Quando eu a conheci, em um congresso de mídia, ela pareceu tão vibrante e viva, cheia de prazer e com vontade de interagir, uma mulher atraente com um sorriso brilhante e olhos faiscantes. Eu não poderia imaginar o sofrimento emocional e o tormento físico que havia em seu passado. Coisa de revirar o estômago.
Quando Luana Stoltenberg me contou sua história, eu descobri que ela estava sendo assombrada por algumas escolhas que ela havia tomado anteriormente na vida. Como muitas muIheres, ela achou-se com uma gravidez indesejada e enfrentando decisões difíceis.
É um dilema para milhões de mulheres ao redor do mundo todo ano. Se você está nesta situação, como você irá sustentar um bebê? O pai será responsável e ajudará? O que os seus pais dirão? Como uma criança irá afetar sua carreira? E sua vida social? Seus planos de casamento? Encerrar a gravidez pode eliminar essas complexidades, ou torná-las mais fáceis de lidar.
Três escolhas
Luana enfrentou essa decisão três vezes, a primeira aos dezessete anos. A cada vez ela tomou a mesma decisão, encerrar sua gravidez. Ela diz que lembra das experiências vividamente.
“Eu estava deitada em uma mesa fria, sem anestésicos para a dor", lembra ela, "fitando o teto, desejando estar em outro lugarr. Pareceu durar para sempre, e a dor era intolerável. Nenhuma quantidade de anestesia poderia entorpecer a dor em meu coração e em minha mente".
“Os tipos de aborto que eu tive foram através do método de sucção por aspirador a vácuo. Eu podia ouvir - pelo esforço maior da máquina de sucção - quando uma parte ou membro do meu bebê estava sendo extraída. A cada vez eu tentava olhar para o vidro com os restos [do bebê], eles me puxavam de volta. Até hoje eu ainda posso ouvir aquele som de sucção horroroso".
“Quando terminu, eu fui enviada para uma sala de espera com as outras garotas. Me deram um copo de suco e me disseram que eu poderia ir embora dali a 20 minutos, se eu estivesse me sentindo bem. Eu disse a eles que me sentia bem, quando na verdade eu nunca me sentira pior. Eu só queria sair dali. Dirigindo para casa eu estava sentindo muita dor e sangrando profusamente. Eu liguei pedindo ajuda, mas me disseram que não era problema deles, que eu ligasse para meu médico".
“Minha vida estava uma bagunça”
Luana diz que depois a realidade de que ela nunca veria ou seguraria aquelas três crianças pesou muito. Raiva e depressão se instalaram. Abuso de álcool e drogas levaram a três tentativas de suicídio. “Minha vida estava uma bagunça” ela admite, “e foi por causa das escolhas que eu fiz”.
Após alguns anos, ela tomou uma decisão diferente, que mudou a sua vida completamente: ela descobriu um Deus que perdoa e pôs sua fé Nele. Ela casou e buscou começar uma família, mas descobriu que os abortos a tinham tornado estéril. "A sucção pelo aspirador destruiu minhas trompas e ovários". Ela diz que o dano da sucção a levou a fazer uma esterectomia.
O seu conjunto de crenças e a certeza de perdão a tem ajudado a passar por seu pesadelo. Ela aponta para uma frase de um antigo seguidor de Jesus que resume sua vida: Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo".
Hoje Luana tem se dedicado a ajudar as pessoas a entender as implicações de decisões como aquelas que ela teve que enfrentar. Ela tem uma paixão por oferecer esperança a aqueles a quem a vida parece desesperada.
O aborto, claro, é extremamente controverso. No meio dos acalorados debates políticos, legais, médicos, sociais e filosóficos, a experiência humana real pode emprestar uma valiosa perspectiva. Como você reagiu à história dela?
Rusty Wright é um autor e palestrante que tem falado em seis continentes. Ele tem bacharelado em ciências (psicologia) e mestrado em teologia pelas universidades de Duke e Oxford, respectivamente.
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