.

O dilúvio de Noé

O dilúvio de Noé é extremamente importante porque muitos ensinamentos do Novo Testamento dependem dele. O Senhor Jesus nos disse que o período pouco antes do Seu retorno será exatamente como foi nos dias anteriores ao dilúvio. Pedro nos lembra que o julgamento de Deus caiu sobre a terra e que Ele prometeu fazer isso novamente. Se o primeiro julgamento não foi real, o que devemos pensar sobre o segundo?

Mas, muito frequentemente o que vem à mente quando pensamos no dilúvio de Noé é a imagem de um belo barquinho arredondado com as cabeças de ovelhas fofinhas e altas girafas e elefantes amistosos para fora dele. Nós pensamos nisso como uma inofensiva historinha para contar antes de dormir, como a da Cinderela ou de Scuffy, o Rebocador, um resquício de lições bíblicas da infância e dos tempos dos livros de historinhas. O dilúvio aconteceu mesmo?

Estamos falando sobre um evento histórico e que é bem sério. Fala-se dele em Gênesis em uma narrativa histórica. Mas os evangélicos discordam sobre como ele teria acontecido. Existem basicamente três visões diferentes.

Uma é o relato da enchente catastrófica universal, onde o dilúvio foi um evento global. Ele cobriu mesmo todas as altas montanhas da época, e foi catastrófico – muitas ondas e rompimento das fontes do grande abismo.

A outra visão é que o dilúvio foi universal – ele cobriu a terra inteira – mas foi um evento tranqüilo e provavelmente não deixou qualquer cicatriz ou sedimentos na terra.

E a terceira visão é que o dilúvio aconteceu somente na região da mesopotâmia. Já que a seu propósito era destruir a humanidade e a humanidade não havia ainda se espalhado para muito longe, o dilúvio somente teve que cobrir a área da mesopotâmia. Novamente, como no relato da criação, precisamos contar aos nossos filhos aquilo de que estamos convictos. O que nós achamos sobre isso? E, de novo, se você não tem certeza, se você não está seguro sobre a sua visão, vá em frente e fale da sua incerteza também. Não tem problema não ter certeza sobre algumas dessas coisas; os eruditos não sabem tudo sobre elas tampouco realmente. E nós temos que estar prontos para perceber que as crianças podem nem mesmo gostar de nossa interpretação em particular, ou elas podem ter ouvido coisas na escola, na Escola Bíblica Dominical ou na igreja que podem ser diferentes de nossa visão. Mas não tem problema dar aos nossos filhos algum espaço nesses tipos de assunto.

Com todas essas interpretações diferentes do dilúvio, o que podemos nos sentir seguros em contar aos nossos filhos? Qual é o objetivo do dilúvio? Qual é a linha de fundo deste evento?

O propósito do dilúvio de Noé foi destruir a humanidade como ela existia à época. Onde os eruditos discordam é simplesmente o quão longe a humanidade havia se espalhado. Alguns sugerem que a população humana podia ser de somente algumas centenas de milhares, então eles poderiam estar contidos na região da mesopotâmia. Mas se os humanos já existiam por quatro ou cinco mil anos, e eles tiveram a chance de se multiplicar e crescer, pode ter havido muitos milhões ou dezenas de milhões de pessoas espalhadas pela terra. Isso pode ser a causa de alguns sugerirem que, para destruir a humanidade, o dilúvio teve que ser universal. Mas nós ainda não sabemos se o dilúvio foi um evento catastrófico ou tranqüilo, então ainda há espaço para discussão. Eu acho que essas diferentes teorias são úteis porque elas permitem investigar a Palavra de Deus o melhor que podemos e tentar determinar o que ela realmente quer dizer.

Há uma visão do dilúvio – a da enchente universal e catastrófica – que capturou a atenção de grande parte da comunidade cristã. Muitas organizações propõem este modelo. Na verdade, você passou algumas semanas no Grand Canyon com uma dessas organizações investigando a hipótese da enchente na formação do cânion. Nós queremos tratar de algumas coisas específicas sobre este modelo catastrófico do dilúvio de Noé. Você poderia resumir brevemente do que trata esta hipótese?

Este modelo catastrófico definitivamente sugere um cenário bem diferente daqueles dos animais fofinhos ou do barquinho arredondado. Nós estamos falando sobre o rompimento das fontes do grande abismo e de enormes quantidades de água balançando de um lado para o outro por toda a terra. Os criacionistas da terra jovem sugerem que a maior parte das camadas sedimentares, assim, teria sido depositada como resultado do dilúvio de Noé. Haveria também evidências por toda a terra da formação catastrófica de todas essas camadas sedimentares.

