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28 setembro 2005

POR QUE A FÍSICA TEM CONSTANTES QUE SÃO INCONSTANTES?

POR QUE A FÍSICA TEM CONSTANTES QUE SÃO INCONSTANTES?

A categoria "constante" - grandezas que não deveriam mudar nunca - já foi bem maltratada pela ciência. No momento, quem dá dor de cabeça aos físicos é a "constante da estrutura fina", também conhecida como alfa. Ela define como a matéria interage com a força eletromagnética, incluindo a luz. Graças à alfa, os cientistas sabem quais características esperar da luz que viaja pelo espaço e atravessa nuvens interestelares antes de chegar à Terra. Em 1997, surpresa: o astrônomo John Webb captou luz com as qualidades erradas. Isso pode significar que a constante alfa varia ao longo da história do Universo. Amostras de material radioativo de 2 bilhões de anos na África reforçaram essa tese. Se a constante alfa for mesmo variável, pode ser que a velocidade da luz também seja - o que abre uma rachadura num dos principais pilares da relatividade e da física atual.

Superinteressante, setembro de 2005

A Velocidade da Luz Está Diminuíndo?

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A Velocidade da Luz Está Diminuíndo?
por Chuck Missler (Traduzido por Allan Ribeiro)
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[English]

O campo da Física cultua no altar de c, a velocidade da luz. Esta é altamente considerada como a constante inviolável que afeta todas as coisas: do nosso conhecimento de astronomia ao próprio comportamento de partículas subatômicas. Até mesmo o relacionamento básico entre massa e energia é conhecido por qualquer aluno como E = mc2.

Por muitos anos, e em muito de nosso material publicado anteriormente, temos feito alusão à visão muito controversa, mantida por alguns, de que a velocidade da luz (geralmente designada matematicamente por “c”) tem diminuído [1]. Nós temos, naturalmente, recebido um sem-número de reações adversas por parte daqueles que têm dificuldade em lidar com esta possibilidade.

Evidências sugerindo que a velocidade da luz, c, tem diminuído através dos tempos foram reportadas pela primeira vez por Barry Setterfield e Trevor Norman há alguns anos [2]. agora dois físicos - Dr. João Magueijo, um pesquisador associado da Royal Society, na Imperial College, Londres e o Dr. Andreas Albrecht, da universidade da Califórnia em Davis – estão propondo que imediatamente após o universo ter nascido, a velocidade da luz pode ter sido muito mais rápida do que o atual valor de 300.000 quilômetros por segundo [3]. Eles agora crêem que ela tem diminuído desde então. Os efeitos previstos em sua teoria serão publicados no prestigioso periódico científico, Physical Review. "Se isto for verdade, será um grande salto adiante, que irá afetar nossa percepção do universo e muito da física teórica”, diz Dr. Magueijo.

Um mistério que a teoria parece que será capaz de explicar é porque o universo é tão uniforme – porque opostos extremos do cosmo que estão longe o bastante para jamais terem estado em contato um com o outro, parecem obedecer às mesmas regras físicas e ter até mais ou menos as mesmas temperaturas. Só seria possível que a luz pudesse cruzar de um lado ao outro se ela pudesse viajar muito mais rápido do que hoje momentos após o universo ter sido criado, entre 10 e 15 bilhões de anos atrás. A hipótese deles sugere que a luz era tão rápida que poderia ter viajado a 300.000 quilômetros por segundo multiplicado por um algarismo com 70 zeros depois dele!

Cálculos baseados na teoria também fornecem a mais elegante explicação para a velocidade com que o universo parece estar se expandindo, a qual se pensa que seja alta o suficiente para evitar um eventual colapso em um grande esmago. Em caso contrário, o universo iria simplesmente crescer para sempre – embora em uma taxa decrescente – e seu derradeiro destino, sugere-se, seria uma lenta e demorada morte, enquanto todas as estrelas queimam e cada partícula de matéria dentro delas se separa.

“É extraordinário quando você consegue achar uma simples idéia que tem tantas conseqüências fascinantes” disse John Barrow, professor de astronomia e diretor do Centro de Astronomia da Universidade de Sussex, que colaborou com Magueijo e Albrecht.

É perturbador que com esta concepção continuando a ganhar credibilidade em algumas áreas, o reconhecimento das contribuições de Setterfield, Norman, e outros seja evidente por sua ausência.

Pano de Fundo Histórico

Filósofos gregos geralmente seguiam a crença de Aristóteles de que a velocidade da luz era infinita4. Até mesmo Kepler (1600 A.D.) manteve a crença majoritária de que a luz era instantânea [5]. Descartes (que morreu em 1650) agarrou-se fortemente à crença na propagação instantânea da luz. Ele influenciou fortemente os cientistas do período e após.

