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10 outubro 2005

O Furacão Bush



Por Tales Alvarenga

Não vou defender George Bush na primeira linha deste artigo. Se fizer isso, alguns leitores deixarão de ler o resto. Muitos dos que se consideram bem informados acham que Bush é idiota. Também acham que ele provoca os islâmicos, que viram terroristas por causa dessa provocação. Os brasileiros aprendem essas coisas absurdas com os americanos Politicamente Corretos (a neurastênica esquerda dos EUA). Esses americanos acham moralmente obrigatório ser contra os presidentes republicanos. Depois dos ataques terroristas às torres do World Trade Center, Bush invadiu o Afeganistão e o Iraque, derrubou o regime talibã, pôs Osama Bin laden para correr, prendeu Saddam Hussein e matou seus dois filhos pervertidos. Desde então, o esquadrão anti-Bush afirma que os extremistas islâmicos estão apenas revidando quando cometem atos terroristas. Sentem-se acuados, os pobrezinhos, pela perseguição implacável do troglodita que vive na Casa Branca.

Essa teoria é falsa.
Os extremistas islâmicos sempre tomam a iniciativa. No Iraque, o que mais se vê são islâmicos explodindo outros islâmicos, com a desculpa de que querem atingir o Ocidente. Morrem menos americanos no Iraque do que pessoas são assassinadas em São Paulo. Na semana passada, três homens-bomba mataram 22 pessoas em Bali, na Indonésia. Bush provavelmente nem sabe onde fica Bali. Em 2002, num atentado anterior, também em Bali, terroristas muçulmanos já haviam carbonizado 202 turistas.

Esses extremistas querem expulsar para longe de seu mundo tudo aquilo que não é islâmico no sentido radical. É mais fácil um camelo se esconder dentro da orelha de Osama Bin Laden do que seus seguidores conseguirem impor sua agenda ao resto do mundo. Os americanos politicamente corretos (e seus seguidores brasileiros) querem fazer crer que os terroristas islâmicos se transformariam em suaves hare krishnas se Bush aderisse ao estilo paz e amor. Nem pensar. O terror islâmico já andava a mil num tempo em que Bush ainda era bom de copo no Texas.

Há dezenas de exemplos para demonstrar isso. Aqui são quatro. Em 1979, o presidente Jimmy Carter deixou o xá do Irã à própria sorte. Uma turba de fanáticos muçulmanos assumiu o governo, e as milícias xiitas tomaram como reféns funcionários e diplomatas da embaixada americana em Teerã. Em 199, extremistas islâmicos derrubaram com um projétil um jato da americana Pan Am, em Lockerbie, na Escócia. Em 1998, bombardearam as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia. Bush pegou o bonde andando. Só entrou na briga em 2001, quando aqueles dezenove barbudinhos derrubaram as torres do World Trade Center em Nova York. E você, se fosse presidente dos EUA, o que você teria feito depois que aqueles dois jatos lotados foram lançados contra os prédios? Teria virado um hare krishna? E, se tivesse virado um hare krishna, como você reagiria na semana passada ao saber que os terroristas estavam de novo ameaçando atacar Nova York, desta vez no metrô?

Se você é um daqueles que detestam Bush, tem todo o direito de achá-lo muito, muito, muito mau. Não deve, no entanto, simplificar um problema complexo. É cretino achar que Bush é responsável pelos atos cometidos por terroristas islâmicos. Por falar em cretinice, também é ridículo culpá-lo pela ocorrência de furacões.

VEJA, edição 1926, 12 de outubro de 2005. Página 92.

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