O quão próximo da verdade esta hipótese está? Ela explica tudo?

Há muitas coisas que ela não explica. Há evidência de uma origem catastrófica para a maioria, mas não para todas as camadas sedimentares. Os organismos parecem requerer um enterramento rápido para que se transformem em fósseis. Mas há problemas com esta hipótese também, e eu acho que é muito importante que reconheçamos quais são elas. Por exemplo, todos os tipos diferentes de sedimento teriam que ser o resultado de somente um evento, uma enchente catastrófica. Quando olhamos para essas camadas sedimentares, nós vemos arenito, calcário, xisto limoso, xisto – todo tipo diferente de rochas – mas eles todos poderiam ter que vir do mesmo evento, e isso é um pouco problemático. A maioria dos geólogos cristãos acredita que os estratos devem-se a outros eventos, como transbordamentos de rios, depósitos causados por grandes tempestades ou furacões que ocorriam periodicamente ou, em alguns casos com relação ao arenito, até mesmo dunas de areia do deserto. Conquanto a hipótese catastrófica seja uma idéia cativante, eu não vejo uma necessidade de nos forçarmos a aceitá-la ou rejeitá-la agora.

Há muito trabalho a ser feito com relação a esta hipótese. Se você tem um filho curioso e que goste de ciências, por que não encorajá-lo(a) a buscar uma carreira na área de ciências e tornar-se parte de um grupo que tente investigar o assunto?

Homens das cavernas

Outra questão que as crianças têm muita curiosidade: onde os homens das cavernas se encaixam na Bíblia?

A maioria dos criacionistas crê que os homens das cavernas eram os primeiros sobreviventes do dilúvio. Lembre-se, se o propósito do dilúvio era destruir a humanidade, então a maioria desses fósseis seria de indivíduos que sobreviveram ao dilúvio ou viveram logo depois. O homem de Cro-Magnon e o homem de Neanderthal, e provavelmente até mesmo fósseis descritos como homo-erectus, são todos humanos pós-dilúvio, descendentes dos três filhos de Noé. As assim chamadas características primitivas poderiam se dever a relações consangüíneas, dietas ruins e à vida em um ambiente hostil.

Diferenças raciais

De onde vieram as diferentes raças? Se somos todos descendentes de um único casal, Adão e Eva, por que há diferentes cores de pele?

As raças poderiam ter se originado a partir dos três filhos de Noé e suas esposas. Muitos grupos de genes produzem a grande variedade de cores de pele na população atual. Não é difícil de modo algum prever populações geneticamente similares tornando-se isoladas após o dilúvio e sendo os progenitores das diferentes raças. Muito desta variabilidade genética pode ter estado contida nas esposas dos filhos de Noé, surgindo a partir da segregação genética que ocorreu desde a criação de Adão e Eva. Adão e Eva foram provavelmente pessoas com a cor da pele intermediária com a maioria, se não toda a variabilidade genética presente em seus genes.

Dinossauros

Nós não podemos falar em explicar a criação para os nossos filhos sem tratar da questão inevitável dos dinossauros. Onde os dinossauros se encaixam na Bíblia?

Não há dúvida que as crianças de hoje em dia, especialmente os meninos, são apaixonadas pelos dinossauros. A resposta depende do modo como você a aborda.

Se você abordar a criação da perspectiva da terra antiga, então os dinossauros foram extintos há setenta e tantos milhões de anos e não há motivo para esperar que eles sejam mencionados na Bíblia mesmo. Os homens e os dinossauros nunca conviveram.

Se, no entanto, você aborda a criação a partir da hipótese de uma terra jovem, onde tudo o que existe foi criado no passado bastante recente, então os dinossauros devem ter existido ao mesmo tempo em que o homem porque eles foram cridos no mesmo dia, somente de dez a trinta mil anos atrás. E isso suscita a questão de se Noé teria levado dinossauros para a arca.

É difícil imaginar um brontossauro entrando na arca, e a maioria dos criacionistas respondem isso sugerindo que ele provavelmente não levou dinossauros adultos para a arca, só jovens ou filhotes pequenos. A extinção dos dinossauros então foi provavelmente causada pelo dilúvio. Mesmo se Noé não tiver levado algum deles para a arca, aparentemente o clima e a ecologia da terra mudaram dramaticamente como resultado do dilúvio e eles não foram capazes de sobreviver após o dilúvio.

