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27 novembro 2006

Equipando os Santos 19 - Choque de Racionalidade

Equipando os Santos
edição n° 19 - Teresina, 27/11/2006


Choque de Racionalidade

Poucas pessoas tiveram um impacto tão profundo em minha vida como James Choury. Isso é engraçado porque desde que o conheci, nós nos vimos poucas vezes, em comparação com outras pessoas que também influenciaram a minha vida. Eu poderia até resumir o que ele fez por mim relatando alguns dos encontros que tivemos e como isso me afetou.

O primeiro foi em 2001 (embora já nos conhecêssemos desde que ele chegou da Argentina para trabalhar no Brasil). A minha universidade estava organizando o Encontro Nacional de Filosofia daquele ano. Estudantes de todo o país estariam em Teresina. Vendo a lista dos mini-cursos que seriam oferecidos, percebi um forte apelo ao paganismo e ao secularismo. Procurei James Choury (a quem chamamos de pastor Jaime aqui) e perguntei se ele não estaria interessado em ministrar um mini-curso com uma temática cristã. Ele aceitou e ofereceu “Cristianismo: Fé e Cosmovisão Racional”. Neste curso tive o meu primeiro choque. Ele defendeu que só pessoas racionais (não-dogmáticas) podem aceitar Jesus. Eu ainda cria na separação radical entre fé e razão. O "credo quia absurdum" de Tertuliano era o meu lema. Essa foi uma mudança enorme de paradigma e foi acontecendo lentamente.

Depois, em 2003, eu quis me candidatar a uma bolsa de mestrado pela Fundação Ford. Meu interesse era demonstrar que a fé cristã fundamentada na Bíblia promove o desenvolvimento econômico, nos moldes do trabalho de Max Weber (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo). Fui procurar o pastor Jaime porque achei que nenhum professor do departamento de filosofia me ajudaria nisso. Ele me emprestou dois livros. Um foi sobre a ética do trabalho nos Estados Unidos (também fortemente calcada nos princípios protestantes) e o outro foi Discipling Nations. Este segundo me chocou! Ele ia ainda mais longe do que Weber e apresentava uma defesa racional do Evangelho como única cosmovisão capaz de promover riqueza e desenvolvimento para as nações. Comecei a procurar em mim as influências das outras visões de mundo que são fortes em nossa cultura. Tenho tentado purificar o meu pensamento como cristão desde então.

Este ano tive o terceiro encontro com James Choury que mudaria a minha vida. Ele me emprestou um livro de introdução à lógica (Copi & Cohen. Introduction to Logic. Zondervan). Eu havia passado por cima da lógica na graduação como quem tem que tomar um remédio amargo. O livro e o entusiasmo do pastor Jaime por esse assunto me fizeram entender a importância dele na vida de todo mundo, especialmente dos cristãos.

Portanto o modo como entendo a minha relação com Cristo hoje deve-se enormemente a esse homem. Este texto não é exatamente uma homenagem, mas um singelo reconhecimento do trabalho de uma vida inteira.
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Nesta edição
1. Ted Haggard e a Importância da Prestação de Contas, texto de Chuck Missler abordando um escândalo que foi além dos círculos evangélicos americanos.
2. A Velocidade da Luz Foi Superada?, uma instigante reflexão de Chuck Missler sobre a natureza da realidade segundo a física e a Bíblia.
3. Agitação Política no Líbano. Chuck Missler mostra os desdobramentos da morte de Pierre Gemayel no Líbano.
4. Atos Falam Mais do Que Palavras. Por falar em fé e razão, este artigo de Chuck Missler de setembro de 2006 ainda trata de assunto atualíssimo por conta da visita de Bento XVI à Turquia e das manifestações contra ele. Leia também notícia da época sobre o assunto para entender melhor.

