Equipando os Santos
edição n° 20 - Teresina, 15/12/2006
A Bíblia e a Ciência
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Nesta edição
edição n° 20 - Teresina, 15/12/2006
A Bíblia e a Ciência
Em fins de novembro tive o privilégio de participar do curso do professor Nelson Gomes, da UNB, sobre o Círculo de Viena na nossa especialização. Foram somente dois dias, mas valeu a pena. Só para vocês terem uma idéia, ele tem cinco pós-doutorados! Além de uma memória fantástica, capaz de lembrar dezenas de nomes e datas de eventos históricos. Mas, no fim do curso, ele se despediu de mim com uma falácia.
No primeiro dia de aula ele disse que os opositores da idéia de que o sol era o centro do sistema solar usavam como argumento a passagem bíblica na qual Josué faz o sol e a lua pararem de girar para que os hebreus tenham luz por tempo suficiente para vencer uma batalha:
Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel: Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, lua, sobre o vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
Josué 10.12-13
Risos na sala. No dia seguinte lembrei de dois exemplos de como a Bíblia foi usada com sucesso para aumentar o conhecimento científico. Esperei até o fim da aula e falei com o professor Nelson sobre o caso de Maimônides, que no século XIII, descobriu em Gênesis 1 que existiam 10 dimensões.
Falei também sobre o pai da oceanografia, Matthew Fontaine Maury, que descobriu a partir do salmo 8.8 a existência das correntes oceânicas, o que permitiu o florescimento do comércio marítimo e muito contribuiu para o transporte, sem falar que foi um extraordinário avanço para várias outras áreas da ciência.
O professor Nelson Gomes estava de saída, tinha outro compromisso. Então ele me ouviu enquanto caminhávamos para a porta, onde já lhe aguardavam outras pessoas. Fiquei surpreso quando ele me respondeu "É, mas eu não acredito que a Bíblia seja um livro científico." E saiu. Só entendi que havia sido engabelado por uma falácia mais tarde.
Em primeiro lugar, eu nunca disse que considerava a Bíblia um livro científico. A Bíblia se enquadra em diversas classificações como livro, mas certamente não é um livro de ciências. Isso não significa que o seu conteúdo não possa ser considerado verdadeiro. Existem ali proposições perfeitamente válidas do ponto-de-vista lógico. Os defensores da teoria de que a terra era o centro do universo não encontraram essa idéia na Bíblia, mas na filosofia de Platão e Aristóteles. A linguagem usada no versículo mencionado acima é meramente poética e não proposicional.
Em segundo lugar, se ele apresentou um exemplo de como a Bíblia foi usada para justificar um erro científico, deveria estar aberto para analisar exemplos contrários a isso. Este é o comportamento filosófica e cientificamente correto! Recusar esses exemplos com base no argumento que ele usou é falacioso. Trata-se de desqualificar o discurso do oponente sem ao menos considerar o conteúdo, (em sua defesa digo que ele tentou sugerir que as dimensões que Maimônides descobriu não tinham provavelmente nada a ver com as que conhecemos hoje, mas isso também é desqualificar o discurso desconsiderando o conteúdo).
Ambos os lados do debate precisamos ser muito cuidadosos. Os de cosmovisão secularista para evitar falácias e nós cristãos para estarmos atentos contra manobras diversivas, que visem desorientar e desviar o foco das discussões (mesmo que essa não tenha sido uma intenção consciente do elegantíssimo professor Nelson Gomes).
No primeiro dia de aula ele disse que os opositores da idéia de que o sol era o centro do sistema solar usavam como argumento a passagem bíblica na qual Josué faz o sol e a lua pararem de girar para que os hebreus tenham luz por tempo suficiente para vencer uma batalha:
Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel: Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, lua, sobre o vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
Josué 10.12-13
Risos na sala. No dia seguinte lembrei de dois exemplos de como a Bíblia foi usada com sucesso para aumentar o conhecimento científico. Esperei até o fim da aula e falei com o professor Nelson sobre o caso de Maimônides, que no século XIII, descobriu em Gênesis 1 que existiam 10 dimensões.