Mas isso também levanta a possibilidade bem distinta de que alguns dinossauros ainda possam existir em pequenos bolsões isolados ao redor do mundo. Eu não quero dar muito crédito a isso, mas há histórias bem intrigantes – e eu quero chamá-las de histórias por enquanto, não fatos – vindas do Congo acerca de diferentes tipos de dinossauros sendo relatadas por nativos e até mesmo por alguns missionários que teriam visto grandes criaturas semelhantes a répteis nos pântanos. Nós temos pinturas em cavernas na América do Sul de criaturas parecidas com dinossauros. Nós temos lendas de todo o mundo sobre dragões, na China e no oriente e na Europa durante a idade média. Nós parecemos tem em mente que grandes répteis estão por aí em algum lugar. É muito mais fácil pensar neles como sendo remanescentes do dilúvio, ao invés de terem existido em pequenos bolsões por sessenta ou mais milhões de anos, já que eles foram extintos na perspectiva evolucionista. Também é plausível que os dinossauros possam ter sido mencionados na Bíblia.

Você quer dizer com um nome diferente?

Sim. Por exemplo, Jó 40 fala de uma criatura chamada "beemote" nos versículos de 15 a 24. Ele se alimenta de capim, tem força em seus lombos, tem poder em seu ventre, tem uma cauda como o cedro e é a primeira entre as obras de Deus. Alguns acham que isso pode ser um hipopótamo, mas um hipopótamo não tem uma cauda como um cedro. E você não pensa em nele como a primeira entre as obras de Deus. Poderia ser uma criatura mítica, mas também poderia ser bastante real.

O que nós tentamos fazer nessa discussão foi ajudar os pais a entender os relatos bíblicos da criação na terra primitiva para que eles possam explicá-la para os seus filhos. Embora nós tenhamos apresentado algumas poucas opções ao invés de absolutos, nós ainda podemos dizer aos nossos filhos que Deus é o Criador e Sustentador de todas as coisas, e que o dilúvio foi um evento real, embora alguns dos detalhes de como essas coisas aconteceram possam nos escapar agora. Esta abordagem nos permite expressar a verdade bíblica claramente enquanto, ao mesmo tempo, encorajar a curiosidade de uma criança e o desejo de investigar o mundo de Deus. Este é o mundo de nosso Pai e é prazeroso para Ele quando seus filhos querem descobri-lo e explorar os mistérios do passado, da história, da Sua historia.

Notas

1. David Raup, "Conflicts Between Darwin and Palentology," [Conflitos entre Darwin e a Paleontologia] Field Museum of Natural History Bulletin, vol. 30, nº 1 (1979): 25.
2. Kraus Dose, "The Origin of Life: More Questions Than Answers," [A origem da vida: mais perguntas que respostas] Interdisciplinary Science Review 13 (1988): 348-56.
3. Stephen J. Gould, The Panda's Thumb [O polegar do panda] (New York: Norton, 1980), 181.
4. Kenneth Miller and Joseph Levine, Biology [Biologia] (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1991), 335.

© 1993 Probe Ministries


Sobre os autores

Raymond G. Bohlin é presidente de Probe Ministries. Ele é formado pela universidade de Illinois (zoologia), pela North Texas State University (Mestrado em genética de populações), e pela University of Texas em Dallas (mestrado e doutorado em biologia molecular). Ele é o co-autor do livro The Natural Limits to Biological Change, serviu como editor-geral de Creation, Evolution and Modern Science, foi co-autor de Basic Questions on Genetics, Stem Cell Research and Cloning (The BioBasics Series), e publicou numerosos articles de jornal. Dr. Bohlin foi nomeado um Research Fellow [Pesquisador Associado] do Discovery Institute's Center for the Renewal of Science and Culture em 1997-98 e 2000.

Sue Bohlin é uma preletora associada a Probe Ministries. Ela cursou a Universidade de Illinois, e tem ensinado a Bíblia e sido conferencista por mais de 25 anos. Ela presta o serviço de Mentoring Mom [Mãe Mentora] para a MOPS [Mães de Crianças na Pré-escola], e na diretoria do Living Hope Ministries [Ministério Esperança Viva], um ministério centrado em Cristo para aqueles que lidam com uma homossexualidade indesejada. Ela também é uma calígrafa profissional e ela também ajuda no site de Probe Ministries; mas, mais importante, ela é a esposa do Dr. Ray Bohlin e a mãe de seus dois filhos adultos.

O Que é Probe?

Probe Ministries é um ministério sem fins lucrativos cuja missão é auxiliar a igreja na renovação da mente dos crentes com uma cosmovisão cristã e equipar a igreja para levar o mundo a Cristo. Probe cumpre essa missão através de nossas conferências Mind Games para jovens e adultos, do nosso programa de rádio diário de 3 1/2 minutos, e de nosso amplo web site: www.probe.org.

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