Deus abençoe você!
Allan Ribeiro
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Ted Haggard e a Importância da Prestação de Contas
Do eNews issue de 07 de Novembro, 2006 de Chuck Missler,
traduzido por Allan Ribeiro
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[English]

Ted Haggard admitiu [ter praticado] "imoralidade sexual" esta semana – sem entrar em muitos detalhes – e foi afastado de sua posição como presidente da National Association of Evangelicals [Associação Nacional dos Evangélicos] e como pastor da New Life Church em Colorado Springs. A notícia sobre o seu relacionamento com um homossexual chocou e entristeceu profundamente a comunidade evangélica na América, e – como Davi com Bate-Seba – "Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem," (2 Samuel 12.14).

Haggard escreveu uma carta à sua congregação se desculpando por seus atos e aceitando a responsabilidade pelo que ele fez. Ele disse,

... Há uma parte da minha vida que é tão repulsiva e escura que eu tinha sido alertado quanto a ela por toda a minha vida adulta. Por longos períodos de tempo, eu saboreei a vitória e me jubilei na liberdade. Então, de vez em quando, a sujeira que eu pensei ter ido embora, retornava à superfície, e eu me achava tendo pensamentos e experimentando desejos que eram contrários a tudo o que eu acredito e ensino.

Através dos anos, eu busquei ajuda de muitas maneiras, e nenhuma delas mostrou-se eficaz para mim. Então, por causa do orgulho, eu comecei a enganar aqueles que eu amava mais porque eu não queria magoar ou decepcionar a eles.

A pessoa pública que eu era não era uma mentira; era somente incompleta. Quando eu parei de comunicar [outras pessoas] sobre os meus problemas, a escuridão cresceu e finalmente me dominou. Como resultado, eu fiz coisas que são contrárias a tudo o que eu creio.

Ele não deu desculpas. Ele não disse "Ah, o meu comportamento não foi tão ruim assim". Ele reconheceu a profundidade do seu pecado e de sua falha e, por vontade própria, concordou em se afastar de sua posição de liderança.

Além do seu pedido de desculpas, contudo, Haggard disse algo em sua carta que todo líder de igreja no país, e na verdade todo cristão, deveria perceber. Ele disse "Quando eu parei de comunicar [a outras pessoas] sobre os meus problemas". Em outras palavras, quando ele parou de se honesto, quando ele parou de prestar contas a alguém, foi aí que ele perdeu a luta e afundou no poço.

Tiago 5.16 diz, "Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação.".

Te Haggard era um importante líder cristão na América, uma figura pública, e um porta-voz para a comunidade evangélica. Não somente sua posição exige grande responsabilidade, mas também exige grande proteção. O Inimigo de nossas almas sabe explorar nossas fraquezas a seu favor, e nós cristãos, e especialmente os líderes cristãos, devemos ter pessoas orando por nós e conosco constantemente, para frustrarmos os esforços do Inimigo.

Cada um de nós tem a sua área de vulnerabilidade, através da qual podemos ser facilmente tentados a pecar. Podemos lutar contra a raiva, ou contra a preguiça, luxúria ou orgulho. Todos temos o nosso calcanhar de Aquiles, nosso espinho na carne que nos torna humildes e conscientes de que precisamos ser totalmente dependentes de Cristo. Mas se não comunicamos uns aos outros as áreas em que lutamos mais, então não receberemos as orações e a ajuda de que necessitamos.

Líderes cristãos não são mais santos e imunes à tentação do que o mais comum dos cristãos, homem ou mulher, no banco [da igreja]. Este é um lembrete de que todos nós precisamos orar por nossos pastores regularmente e por todos os líderes cristãos em nossas vidas. Precisamos manter uma vigilância cuidadosa sobre nós mesmos e ter certeza de que confiamos em cristãos maduros, irmãos ou irmãs (homens devem se reunir com homens e mulheres com mulheres), com os quais nos reunimos regulamente para compartilhar nossas lutas com as tentações e as áreas em que precisamos de oração. Precisamos orar com nossos cônjuges regulamente e permanecermos transparentes. Como o corpo de Cristo, devemos cuidar uns dos outros – precisamos uns dos outros (1 Cor 12.12-27).

Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. - Gálatas 6.1

Portanto levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja curado. Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, - Hebreus 12.12-15a.

Antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; - Hebreus 3.13

A notícia do pecado de Ted Haggard entristece a comunidade cristã, mas também serve como um importante alerta; somente Cristo é puro, e só ele nos deu um exemplo perfeito. O cristianismo depende da fé em Jesus Cristo, não em líderes evangélicos. Cristo é a rocha sólida sobre a qual permanecemos, e podemos ter confiança Nele somente.

K-House

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A Velocidade da Luz Foi Superada?
Chuck Missler (Traduzido por Allan Ribeiro)
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[English]

Alguns cientistas agora alegam ter rompido a barreira suprema em termos de velocidade: a velocidade da Luz.1

Físicos de partículas no Instituto de Pesquisa NEC em Princeton, aparentemente têm indicado que pulsos luminosos podem ser acelerados até 300 vezes acima de sua velocidade normal de 299.791 quilômetros por segundo.

Em um trabalho feito pelo Dr. Lijun Wang, um pulso luminoso foi transmitido através de uma câmara cheia de um gás de césio especialmente tratado. Antes que o pulso tivesse entrado completamente na câmara, ele a atravessou completamente e ainda viajou por mais 18 metros pelo laboratório. Na verdade ele pareceu existir em dois lugares ao mesmo tempo, um fenômeno que o Dr. Wang explica dizendo que ele viajou 300 vezes mais rápido que a velocidade normal da luz.

(Detalhes precisos da descoberta permanecem confidenciais porque foram submetidos à revista científica internacional, Nature, para revisão antes de uma possível publicação).

As implicações poderiam parecer inacreditáveis. Isto poderia abalar a Teoria da Relatividade de Einstein, já que ela depende em parte da velocidade da luz ser uma constante e insuperável. Desnecessário é dizer que esta pesquisa está destinada a causar uma controvérsia sem fim entre os físicos.

Uma interpretação do experimento de Princeton sugere que a luz teria chegado ao seu destino quase antes de ter iniciado sua jornada: com efeito, ela parece ter dado um salto no tempo. Uma das possibilidades é de que se a luz poderia viajar adiante no tempo, ela poderia carregar informações. Isto violaria um dos princípios básicos da física, a causalidade, que diz que uma causa deve anteceder um efeito.

Na Itália, outro grupo de físicos também obteve sucesso em quebrar a barreira da velocidade da luz. Em um artigo publicado recentemente, físicos do Conselho Nacional de Pesquisa Italiano descreveram como eles propagaram microondas em uma velocidade 25% maior que a da luz. O grupo também especula que seria possível transmitir informações mais rápido que a luz.

O Dr. Guenter Nimtz, da Universidade de Colônia, deu recentemente uma conferência em Edinburgo descrevendo como informações podem se enviadas mais rápido que a luz. Ele crê, contudo, que isto não viola o princípio da causalidade porque o tempo necessário para interpretar o sinal iria dissipar todo o tempo poupado. “A aplicação mais provável para isto não é em viagens no tempo, mas em acelerar o modo como impulsos se movem por circuitos de Computador”, disse ele.

O Dr. Raymond Chiao, professor de física na Universidade da Califórnia, Berkeley, que está familiarizado com o trabalho do Dr. Wang, disse que estava impressionado com as descobertas. Experimentos distintos feitos por Chiao indicam localidades múltiplas simultâneas. Ele demonstrou que em certas circunstâncias os fótons - as partículas que compõem a luz poderiam aparentemente saltar entre dois pontos separarados por uma barreira no que pareceria ser um tempo zero. O processo, conhecido como “entunelamento”, tem sido usado para fazer alguns dos mais sensíveis microscópios de elétrons.

As implicações das experiências de Wang irão, é claro, suscitar debates ferozes. Muitos questionarão se este trabalho pode ser interpretado como uma prova de que a luz poderia ultrapassar a sua velocidade normal – sugerindo que outro mecanismo possa estar em ação.

Wang enfatiza que os seus experimentos são relevantes somente para a luz e não poderiam ser aplicados a outras entidades físicas. Mas alguns cientistas estão começando a aceitar que o homem poderá eventualmente explorar algumas destas características em viagens interestelares.