Falei também sobre o pai da oceanografia, Matthew Fontaine Maury, que descobriu a partir do salmo 8.8 a existência das correntes oceânicas, o que permitiu o florescimento do comércio marítimo e muito contribuiu para o transporte, sem falar que foi um extraordinário avanço para várias outras áreas da ciência.
O professor Nelson Gomes estava de saída, tinha outro compromisso. Então ele me ouviu enquanto caminhávamos para a porta, onde já lhe aguardavam outras pessoas. Fiquei surpreso quando ele me respondeu "É, mas eu não acredito que a Bíblia seja um livro científico." E saiu. Só entendi que havia sido engabelado por uma falácia mais tarde.
Em primeiro lugar, eu nunca disse que considerava a Bíblia um livro científico. A Bíblia se enquadra em diversas classificações como livro, mas certamente não é um livro de ciências. Isso não significa que o seu conteúdo não possa ser considerado verdadeiro. Existem ali proposições perfeitamente válidas do ponto-de-vista lógico. Os defensores da teoria de que a terra era o centro do universo não encontraram essa idéia na Bíblia, mas na filosofia de Platão e Aristóteles. A linguagem usada no versículo mencionado acima é meramente poética e não proposicional.
Em segundo lugar, se ele apresentou um exemplo de como a Bíblia foi usada para justificar um erro científico, deveria estar aberto para analisar exemplos contrários a isso. Este é o comportamento filosófica e cientificamente correto! Recusar esses exemplos com base no argumento que ele usou é falacioso. Trata-se de desqualificar o discurso do oponente sem ao menos considerar o conteúdo, (em sua defesa digo que ele tentou sugerir que as dimensões que Maimônides descobriu não tinham provavelmente nada a ver com as que conhecemos hoje, mas isso também é desqualificar o discurso desconsiderando o conteúdo).
Ambos os lados do debate precisamos ser muito cuidadosos. Os de cosmovisão secularista para evitar falácias e nós cristãos para estarmos atentos contra manobras diversivas, que visem desorientar e desviar o foco das discussões (mesmo que essa não tenha sido uma intenção consciente do elegantíssimo professor Nelson Gomes).
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Nesta edição
Os Limites da Realidade, Chuck Missler traz uma bela e intrigante teoria unindo a física quântica, o relato bíblico da criação e a constituição do que conhecemos como realidade.
Quem Eram os Reis Magos? O natal está chegando. Que tal aprender um pouco mais sobre estas figuras quase míticas presentes na história do nascimento de Jesus? Chuck Missler nos revela fatos que poderão surpreender você!
Deus abençoe você!
Allan Ribeiro
Quem Eram os Reis Magos? O natal está chegando. Que tal aprender um pouco mais sobre estas figuras quase míticas presentes na história do nascimento de Jesus? Chuck Missler nos revela fatos que poderão surpreender você!
Deus abençoe você!
Allan Ribeiro
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Os Limites da Realidade
Por Chuck Missler (Traduzido por allan Ribeiro)
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[English]
A descoberta surpreendente da ciência moderna é que nosso universo físico é, na verdade, finito. Cientistas agora sabem que o universo teve um início. Eles chamam à singularidade a partir da qual tudo começou de "Big Bang".
Enquanto os detalhes entre as muitas variantes destas teorias permanecem bastante controversas, o fato de que houve um início definido tem ganho cada vez mais concordância 1. Isto é, claro, o que a Bíblia tem mantido por todos os seus 66 livros.
Partindo de considerações termodinâmicas, também parece que todos os processos no universo inevitavelmente contribuem para as perdas, por ineficiência, para a temperatura ambiente, e assim o universo irá derradeiramente atingir uma temperatura uniforme na qual nenhuma atividade – de onde, em última instância, derivam todas as diferenças de temperatura – será possível. Os cientistas chamam este supremo destino físico de "morte do calor".
Deste modo a humanidade encontra-se presa no intervalo finito entre a singularidade que começou tudo e um término finito. A concepção matemática de infinito – em qualquer direção, ou em termos de tempo – parece surpreendentemente ausente no macrocosmo físico, o domínio dos astrônomos e cosmologistas.