Não foi antes de 1677 que um astrônomo dinamarquês chamado Olaf Roemer anunciou que o comportamento anômalo da duração dos eclipses da lua interna de Júpiter, Io, poderia ser creditado a uma velocidade da luz finita. Demorou ainda outro meio século para que esta noção fosse aceita. E foi só em 1729 que a confirmação independente de James Bradley finalmente calou os que se opunham à um valor finito para a velocidade da luz. O trabalho de Roemer, o qual havia rachado a comunidade científica por 53 anos, havia sido finalmente demonstrado. Esta inércia emocional com relação à velocidade da luz parece continuar a assombrar os dogmas da física.

A velocidade da luz foi medida 163 vezes por 16 métodos diferentes ao longo dos últimos 300 anos. Contudo, o físico australiano Barry Setterfield e o matemático Trevor Norman, reexaminando as medidas experimentais até hoje, tem sugerido uma descoberta altamente controversa: a velocidade da luz parece estar diminuindo!

1657: Roemer: 307,600. +/- 5400 km/seg.
1875: Harvard: 299,921. +/- 13 km/seg.
1983: NBS (método laser): 299,792.4358 +/- 0.0003 km/seg.

A velocidade da luz é atualmente medida em 299,792.4358 quilômetros por segundo [6] (Isto corresponde a aproximadamente 30 centímetros por nanosegundo).

O matemático canadense, Alan Montgomery relatou uma análise de computador apoiando os resultados de Setterfield/Norman. O seu modelo indica que a decadência da velocidade da luz segue de perto uma curva da cossecante do quadrado, e tem sido assintótica [n. do t.:assintótica é uma linha cuja distância com relação a uma determinada curva tende a zero.] desde 1958. Se ele estiver correto, a velocidade da luz era de 10 a 30% mais rápida no tempo de Cristo; duas vezes mais rápida nos dias de Salomão; quatro vezes mais rápida nos dias de Abraão, e talvez mais de 10 milhões de vezes mais rápida antes de 3000 a.C.

É desnecessário dizer que esta teoria é altamente controversa e que a maioria dos físicos rejeita veementemente esta hipótese. Algumas tendências confirmatórias tem sido reportadas em 475 medições de outras 11 quantidades atômicas por 25 métodos em tempo dinâmico. Mas poderia acontecer de novo, como nos tempos de Roemer, de levar cinqüenta anos antes que a questão possa ser resolvida. Contudo, há ainda outra descoberta mais desconcertante, que estranhamente poderá confirmar a teoria de Setterfield.

O Deslocamento de Tifft

Desde que Edwin Hubble formulou sua teoria de que o “deslocamento vermelho” observado no espectro das estrelas era uma manifestação do “Efeito Doppler”, astrônomos têm baseado-se nela para construir a hipótese de um “universo em expansão”. O universo em si – o espaço entre as galáxias poderia estar se expandindo. A matéria é vista atualmente como uma distorção no tempo-espaço: “O espaço diz à matéria como se mover; a matéria diz ao espaço como se curvar”. Como a luz viaja através do espaço expansível, ela é “esticada” em ondas mais longas, ou seja, tende ao vermelho. Há numerosas passagens bíblicas que também parecem sugerir esta possibilidade [7].

Alguns cientistas preocupam-se que possam haver ainda outras explicações para o deslocamento vermelho e que esteja se colocando confiança demais na Lei de Hubble. Halton Arp, um atrônomo americano que vive na Alemanha, tem reunido deslocamentos vermelhos “discrepantes” que parecem entrar em conflito com as teorias tradicionais. Algumas galáxias, como a de Andrômeda parecem até estar se movendo em nossa direção,

Além disso, William Tifft, um astrônomo da Universidade do Arizona, tem reunido informações sobre deslocamentos vermelhos por cerca de 20 anos, e agora parece que o universo pode não estar se expandindo. Tifft descobriu que as galáxias exibem apenas valores discretos, ao invés da distribuição mais randômica que se esperaria se os deslocamentos estivessem relacionados à distância. Os deslocamentos vermelhos parecem ser quantizados.

Estranhamente, isto pode vir a provar a hipótese de Setterfield com relação ao declínio de c. Estes deslocamentos vermelhos aparecem em discretos níveis de quantum, semelhantes aos estados energéticos de partículas subatômicas na física quântica. Valores específicos de c governam a quantização das ondas emitidas, e resultariam em deslocamentos vermelhos quantizados [8].

Vai demorar ainda um tempo para que a hipótese de Setterfield possa se provar aceitável, mas é extremamente provocante e alteraria dramaticamente nossos conceitos com relação ao universo físico.

Ruptura da Realidade em Gênesis 3?

Parece haver uma base nas escrituras para presumir um pareamento original bem próximo entre os mundos espiritual e físico. A altamente venerada tradução de Gênesis 1.31, Onkelos, enfatiza que originalmente “…havia uma ordem unificada”. A sugestão é de que a física atual, inclusive as leis da entropia (“o cativeiro da decadência”[9]), foram resultado da queda do homem tal como está registrado em Gênesis, capítulo 3 [10].