A Natureza da Realidade

O experimento de Wang é o último e está entre as evidências mais importantes de que o mundo físico pode não operar de acordo com as convenções atualmente aceitas. No novo mundo que a ciência moderna está começando a perceber, partículas subatômicas podem aparentemente existir em dois lugares ao mesmo tempo – não fazendo distinção entre o espaço e o tempo.

O problema, de acordo com a Teoria Especial da Relatividade de Einstein, é que nada pode viajar mais rápido que a velocidade da luz. Qualquer comunicação instantânea subentendida pela visão da física quântica seria equivalente a romper a barreira e abriria a porta para todos os tipos de paradoxos inaceitáveis.

Einstein e seus colegas estavam convencidos de que nenhuma “definição razoável” da realidade poderia permitir que tais conexões mais-rápidas-que-a-luz pudessem existir (Tal argumento é atualmente conhecido como o paradoxo Einstein-Podolsky-Rosen. ou EPR).

Ao invés de crer que algum tipo de comunicação mais-rápida-que-a-luz estivesse ocorrendo, Niels Bohr, ofereceu outra explicação: se partículas subatômicas não existem até serem observadas, então não se poderia pensar nelas como “coisas” independentes.

Assim, Einstein estaria baseando seu argumento em um erro quando ele via partículas gêmeas como separadas, e seria absurdo pensar nelas de outra forma. Em tempo, a maioria dos físicos tomou o partido de Bohr e ficaram satisfeitos que sua interpretação estivesse correta.

O Cosmos Como Hiper-holograma?
Parecem haver evidências acumuladas sugerindo que nosso mundo e tudo o que há nele são somente imagens fantasmagóricas, projeções de um nível mais alto de realidade tão acima da nossa que a realidade verdadeira está literalmente além do tempo e do espaço. O principal arquiteto desta idéia assombrosa inclui um dos pensadores mais eminentes do mundo: o físico da Universidade de Londres David Bohm, um protegido de Einstein e um dos físicos quânticos mais respeitados do mundo.

O trabalho de Bohm em física do plasma nos anos de 1950 foi considerado um marco. Antes, no Lawrence Radiation Laboratory, ele percebeu que no plasma (gases compostos de elétrons de alta densidade e íons positivos) as partículas paravam de se comportar como indivíduos e começavam a se comportar como se fossem parte de um todo maior e interconectado.

Mudando-se para a Universidade de Princeton em 1947, lá também ele continuou seu trabalho sobre o comportamento de oceanos de partículas, observando seus efeitos acima de tudo altamente organizados e seu comportamento como se soubessem o que cada uma das incalculáveis trilhões de partículas individuais estavam fazendo.

A noção de Bohm da importância da interconexão, assim como anos de insatisfação com a incapacidade das teorias padrão em explicar todos os fenômenos encontrados na física quântica, o fizeram continuar procurando. Enquanto esteve em Princeton, Bohm e Einstein desenvolveram um relacionamento de apoio mútuo e compartilharam sua inquietação acerca das estranhas implicações da atual física quântica.

Uma das implicações da visão de Bohm tinha a ver com a natureza da localização. A interpretação de Bohm da física quântica indicava que no nível sub-quântico, a localização deixava de existir. Todos os pontos no espaço tornavam-se iguais a qualquer outro ponto no espaço, e ficava sem sentido falar de algo como sendo separado de qualquer outra coisa. Físicos chamam esta propriedade de “não-localidade”.

A Desigualdade de Bell
As idéias de Bohm deixaram a maioria dos físicos inflexíveis, mas agitaram o interesse de uns poucos. Um deles foi John Stewart Bell, um físico teórico do CERN, o Centro de Pesquisa Atômica em Genebra, Suíça. Como Bohm, Bell havia se tornado descontente com a teoria quântica e sentia que tinha que haver uma alternativa.