No domínio microscópico também parece haver limites ainda mais impressionantes à pequenez. Se tomarmos um segmento de extensão, podemos dividi-lo pela metade. Se tomarmos uma das metades restantes e podemos dividi-la pela metade novamente. Nós naturalmente presumimos que isso pode continuar infinitamente. Presumimos,que não importa quão pequena possa ser uma extensão com que acabemos lidando, podemos sempre - pelo menos conceitualmente – dividir qualquer parte restante pela metade. Acontece que isso não é verdade. Existe uma extensão, conhecida como extensão de Plank, 10-33 centímetros, que é indivisível.
A mesma coisa é verdade para massa, energia e até mesmo tempo. Há uma unidade de tempo que não pode ser subdividida: 10-43 segundos. É neste estranho mundo de comportamento subatômico que os cientistas agora encontraram os próprios limites da realidade física, como a experimentamos. O estudo destes componentes subatômicos é chamado de mecânica quântica ou física quântica.
A descoberta espantosa feita pelos físicos quânticos é que se você quebrar matéria em pedaços cada vez menores, eventualmente você alcançará um ponto em que esses pedaços – elétrons, prótons, etc. – não possuem mais as características de objetos. Embora eles possam algumas vezes se comportar como se fossem pequenas partículas compactas, os físicos descobriram que elas literalmente não possuem dimensão.
Outra descoberta perturbadora dos físicos é que uma partícula subatômica, como um elétron, pode manifestar-se como partícula ou como onda.
Se você atirar um elétron contra uma tela de televisão desligada, um minúsculo ponto irá aparecer quando ele atingir os elementos químicos fosforescentes que envolvem o vidro. O ponto de impacto que o elétron deixa na tela revela claramente o lado partícula da sua natureza.
Mas esta não é a única forma que o elétron pode assumir. Ele pode também se dissolver em uma nuvem indistinta de energia e se comportar como se fosse uma onda espalhada pelo espaço. Quando um elétron se manifesta como uma onda, ele pode fazer coisas que nenhuma partícula pode. Se for atirado contra uma barreira na qual duas fendas tenham sido feitas, ele pode passar pelas duas fendas simultaneamente. Quando elétrons em forma de onda colidem um com o outro, eles criam padrões de interferência.
É interessante notar que em 1906, J. J. Thomson recebeu o prêmio Nobel [de física] por ter provado que os elétrons são partículas. Em 1937 ele viu o seu filho receber o mesmo prêmio Nobel por ter provado que os elétrons são ondas. Tanto o pai quanto o filho estavam corretos. De lá para cá, a evidência para a dualidade onda/partícula tem se tornado predominante.
Esta habilidade camaleônica é comum a todas as partículas subatômicas. Chamadas de quanta, elas podem se manifestar tanto como partículas quanto como ondas. O que as torna ainda mais impressionantes é que existem evidências esmagadoras de que a única ocasião em que os quanta se manifestam como partículas é quando estamos olhando para eles.
O físico dinamarquês, Niels Bohr, mostrou que se as partículas subatômicas só vêm a existir na presença de um observador, então também é sem sentido falar em propriedades e características de uma partícula como existindo antes dela ser observada.
Mas se o ato de observação realmente ajudou a criar tais propriedades, quais as implicações disso para o futuro da ciência?
"Qualquer um que não fique chocado com a física quântica ainda não a entendeu". Niels Bohr
Fica ainda pior. Alguns processos subatômicos resultam na criação de um par de partículas com propriedades idênticas ou proximamente relacionadas. Físicos quânticos prevêem que tentativas de medir características complementares do par – mesmo quando viajando em direções opostas – resultariam sempre em frustração. Tal comportamento estranho implicaria que as partículas teriam que estar interconectadas de algum modo para que pudessem se comunicar instantaneamente uma com a outra.
Um físico que ficou profundamente perturbado com as afirmações de Bohr foi o Dr. Albert Einstein. A despeito do papel que Einstein desempenhou na fundação da teoria quântica, ele não ficou satisfeito com o curso que a nova ciência tomou.
Em 1935, Einstein e seus colegas, Boris Podolsky e Nathan Rosen publicaram seu agora famoso artigo "Pode a Descrição da Mecânoca Quântica da Realidade Física Ser Considerada Completa?" 2.
O problema, de acordo com a Teoria Especial da Relatividade de Einstein, é que nada pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz. A comunicação instantânea implícita na visão da física quântica seria equivalente a romper a barreira do tempo e significaria abrir a porta para todo tipo de paradoxo inaceitável.