As leis da entropia revelam um universo que está “se enrolando”. Ele teria que ter sido inicialmente “ferido”. Este enrolamento – a redução da entropia, ou a infusão da ordem (informação) – está descrito em Gênesis 1 em uma série de seis estágios. Os termos usados nesta redução progressiva de entropia (desordem) são erev e boker [11], que tem levado à sua tradução como “noite” e “manhã. Noites-e-manhãs constituíram-se nos principais estágios da criação. Seis “noites” e “manhãs” tornaram-se os “dias” constituindo a “semana” da criação. No entanto o que sabemos sobre o universo físico hoje é baseado somente em nossa observação do universo após o motim de Gênesis 3.

Alguns de nós suspeitam que o ostensivo declínio de c, a diminuição da velocidade da luz, foi um dos resultados da rebelião em Gênesis, capítulo 3.

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Fontes:
Veja também o excelente website de Lambert Dolphin
Missler, Chuck, Beyond Time and Space
Missler, Chuck, Cosmic Codes: Hidden Messages From the Edge of Eternity, Koinonia House.

Janeiro de 1999


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**NOTAS**
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1. Personal UPDATE, Março de 1993, p.12-26; março de 1995, p.10-14; Beyond Time and Space [Além do Tempo e do Espaço], p.11-12; Genesis and the Big Bang [Gênesis e o Big Bang], p. 8-13.
2. Setterfield, B., and Norman, T., The Atomic Constants, Light, and Time, Invited Research Paper [As Constantes Atômicas, Luz e Tempo,Trabalho de Pesquisa a Convite], SRI, Agosto de 1987.
3. Steve Farrar, Correspondente de Ciência . "Speed of light 'slowing down'", London Sunday Times, 15 de novembro de 1998.
4. Houve exceções: Empédocles de Acragas (c. 450 a.C.); também os cientistas muçulmanos Avicena e Alhazen (1000 A.D.) ambos acreditavam em uma velocidade da luz finita.
5. Novamente, houve exceções: Roger Bacon e Francis Bacon (1600 A.D.) ambos acreditavam em uma velocidade da luz finita.
6. 1 segundo dinâmico é definido como1/31.556.925,9747 do período orbital da Terra e era padrão até 1967. O tempo atômico é definido em termos de uma revolução de um elétron no estado fundamental na órbita do átomo de hidrogênio .
7. "The stretching of the heavens" [O Desenrolar dos Céus]: Is 40.22; 42.5; 44.27; 45.12; 51.13; Jr 10.12; 51.15; Za 12.1; Os céus como um rolo: Is 34.4; Ap 6.14.
8. Setterfield, Barry, Atomic Quantum State [Estado Atômico Quântico], Light, and the Red Shift [A Luz e o Deslocamento Vermelho], em publicação (recebido por correspondência particular).
9. Romanos 8.21.
10. Hb 11.3; Rm 8.19-23; Sl 102.25-27; Pv 16.33; Ef 1.11; Hb 1.2-3; Cl 1.16,17.
11. Erev inicialmente referia-se à escuridão, obscuridade, acaso; entropia máxima. Como a escuridão envolve nosso horizonte, nós perdemos a habilidade de discernir ordem ou padrões. A escuridão era originalmente "sem forma e vazia." A partir deste termo nós dervamos derivamos o atual sememe para "noite" quando a invasora escuridão começa a nos negar a habilidade de discernir formas, contornos, e identidades. Boker refere-se ao advento da luz, onde as coisas começam a tornar-se discerníveis, visíveis; a ordem começa a aparecer. Este alívio da obscuridade, e a conseqüente habilidade de começar a discernir formas discernir formas, contornos, e identidades tem sido associadas com o amanhecer, ou "manhã", como o crepúsculo matutino começa a revelar ordem e design.

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Equipando os Santos 1 - A Velocidade da Luz

Equipando os Santos
Edição nº1 - Teresina, 28.09.05

A Velocidade da Luz


Olá,

Estou iniciando este projeto, Equipando os Santos, com a intenção de oferecer uma visão mais ampla sobre alguns tópicos extremamente importantes e aos quais geralmente não temos acesso. Os artigos que enviarei podem tratar de física à política internacional, mas sempre com uma abordagem de interesse para o povo de Deus. Serão artigos traduzidos ou não, mas sempre com um padrão de qualidade e sempre refletindo sobre o "outro lado" de determinadas questões, o lado menos ouvido.

O artigo de hoje, por exemplo, trata da diminuição da velocidade da luz e que implicações isso pode ter para a cosmovisão cristã. Ele foi escrito em 1999, mas duvido que vocês tenham ouvido qualquer coisa a respeito do assunto nas revistas ou na televisão. Este mês, contudo, a revista Superinteressante, publicou uma matéria em que incluíu o outro anexo que estou enviando. Ele fala do mesmo tema, só que agora endossado por uma revista que defende uma cosmovisão antagônica à nossa.

  1. A velocidade da luz está diminuíndo? - Chuck Missler explora esta interessante possibilidade e os seus desdobramentos para as crenças dos cristãos.
  2. Por que a física tem constantes tão inconstantes? - Trecho de um artigo da revista Superinteressante, tratando de certa imprevisibilidade da natureza.

Bom proveito, e que Deus te abençoe.


Allan Ribeiro