Quando Bell se deparou com as idéias de Bohm, ele imaginou se haveria alguma maneira de verificar a não-localidade experimentalmente. Desimpedido por causa de um ano sabático em 1964, ele desenvolveu uma elegante abordagem matemática que revelou como um experimento envolvendo suas partículas deveria ser feito – a agora famosa Desigualdade de Bell.

O único problema era que isso exigiria um nível de precisão tecnológica que ainda não estava disponível. Para ter certeza de que partículas – como aquelas do paradoxo EPR – não estavam usando algum meio normal de comunicação, as operações básicas do experimento teriam que ser feitas em um instante tão infinitesimalmente breve que não haveria tempo suficiente para um raio de luz percorrer a distância que separa as duas partículas. A luz viaja em torno de 30 centímetros em 1 nanossegundo (1 segundo dividido por 1 bilhão). Isto significa que os instrumentos usados no experimento teriam que fazer todas as operações necessárias dentro de alguns poucos nanossegundos.

A medida em que a tecnologia evoluiu foi finalmente possível verdadeiramente realizar o experimento de duas partículas esboçado por Bell. Em 1982, uma experiência feita por um grupo de pesquisa liderado pelos físicos Alain Aspect, Jean Dalibard, e Gérard Roger no Instituto de Ótica Teórica e Aplicada, em Paris, foi bem sucedida.

Eles produziram uma série de fótons gêmeos ao aquecer átomos de cálcio com laser, permitiram que cada fóton viajasse em direções opostas por 6,5 metros de tubos e passassem por filtros especiais que os direcionavam para um dos dois analisadores de polaridade possíveis.

Cada filtro levou 10 nanossegundos para alternar de um analisador para o outro, em torno de 30 nanossegundos menos do que a luz levou para percorrer todos os 13 metros que separava cada conjunto de fótons. Desta maneira, Aspect e seus colegas foram capazes de descartar qualquer possibilidade de que os fótons tivessem se comunicado através de qualquer outro processo físico conhecido.

A experiência foi um sucesso. Do jeito que a teoria quântica havia previsto, cada fóton ainda foi capaz de correlacionar seu ângulo de polarização com aquele de seu gêmeo. Isto significa que nem a proibição de Einstein contra comunicações mais-rápidas-que-a-luz estava sendo violada e nem que os dois fótons estavam conectados não-localmente.

Este experimento demonstrou que a rede de partículas subatômicas que compreendem o nosso universo – o próprio tecido da “realidade” – possui o que parece ser uma propriedade “holográfica”2.

Será a Realidade Somente Virtual?
Uma das sugestões mais surpreendentes de Bohm é que a realidade mais tangível de nossas vidas cotidianas é, na verdade, um tipo de ilusão, como uma imagem holográfica.
Por baixo dela há uma ordem de existência mais profunda, um vasto nível mais primário de realidade que dá origem a todos os objetos e aparências de nosso mundo físico da mesma maneira que um pedaço de filme holográfico dá origem a um holograma. Bohm chama este nível mais profundo da realidade de a ordem contida (“envolta”) e ele se refere ao nosso nível de existência como a ordem exposta (“revelada”)3.

Muitos físicos permanecem céticos acerca das idéias de Bohm, mas entre aqueles que lhe são solidários, estão Roger Penrose, de Oxford, o criador da moderna teoria dos buracos negros; Bernard d'Espagnat da Universidade de Paris, uma das maiores autoridades nos fundamentos conceituais da teoria quântica, e, de Cambridge, Brian Josephson, ganhador do Nobel de física de 1973. Josephson crê que a ordem envolta de Bohm poderá algum dia até mesmo levar á inclusão de Deus na estrutura da ciência, uma visão que Josephson apoia 4.

O paradigma holográfico ainda é um conceito em desenvolvimento e cifrado por controvérsias. Por décadas a ciência tem escolhido ignorar as evidências que não se encaixam nas teorias padrão. No entanto, o volume de evidências agora alcançou o ponto em que a negação não é mais uma opção viável.

(O recente filme O 13° Andar, explora uma “simulação dentro de uma simulação”, com um enredo envolvendo pessoas virtuais vivendo em um mundo virtual com os participantes transitando entre os dois níveis).