Einstein e seus colegas estavam convencidos de que nenhuma "definição racional" da realidade poderia permitir que tais interconexões mais-rápidas-que-a-luz pudessem existir e, assim, Bohr tinha que estar errado. O argumento deles agora é conhecido como o paradoxo Einstein-Podolsky-Rosen, ou paradoxo EPR, para encurtar.
Bohr permaneceu imperturbável pelos argumentos de Einstein. Ao invés de crer que algum tipo de comunicação mais-rápida-que-a-luz estivesse ocorrendo, ele ofereceu outra explicação:
Se as partículas subatômicas não existem até serem observadas, então ninguém poderia pensar nelas como "coisas" independentes. Assim Einstein estaria baseando o seu argumento em um erro quando ele via partículas gêmeas como separadas. Elas eram parte de um sistema indivisível, e seria sem sentido pensar nelas de outra forma.
Com o tempo, a maioria dos físicos tomou o partido de Bohr e acreditaram que a sua interpretação estava correta. Um fator que contribuiu para que seguissem a Bohr foi que a física quântica tinha provado ser tão espetacularmente bem sucedida em prever fenômenos, que poucos físicos estavam dispostos a até mesmo considerar a possibilidade de que ela poderia ter falhas de algum modo. Toda a indústria de lasers, de microeletrônicos e computadores surgiu a partir da confiabilidade das predições da física quântica.
O popular físico da Cal Tech, Richard Feynman, resumiu esta situação paradoxal muito bem:
"Eu creio que é seguro dizer que ninguém entende a mecânica quântica... Na verdade dizem que, de todas as teorias propostas neste século [XX], a mais boba é a teoria quântica. Alguns dizem que a única coisa que a teoria quântica tem a seu favor é o fato de que está inquestionavelmente correta".
Quando Einstein e seus colegas fizeram a sua proposta pela primeira vez, razões técnicas impediram que quaisquer experiências empíricas fossem feitas. As implicações filosóficas de maior vulto foram, ironicamente, ignoradas e varridas para baixo do tapete.
Hiperespaços
O antigo estudioso hebraico Maimônides*, escrevendo no século XII, concluiu, a partir dos seus estudos do texto de Gênesis, que o universo tem dez dimensões: que quatro são conhecidas e seis estão além do nosso conhecimento.
Físicos de partículas hoje em dia também concluíram que vivemos em dez dimensões. Três dimensões espaciais e o tempo são diretamente discerníveis e mensuráveis. As seis restantes estão "encrespadas" em [um "espaço" menor] que a extensão de Plank, (10-33 centímetros) e assim só podem ser inferidas por meios indiretos 3.
(Alguns físicos crêem que podem existir 26 dimensões 4. Dez e vinte e seis surgem da matemática associada à teoria das supercordas, uma candidata atual na busca por uma teoria que integre completamente todas as forças conhecidas no universo).
Ruptura em Gênesis 3?
Há uma conjectura provocativa de que estas dez (ou mais) dimensões tenham sido originalmente integradas, mas que teriam sofrido uma ruptura como resultado dos eventos sintetizados em Gênesis, capítulo 3. A revolução resultante as teria separado nos mundos "físico" e "espiritual".
Parece haver alguma base nas Escrituras para uma ligação original muito próxima entre os mundos físico e espiritual. A altamente venerada tradução de Gênesis 1.31, Onkelos, enfatiza que "…era uma ordem unificada".
A sugestão é que a física atual, incluindo as leis da entropia, ("a prisão da decadência") foram resultado da queda 5.
As leis da entropia revelam um universo que está "se enrolando". Ele teria que ter estado inicialmente "desenrolado". Este enrolamento – a redução da entropia, ou a infusão de ordem (informação) – é descrito em Gênesis 1 em uma série de seis estágios. Os termos usados nesta progressiva redução de entropia (desordem) são, erev e boker, os quais foram em última instância traduzidos como "noite" e "dia".
Erev e Boker
Erev é escuridão, acaso obscuro; é a entropia máxima. Quando a escuridão envolve o nosso horizonte, perdemos a habilidade de discernir ordem ou padrões. A escuridão é "vazia e sem forma".
