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29 janeiro 2005

O Problema com os Evangélicos

Por Don Closson , traduzido por Allan Ribeiro

Você se considera um evangélico? Você sabe o que este termo significa? Para alguns, “evangélico” passou a representar tudo o que há de errado em religião, especialmente em sua intersecção com a política e com o poder. Para outros, a palavra evoca a tradição de séculos que mantém em alta conta os melhores atributos da fé cristã por todo um espectro de denominações e movimentos. Como resultado, ninguém nunca sabe de verdade que resposta esperar quando uma conversa sobre evangélicos começa.

Darrell Bock, professor no Seminário Teológico de Dallas escreveu recentemente um editorial para o Dallas Morning News para tentar ajudar pessoas de fora a entender melhor o que os evangélicos crêem e esperam alcançar. Citando o documento recentemente publicado, conhecido como An Evangelical Manifesto, Bock enfatizou a centralidade da fé em Jesus Cristo, o desejo de ter um foro público civil que reconheça e proteja a liberdade religiosa e a tolerância, e um chamamento aos evangélicos para que se comprometam com um auto-exame sério e com o arrependimento. Os evangélicos estão unidos pela sua teologia e pelo papel central que a Bíblia desempenha na formação disso. Isto não significa que nós concordamos em cada aspecto da doutrina, mas nós temos em comum as boas novas da salvação em Cristo que a Bíblia ensina. Na verdade, o rótulo evangélico vem de uma palavra grega para a palavra boas novas ou gospel, que é encontrada no Novo Testamento.

O jornal rapidamente imprimiu algumas respostas ao texto do Dr. Bock que mostram o quão difícil pode ser modificar as percepções das pessoas. Uma leitora escreveu que “Os evangélicos são definidos por uma total oposição ao aborto e uma rejeição aos homossexuais e suas idéias.”. E, embora o Dr. Bock tenha mencionado especificamente que os evangélicos não querem criar um governo orientado por Deus ou por líderes religiosos, ela acrescentou que os evangélicos “ficariam felizes em fazer parte de uma teocracia”. Parece esquisito quando uma pessoa diz, “Isto é o que eu acredito”, e alguém responde, “Não, você não acredita não; o que você realmente acredita é nisto”.

Outro leitor escreveu que quando os evangélicos “aceitam a fé de outra pessoa como igualmente válida com relação à sua, é porque aconteceu um progresso” 1. Esta crítica reflete a dificuldade americana no que diz respeito à virtude altamente valorizada da tolerância. A presunção é que se alguém reside em uma sociedade pluralista, então todas as visões devem ter um peso igual na cultura e que nenhuma pode alegar ter uma perspectiva privilegiada sobre a verdade. Presume-se que em uma sociedade tolerante todos devem estar em acordo sobre os problemas éticos e devem aceitar todas as religiões como igualmente válidas. O primeiro comentário parece estar dizendo que se você é como Cristo, você não deve condenar nada. O segundo traz a idéia de que a tolerância exige a aceitação de todas as idéias religiosas, mesmo que elas contradigam umas às outras.

Como um cristão que valoriza a virtude da tolerância responde a essas acusações? Como An Evangelical Manifesto descreve, nós não estamos lutando por um foro público santo, uma sociedade na qual somente um grupo de idéias ou soluções religiosas são consideradas. Mas tampouco nós cremos que foro público secular seja do melhor interesse de nossa nação. Nossa esperança é termos um foro público civil, um em que a verdadeira tolerância seja praticada. Quando entendida corretamente, a tolerância permite que um diálogo civil entre posições concorrentes, e até contraditórias, sobre tópicos importantes com o intuito de que a melhor solução eventualmente encontre aprovação.

Tradicionalmente a tolerância tem significado que alguém suporta uma idéia ou ato com o qual discorda em favor de um bem maior. Na verdade, torna-se rapidamente óbvio que, a não ser que haja um desacordo, a tolerância não pode nem mesmo ocorrer. Nós podemos tolerar ou suportar alguma cooisa somente quando antes discordamos dela. Em uma sociedade tolerante as pessoas irão tolerar aqueles de quem discordam com a esperança de estabelecer a sua posição, de modo que possam influenciar políticas e ações futuras. O aborto e o homossexualismo são problemas que dividem a nossa nação profundamente. No entanto, uma resposta tolerante ao conflito não é forçar todo mundo a concordar com o ponto-de-vista de alguém, mas suportar, ou tolerar a oposição enquanto estabelece a sua posição. Sendo o bem maior um foro público civil e a oportunidade de transformar corações e mentes acerca do que é mais saudável para o futuro da América, e o que consideramos ser uma visão moralmente superior baseada na Palavra de Deus.

Os cristãos precisam praticar a tolerância também uns com os outros em prol do bem maior representado pela unidade e para mostrar ao mundo um exemplo do amor cristão. An Evangelical Manifesto tem sido criticado por alguns dentro da igreja porque tem recebido comentários favoráveis de pessoas de outras profissões de fé. A idéia é que se um hinduísta acha algo de bom neste documento, aqueles que o escreveram não devem ser “cristãos” o suficiente. Esta “culpa por associação” falha em lidar de modo justo com as idéias do documento. Ela também ignora as vezes na Escritura em que fomos orientados a “suportarmos” uns aos outros (Romanos 15.1, Colossenses 3.13).

An Evangelical Manifesto pode não ser um documento perfeito, mas é um passo útil para explicar para o mundo vigilante o que nós cristãos somos. Ele traz o foco de volta ao Evangelho de Cristo e uma ênfase em vivermos como Cristo. Ele nos lembra que nós temos uma mensagem de graça e perdão para compartilhar, não de lei e legalismo.

Notas

1. Dallas Morning News, 13 de maio de 2008

© 2008 Probe Ministries


Sobre o Autor

Don Closson recebeu sua graduação em educação pela Southern Illinois University,o mestrado em Administração Educacional pela Illinois State University, outro em Estudos Bíblicos pelo Dallas Theological Seminary. Ele foi professor e administrador de uma escola pública antes de se juntar a Probe Ministries como pesquisador associado no campo da educação. Ele é o editor geral de Kids, Classrooms, and Contemporary Education [Crianças, Salas de Aula e Educação Contemporânea] e pode ser contactado através por e-mail em dclosson@probe.org.

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