Estas noções não estão muito distantes da apresentação bíblica do mundo físico como sendo subordinado à realidade superior do mundo espiritual 5.

A Bíblia, incidentalmente, é também única entre todos os livros religiosos no que ela também mostra um universo de mais de três dimensões 6, revela um Criador que é transcendente à Sua Criação 7, e que entrou no tempo e espaço para criar o supremo paradoxo ao cumprir o nosso futuro!

Julho de 2000
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**NOTAS**
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1. Jonathan Leake, "Eureka! Scientists Break The Speed of Light," [Eureka! Cientistas Rompem a Velocidade da Luz] Editora Science, Sunday Times, 4 de Junho, 2000. Internet: http://www.sunday-times.co.uk
2. Pode vir a ser uma surpresa descobrir que a primeira implementação tecnológica direta destes estranhos princípios da mecânica quântica seja na criptologia. Pesquisadores britânicos têm trabalhado em um aparelho de codificação e decodificação quântica. O artefato permite que uma chave seja distribuída de maneira tal que caso a chave se torne conhecida por um ouvinte involuntário, o transmissor da chave e todos os receptores designados saberão instantaneamente. (Paul D. Townsend, "Quantum Cryptography on Multi-user Optical Fibre Networks," [Criptografia Quântica em Redes de Fibra Ótica para Multi-Usuários] Nature, N°. 385, 1997, pp.47-49; Richard J. Hughes, "Quantum Security is Spookily Certain,"[Segurança Quântica é Assombrosamente Certa] Ibid. Ver também Códigos Cósmicos , do autor deste artigo.)
3. Esta é uma reminiscência do Sonho do Rei Vermelho em Através do Espelho, no qual Alice encontra-se em profundas águas metafísicas quando os irmãos Tweedle defendem o ponto-de-vista de que todos os objetos materiais, incluindo nós mesmos, são somente "tipos de coisas" na mente de Deus.
4. The Reach of the Mind: Nobel Prize Conversations [O Alcance da Mente: Conversas com Prêmios Nobel] Saybrook Publishing Co., Dallas TX, 1985, p.91.
5. 2 Coríntios 4.18.
6. Efésios 3.18.
7. Eastman & Missler, The Creator Beyond Time and Space [O Criador além do Tempo e do Espaço], The Word for Today [A Palavra para Hoje em Dia], Costa Mesa CA, 1996.


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Agitação Política no Líbano
Da eNews issue de 21 de novembro de 2006. Por Chuck Missler,
traduzido por Allan Ribeiro
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[English]

Na terça-feira, Pierre Gemayel, um influente membro do governo libanês, foi alvejado na capital do Líbano, Beirute. Gemayel era um cristão que se opunha ao envolvimento da Síria na política do Líbano. O assassinato de Gemayel tem recebido uma imediata condenação da comunidade internacional, e tem sido um agravante em uma situação já tensa. Nos últimos dois anos pelo menos cinco outras eminentes personalidades libanesas foram assassinadas, das quais todas eram notoriamente críticos da Síria.

Se a Síria for a responsável pela morte de Gemayel, então claramente não aprendeu com os seus erros. Em fevereiro do ano passado, outro notório crítico da Síria foi assassinado. Rafik Hariri, um influente líder e ex-primeiro ministro do Líbano, foi morto em uma grande explosão que ceifou as vidas de 21 pessoas. É crença geral que a Síria foi diretamente responsável pelo atentado, embora o seu plano tenha dado errado. Ao invés de silenciar um crítico importante, a Síria fez de Hariri um mártir e trouxe a situação do Líbano à atenção internacional. Sob imensa pressão da comunidade internacional, a Síria foi forçada a retirar as suas tropas do Líbano, dando fim a 30 anos de presença militar síria no país destruído pela guerra [civil].