Deste termo derivamos a atual sememe para "noite", quando a escuridão intrusa começa a nos negar a habilidade de discernir formas, contornos e identidades.
Boker é o advento da luz, onde as coisas começam a se tornar discerníveis e visíveis; a ordem começa a aparecer.
Este alívio da obscuridade, e a concomitante habilidade de discernir formas, contornos e identidades tem estado associada com o amanhecer ou "manhã", quando o começo do crepúsculo começa a revelar ordem e desígnio. Noites e manhãs constituem-se nos principais estágios da "semana" da criação. Contudo, o que sabemos sobre o universo físico é somente do que observamos do universo após o motim de Gênesis 3.
Este artigo foi originalmente publicado na
Personal Update NewsJournal de Julho de 1998.
Personal Update NewsJournal de Julho de 1998.
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**NOTAS**
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1. Para uma discussão mais completa,ver The Creator Beyond Time and Space [O Criador Além do Tempo e do Espaço], por Chuck Missler e Mark Eastman.**NOTAS**
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2. Albert Einstein, Boris Podolsky, e Nathan Rosen, "Can Quantum-Mechanical Description of Physical Reality Be Considered Complete?" Physical Review, 47 (1935), p.777.
3. Michio Kaku, Hyperspace, Oxford University Press, New York, 1994.
4. Estranhamente, 26 é a gematria do tetragama, YHWH.
5. Hebreus 11.3; Romanos 8.19-23; Salmos 102.25-27; Provérbios 16.33; Efésios 1.11; Hebreus 1:2-3; Colossenses 1.16,17.
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Quem Eram os Reis Magos?
Por Chuck Missler, traduzido por allan Ribeiro
[English]
Todo ano, a medida que se aproximam as festas, nossos preparativos para o natal incluem revisitar os eventos em torno do nascimento de nosso Senhor. Belém 1, os pastores e os anjos nos são familiares. Mas não muito se conhece geralmente sobre os misteriosos "Magos" que vieram adorar o menino Jesus. Os acontecimentos a seguir podem ser úteis para estimular as conversas em volta da lareira enquanto nossos pensamentos se voltam para este evento incrível em que baseamos o nosso próprio calendário.
Tradições
A maior parte do que associamos com os "Magos" vem das tradições da igreja primitiva. Muitos acham que havia três deles, já que eles traziam três presentes distintos (mas o texto bíblico não diz quantos eles eram). Eles eram chamados de "Magos", da forma latinizada do grego magoi, transliterado do persa, referindo-se a um seleto grupo de sacerdotes (Nossa palavra "mágico" vem da mesma raiz).
À medida que os anos passavam, as tradições tornaram-se mais e mais enfeitadas. Por volta do século III eles já tinham nomes: Bitisaréia, Melquior [ou Belquior] e Gaspar. Alguns até mesmo os associaram com Sem, Cão e Jafé – os três filhos de Noé - e, assim, com a Ásia, África e Europa. Uma tradição armênia do século XIV os identifica como Baltasar, rei da Arábia; Melquior, rei da Pérsia e Gaspar, rei da Índia.
(Relíquias atribuídas a eles surgiram no século IV e foram transferidas de Constantinopla para Milão no quinto século, e então para Colônia em 1162, onde permaneceram em um relicário)
Estas são tradições interessantes, mas o que nós realmente sabemos sobre eles?
O Sacerdócio dos Medos
Os antigos Magos eram um sacerdócio hereditário dos medos (conhecidos hoje em dia como curdos) a quem se atribuía profundos e extraordinários conhecimentos religiosos. Após alguns Magos, que haviam sido ligados à corte Meda, provarem serem especialistas na interpretação de sonhos, Dário o Grande os pôs sobre a religião estatal da Pérsia 2 (Ao contrário do que diz a crença popular, os Magos não eram originalmente seguidores de Zoroastro 3. Isso tudo veio depois.).
Foi nesta dupla capacidade, pela qual o conselho civil e político foi investido de autoridade religiosa, que os Magos se tornaram a casta de sacerdotes supremos do império persa e continuaram a ser importantes durante os períodos Selêucida, Parto e Sassânidas subseqüentes 4.
O Papel de Daniel
Um dos títulos dados a Daniel era Rab-mag, o Chefe dos Magos 5. Sua incomum carreira incluiu ser o principal administrador em dois impérios mundiais - o babilônico e o império persa subseqüente. Quando Dário o indicou, um judeu, sobre o anteriormente hereditário sacerdócio Medo, a repercussão resultante levou à conspirações envolvendo a provação na cova dos leões 6.
Daniel aparentemente encarregou uma divisão secreta dos Magis de uma visão Messiânica (a ser anunciada no tempo devido por uma "estrela") para o seu eventual cumprimento. Mas primeiro vamos rever alguns fatos históricos.
Plano de Fundo Político
Desde os dias de Daniel as fortunas tanto dos persas quanto da nação judaica tinha estado proximamente entrelaçadas. Ambas as nações tinham, cada uma a seu tempo, caído sob dominação Selêucida, no rastro das conquistas de Alexandre. Subsequentemente, ambas reconquistaram sua independência: os judeus sob a liderança macabéia e os persas como o grupo dominante dentro do império parto.
Foi nesta época que os Magis, em seu sacerdócio duplo e ofício governamental, compuseram a casa superior do Conselho dos Megistanes (de onde tiramos o termo "magistrados"), cujos deveres incluíam a escolha absoluta e eleição do regente do reino.
Era, assim, um grupo de persas-partos "fazedores de reis" que entrou em Jerusalém nos últimos dias do reinado de Herodes. A reação de Herodes foi compreensivelmente de medo quando se considera todo o histórico de rivalidade entre romanos e persas que prevaleceu durante a sua vida.
Roma em Alta
Pompeu, o primeiro conquistador romano de Jerusalém em 63 a.C., tinha atacado o posto avançado da Partia. Em 55 a.C. Crasso, liderou legiões romanas ao saque a Jerusalém e, em um ataque subseqüente à própria Partia. Os romanos foram decisivamente derrotados na batalha de Carre, com a perda de 30.000 cavaleiros, inclusive o seu comandante. Os partos contra-atacaram com uma invasão parcial da Armênia, Síria e Palestina.
Um governo romano nominal foi restabelecido sob Antípater, o pai de Herodes, que, por sua vez afastou-se antes de outra invasão parta em 40 a.C.
Marco Antonio restabeleceu a soberania romana em 37 a.C. e, como Crasso antes dele, também embarcou em uma malsinada expedição contra os partos. Sua retirada desastrosa foi seguida por outra onda de persas invasores, que varreu toda a oposição romana da palestina completamente (inclusive o próprio Herodes, que fugiu para Alexandria e dali para Roma).
Com a colaboração dos partos, a soberania judaica foi restaurada e Jerusalém foi fortificada com uma guarnição de judeus.
Herodes, por esta época, tinha obtido de Augusto César o título de "Rei dos Judeus". No entanto, já fazia três anos, incluindo um cerco de cinco meses por tropas romanas, que Herodes havia podido ocupar a sua própria capital! Herodes rinha ganho assim o trono de um Estado-tampão rebelde, que estava situado entre dois poderosos impérios rivais. Em qualquer época seus próprios súditos poderiam conspirar para trazer os persas em seu auxílio. Na época do nascimento de Cristo, erodes podia já estar próximo ao fim da sua enfermidade. Augusto também já era velho e Roma, desde a aposentadoria de Tibério, estava sem um comandante militar experiente. Armênios pró-Pérsia estavam fomentando uma revolta contra Roma (que obteve sucesso dentro de dois anos).
As Tensões na Pártia
O período estava propício para outra invasão Persa nas províncias periféricas, exceto pelo fato de que a própria Pártia estava tomada por dissensões internas. Fraates IV, o velho e impopular rei, já tinha sido deposto e não era improvável que os Magos persas já estivessem envolvidos em manobras políticas indispensáveis para escolher o seu sucessor. Era concebível que os Magos pudessem estar tirando vantagem da falta de popularidade do rei para avançar os seus próprios interesses com o estabelecimento de uma nova dinastia, que poderia ter sido implementada se um pretendente suficientemente forte pudesse ser encontrado.