Ainda não se sabe quais os efeitos que a morte de Pierre Gemayel terá sobre a política libanesa, no entanto seus partidários já começaram a fazer mobilizações contra o Hezbollah e seus aliados pró-Síria. Enquanto isso, existem crescentes evidências que sugerem que a Síria, o Irã e o Hezbollah podem tentar derrubar o frágil governo libanês. Nas últimas semanas, o Hezbollah tem consolidado o seu poder no Líbano, chegando ao ponto de exigir mais cadeiras no parlamento. O líder do Hezbollah, xeique Hassan Nasrallah, tem dito que o atual governo libanês poderia "ir" e um novo poderia tomar o seu lugar. Ele não disse como ou quando isso poderia acontecer. Então, em seguida aos comentários de Nasrallah, seis membros pró-Síria dos 24 ministros do governo libanês, renunciaram.

Nasrallah tem ameaçado organizar protestos em oposição ao governo, mas especialistas crêem que o Hezbollah pode tentar derrubar o fraco governo democrático organizando boicotes e greves – paralisando o país. Eles poderiam até mesmo tentar acabar com os serviços públicos de fornecimento de eletricidade, água e outros serviços do governo em uma tentativa de desestabilizar ainda mais a região. Se o Hezbollah for bem-sucedido em sitiar o poder no Líbano, então a nação poderia sem dúvidas se tornar uma plataforma para a guerra do Irã contra Israel e contra o ocidente.

De acordo com a resolução do Conselho de Segurança da ONU que encerrou a guerra Israel-Hezbollah n último verão, o Hezbollah deveria estar sendo desarmado. Mas, sem surpresa alguma, isto nunca aconteceu. O Conselho de Segurança aprovou pelo menos 7 resoluções nos últimos 28 anos que exigiam a mesma coisa – nenhuma foi posta em prática com sucesso. O Irã e a Síria agora estão tirando vantagem da calmaria atual para rearmar a organização terrorista. O Irã ainda não tem poder militar suficiente para levar a cabo um ataque direto a Israel, assim eles usam o Hezbollah como substituto. O Hezbollah é um jogador importante na política do Líbano e um importante provedor de serviços sociais aos milhares de xiitas libaneses. Eles mantêm hospitais, escolas, orfanatos e uma estação de televisão. Sua base está nas áreas do Líbano dominadas pelos xiitas, incluindo partes de Beirute, sul do Líbano e o vale do Bekaa. Além disso, os serviços de inteligência americanos relatam que as células do Hezbollah operam em regiões que incluem a Europa, África, América do Sul e do norte.

Especialistas atribuem muito da grande popularidade do Hezbollah deve-se à suas alegações de terem forçado Israel a se retirar do território libanês, algo que nenhum governo ou grupo árabe jamais havia conseguido. O Hezbollah promoveu uma violenta campanha por 18 anos contra o controle de Israel sobre uma auto-declarada "zona de segurança" no sul do Líbano, a qual Israel havia estabelecido após a invasão ao Líbano de 1982 por forças sob o comando do então ministro da defesa de Israel, Ariel Sharon. Em 2000, após sofrerem muitas baixas, o então primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, ordenou que as tropas de Israel deixassem unilateralmente a zona de segurança. Para milhões de árabes, o Hezbollah adquiriu status heróico, e muitos militantes palestinos em guerra com Israel citam o Hezbollah como sua inspiração.

K-House

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Atos Falam Mais do Que Palavras
Da eNews issue de 19 de Setembro, 2006 de Chuck Missler,
traduzido por Allan Ribeiro
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O papa Bento XVI tem recebido pesadas críticas por citar uma frase de um imperador bizantino do século 14 sobre o Islamismo. Em um discurso para uma audiência acadêmica na Alemanha, o papa falou sobre difundir a fé através da razão, ao invés de através da violência. Durante o discurso, ele citou o imperador bizantino Manuel II Palaeologus, dizendo "Mostre-me o que Maomé trouxe de novo, e ali você encontrará somente maldade e desumanidade, como a sua ordem para difundir pela espada a fé que ele pregava".

O papa também citou o argumento do imperador de que, "quem quer que leve alguém à fé, precisa da habilidade de falar bem e de usar a razão de maneira apropriada, sem violência e ameaças... Para convencer uma alma racional, não se precisa de um braço forte, ou armas de qualquer tipo, ou quaisquer meios de ameaçar uma pessoa de morte".

Os comentários do papa causaram grande ressentimento no mundo islâmico. A maioria dos muçulmanos expressou a sua raiva sem apelar para a violência. No entanto, manifestantes muçulmanos no Iraque e na Caxemira queimaram o papa em sua efígie, pelo menos 1.000 muçulmanos se reuniram para protestar na Indonésia e militantes da Al Qaeda no Iraque juraram ir à guerra contra os "adoradores da cruz". Após os comentários do papa, 2.000 palestinos protestaram em Gaza City, acusando o papa de liderar uma nova cruzada contra o mundo muçulmano. No dia seguinte cindo igrejas foram atacadas nos territórios palestinos, de acordo com um relatório da Associated Press:

"Bombas incendiárias deixaram marcas negras de queimadura nas paredes e janelas das igrejas Anglicana e Ortodoxa Grega de Nablus. Pelo menos cinco bombas incendiárias atingiram a igreja anglicana e a suas portas foram posteriormente incendiadas. Em um telefonema para a Associated Press, um grupo assumiu a autoria dos ataques, dizendo que eles foram feitos para protestar contra as citações do papa em um discurso esta semana na Alemanha ligando o islamismo à violência".

Os líderes muçulmanos em todo o mundo exigiram que o papa se retratasse, e ele tem desde então se desculpado publicamente por seus comentários.

As Raízes do Problema

Nos últimos dias muitos comentaristas têm avaliado a controvérsia. Alguns dizem que o pedido de desculpas do papa foi inadequado. Outros dizem que seus comentários foram tirados do contexto. No entanto muito poucas pessoas parecem ter parado para perguntar-se o óbvio: é verdade? O corão defende o uso de violência como meio de difundir a fé islâmica?

A maioria dos americanos – e mesmo dos cristãos – não tem consciência da natureza do islamismo: sua origem, sua ideologia e seus métodos. Há é claro, islâmicos "moderados" por todo o mundo que amam a paz e não partilham a visão dos "extremistas" e "fundamentalistas". Mas também precisamos reconhecer que os ensinamentos basilares do corão são tudo, menos pacifistas:

"Luta e mata os pagãos (infiéis) onde quer que tu os encontre, e arma sítio contra eles, cerca-os e arma tocaia para eles em todo estratagema de guerra" – Sura 9.5.

"Profetas, fazei guerra contra os descrentes e hipócritas, e sejais rigorosos com eles " – Sura 9.73.

"Não permitais que os descrentes pensem que poderão jamais escapar. Eles não têm o poder para tal. Ajuntai contra eles todos os homens e toda cavalaria sob tuas ordens, para que possais infligir terror no inimigo de Deus e no teu inimigo... Profeta, (Maomé) incitou os fiéis às armas! Se eles (os não-muçulmanos) se inclinarem para a paz (aceitarem o islamismo), façam a paz com eles" – Sura 8.59.

"Se eles rejeitarem o teu julgamento, saibais que é o desejo de Alá que eles sejam castigados por seus pecados" – Sura 5.49.

"Crentes (mulçumanos), não tenhais nem judeus e nem cristãos como vossos amigos: eles são amigos uns dos outros. Qualquer de vós que buscar amizade com eles se tornará um dos seus, e Deus não guia (aqueles judeus e cristãos) pecadores" – Sura 5.51.

Não se deixe enganar pela propaganda enganosa e pelas generalidades politicamente-corretas*. A causa do terrorismo islâmico não é uma busca por justiça social. Não é liberdade para um grupo específico de pessoas oprimidas. O objetivo do terrorismo islâmico – em última instância – é levar todo o mundo a se sujeitar à sua versão do islamismo fundamentalista. Nenhuma conciliação irá pará-los. Eles não querem paz, a não ser nos seus próprios termos.

* Leia mais a respeito disso aqui.

K-House

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