Por esta época era inteiramente concebível que as profecias messiânicas do Velho Testamento culminando nos escritos de Daniel, [ele mesmo] um dos Magos, fosse de profunda significância motivadora. A promessa de um domínio mundial divinamente imposto nas mãos de um monarca Judeu poderiam ser mais do que aceitáveis para eles (Sua própria história persa e medo-persa estava coalhada de nobres judeus, ministros e conselheiros; e nos dias do grande Aquemênides, alguns dos próprios reis tinham sangue judeu).
O Séquito Vai a Jerusalém
Em Jerusalém, o súbito aparecimento dos Magis, provavelmente viajando em comitiva com toda a pompa oriental imaginável e acompanhados por uma escolta de cavalaria adequada para garantir sua penetração segura em território romano, certamente alarmou Herodes e a população de Jerusalém.
Pareceria que aqueles Magis estariam tentando cometer um incidente de fronteira que poderia trazer uma pronta represália dos exércitos partos. O sua indagação a Herodes sobre aquele que "havia nascido rei dos judeus"7 foi um insulto calculado a ele, um não-judeu 8 que havia mentido e subornado para chegar ao trono.
Consultando os escribas, Herodes descobriu nas profecias no Tanach (o Velho Testamento) que o Prometido, o Messias, nasceria em Bethle-hem 9. Escondendo sua preocupação e expressando sincero interesse, Herodes pediu a eles que o mantivessem informado.
Depois de encontrar o bebê e apresentar a ele suas dádivas proféticas, os Magis "sendo avisados em sonho" (uma forma de comunicação muito aceitável para eles) partiram para o seu próprio país, ignorando o pedido de Herodes (Dentro de dois anos, Fraataces, o filho parricida de Fraates IV, foi convenientemente empossado pelos Magis como o novo governante da Pártia).
O Papel Messiânico de Daniel
Vivendo seis séculos antes do nascimento de Cristo, Daniel certamente recebeu um número incrível de profecias messiânicas. Além de diversas visões de toda a história mundial dos gentios 10, o anjo Gabriel disse a ele o dia preciso em que Jesus iria se apresentar como Rei em Jerusalém 11.
É interessante que a descoberta por Daniel de um partido secreto dos Magis também tenha tido um papel no fato desses eminentes Gentios estarem levando presentes no nascimento do Messias judeu.
Os Presentes de Natal
Os presentes de ouro, incenso e mirra, também eram proféticos, se referindo aos ofícios de nosso Senhor como rei, sacerdote e salvador. O ouro se refere à Sua realeza; o incenso era uma especiaria usada nos deveres sacerdotais e a mirra era um ungüento embalsamador que antecipava a Sua morte.
No milênio, Ele irá também receber os presentes do ouro e incenso 12, mas não mais a mirra: Sua morte foi uma vez para sempre.
Que presentes VOCÊ irá dar a Ele este ano? Discuta isso com Ele.
* * *
Para ver outros assuntos históricos, veja The Christmas Story: What Really Happened [A História do Natal: O que Realmente Aconteceu?]. E também para um estudo completo de um dos mais cativantes e impressionantes livros da Bíblia, veja o nosso Expositional Commentary on the Book of Daniel [Comentário Expositivo Sobre o Livro de Daniel].
- Para saber mais sobre Belém, estude o livro de Rute, em nosso pacote, The Romance of Redemption, ou Chuck's Expositional Commentary on Ruth and Esther.
- Oneiromancia, não astrologia, é a sua habilidade básica mencionada por Herodoto, I.107, 120; VII.19.
- Encyclopedia Britannica, 7:691.
- Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible, 4.31-34.
- Daniel 4.9; 5.11.
- Daniel Capítulo 6.
- Mateus 2.2.
- Herodes era indumeu (um edomita), um tradicional inimigo de Israel.
- Miquéias 5.2. (Revelado pelas Santas Escrituras, não astrologia.)
- Daniel 2 e 7. Veja também, An Empire Reborn?.
- Daniel 9.24-26. Veja também, Daniel's 70 Weeks.
Um comentário:
Comentário sobre a Bíblia e a Ciência.
Olá meu querido.
Primeiramente um ano novo abençoado para você. Que Deus possa sempre fazer
parte de sua vida e de sua família, bem como ele possa estar confirmando os
desejos de vossos corações. Muita paz, saúde e prosperidade, bem como
discernimento, sabedoria.
Em segundo lugar eu queria dizer que, como já falei anteriormente, esses
estudiosos de 1.000 pós graduações, doutorados, phDs, mestrado, MBA, cristãos ou
não, podem tê-las onde for e quantas mais quiserem ter que não ligo a mínima
prá eles. Em Tessalonicenses Paulo diz para retermos o que é bom. Somente o
Espírito Santo de Deus é que pode convencê-los, pois se acham "deuses do
conhecimento" e provavelmente acima do conhecimento e da mente (se é que podemos assim dizer) de Deus. Às vezes posso estar sendo radical demais, mas às vezes é
preciso. Deus nos deu um Espírito de ousadia e não de timidez ou
covardia. É claro que não entro em contendas e nem em discussões que não nos
leva a nada, pois o Espírito de Deus nos deu também sabedoria e
discernimento, para que no momento certo, alcançemos, por vontade DELE, estas
pessoas. Falar de Cristo é nossa missão, CONVENCER é missão do Espírito
Santo. Eu não sou contra o conhecimento, muito pelo contrário, devemos
buscar e usá-lo. O problema é quando as pessoas se "incham", "batem no
peito" se achando acima de Deus. Eu faço meu curso de Teologia e quero me
especializar em uma área sim e buscar conhecimento maior. Não sou hipócrita em dizer que não quero, mas
quero usá-lo para o trabalho do Senhor e para ajudar outras pessoas, não querendo com isso, dizer que sou melhor do
que alguém ou alguma coisa.
Em João 9:25 diz o seguinte: "– E ele retrucou: Se é pecador não sei; uma
coisa sei: Eu era cego e agora vejo".
Em 1ª Co 8:1-2, a Palavra de Deus nos mostra um conhecimento que deixa o
homem ensoberbecido mas diz que o amor edifica.
Há muita gente cheia do conhecimento, mas de um conhecimento que não tem
significado permanente, como o conhecimento de Cristo. Muitos conhecem
coisas que são interessantes, porém não indispensáveis. Outros conhecem
coisas importantes, mas não prioritárias e ainda outros conhecem coisas
maravilhosas, porém não urgentes. Mas há conhecimento que é interessante,
indispensável, importante e prioritário, maravilhoso e urgente. É o
conhecimento experimental e o cego sabia disso.
Há conhecimentos que precisamos ter, é verdade, mas existem coisas que são
indispensáveis; como:
a - Um conhecimento prioritário: 2 Tm 1:12 - "...e, por isso, estou sofrendo
estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e
estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele
dia".
b - Um conhecimento que é urgente: Rm 7:18 - "Porque eu sei que em mim, isto
é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim;
não, porém, o efetuá-lo".
c - Um conhecimento que é indispensável: Fl 4:12-13 - "Tanto sei estar
humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já
tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim como de abundância
como de escassez. Tudo posso naquele que me fortalece".
d - Um conhecimento importante: Rm 14:14 - "Eu sei e estou persuadido, no
Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele
que assim a considera, para esse é impura". 1Co 6:12 - "Todas as coisas me
são lícitas, mas nem todas convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu
não me deixarei dominar por nenhuma delas". 1 CO 10:23 - "Todas as coisas
são lícitas, mas nem todas convém; todas são lícitas mas nem todas
edificam". Tt 1:15 - "Todas as coisas são puras para os puros; todavia para
os impuros e DESCRENTES, nada é puro. Porque tanto a mente como a
consciência deles estão corrompidas".
E por fim:
e - Um conhecimento maravilhoso: Ro 8:38 - "Porque eu estou bem certo de que
nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do
presente, nem do porvir, nem poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem
qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor". 1Co 2:9 (Is 64:4; 65:17) - "Nem olhos viram,
nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam".
Podemos saber tudo aquilo que é interessante e útil, mas o essencial e
fundamental é "conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor". Oséias 6:3.
A vaidade é o pecado que nosso inimigo mais gosta e é por ela que levará muitos com ele, pois por causa dela diz o insensato: "não precisamos de Deus e não há Deus".
Fica com Deus meu irmão e firme na Rocha que é Jesus, pois "todo o que cair
sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará
reduzido a pó". (Mt 21:44).
Miranda
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