Equipando os Santos
edição n° 16 - Teresina, 30 / 09 /2006
Será que é Verdade?
edição n° 16 - Teresina, 30 / 09 /2006
Será que é Verdade?
Conforme estamos aprendendo com James Choury, duas proposições antagônicas não podem ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo. Esta regra de ouro vale para todos os aspectos da nossa vida. Ela é especialmente válida para discernirmos que discurso religioso é verdadeiro.
Ao contrário do que diz o senso comum, Deus não é o mesmo em todas as religiões e nem todas as religiões estão com a verdade. Dizer isso não significa desprezar ou diminuir ninguém, significa simplesmente reconhecer um fato.
Qualquer pessoa em posse integral de suas faculdades mentais tem o direito e deve analisar o que ouve, fazendo-se a seguinte pergunta: será que (o que estou ouvindo, ou lendo) é verdade? A Bíblia diz que "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). Este exame é importante principalmente em questões de vida ou morte como as que a religião nos traz. Pascal (1623-1662), o genial matemático e filósofo francês, colocou muito bem a urgência deste tema em seu "(...)célebre argumento da aposta; afirmava que se devia apostar na vida imortal prometida pelo cristianismo, pois ganhando-se a aposta, tudo estava ganho, e perdendo-se, nada se perdia na realidade".
A mentira foi a arma usada por Lúcifer para enganar Adão e tomar posse dos seus direitos sobre a terra e tudo o que nela há (Gênesis 3.1). Ao enganar Eva, Lúcifer a convenceu de que Deus havia mentido quando dissera que ela e Adão morreriam se comessem da Árvore do Bem e do Mal. Acreditando na mentira, Adão (quando desobedeceu após Eva lhe mostrar o fruto proibido) e Eva passaram a ser escravos dela e tudo o que lhe pertencia passou a ser de Lúcifer, o pai da mentira (João 8.44). Certamente que Deus não poderia deixar de cumprir o que havia dito a Adão e nem poderia tomar de Lúcifer o que ele ganhara legalmente. Assim, Deus precisou pagar o preço da morte para que o Seu relacionamento com o Homem pudesse ser restaurado.
Satanás continua a espalhar mentiras até hoje. E muitos são os que as aceitam sem contestar. Nosso papel aqui é ajudar a mostrar algumas verdades para que você possa discernir a Verdade.
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Nesta edição trazemos o segundo artigo de James Choury sobre lógica e design inteligente, um artigo curto, mas muito instigante sobre os números do conflito entre israelenses e palestinos e, seguindo a sugestão do irmão Miranda (que me alertou para o perigo que representa Hugo Chavez), um artigo de Chuck Missler sobre esse ditador e um artigo extra sobre a divindade de Cristo.
Deus abençoe você,
Allan Ribeiro
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Acaso ou Design Inteligente? (Parte 2)
Por James Andrew Choury, servindo junto a WorldVenture no norte do Brasil
Por James Andrew Choury, servindo junto a WorldVenture no norte do Brasil
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O que a Lógica e as leis da probabilidade têm em comum com evidências da existência de Deus? O primeiro versículo da Bíblia diz que no início Deus criou os céus e a terra. O Salmo 19.1-4 e Romanos 1.20 nos dizem que a criação proclama a existência de Deus e Seus atributos invisíveis e que esta proclamação é inteligível ao homem de tal maneira que não prestar atenção a ela leva á condenação do homem.
Como a criação proclama a existência de Deus e os atributos invisíveis de tal modo a deixar qualquer um que não O reconheça sem desculpa?
Pelo menos uma parte da reposta deve ser encontrada no cálculo de probabilidades. No estudo das probabilidades nós aprendemos que fenômenos complexos e inter-relacionados muito raramente ocorrem simplesmente por acaso. Quando encontramos algo complexo e inter-relacionado, a inclinação racional é presumir que aquilo foi planejado ou pré-arranjado. Assim a proclamação da existência, poder e natureza divina de Deus são revelados pela ordem e complexidade da criação porque a experiência e uma compreensão da matemática nos dizem que coisas complexas e inter-relacionadas acontecem através de planejamento. Discussões sobre a existência de Deus naturalmente (e, como deveremos ver a seguir, necessariamente) giram em torno do tema do acaso ou planejamento (design).
Vamos voltar à Lei do Terceiro Excluído, descrita na Parte I. Logicamente nós podemos afirmar que a vida e o universo vieram a existir por acaso ou que eles vieram a existir por "não-acaso". Foi por acaso ou não e tem que ter sido um ou o outro. Se foi por acaso então somos automaticamente levados às áreas da matemática e dos cálculos de probabilidade. Se foi por acaso, é lógico perguntar "quais são as chances?"; "Essas chances são razoáveis?"*; Será que o acaso é uma boa explicação para a existência do universo e da vida?
Se considerarmos a outra única alternativa lógica, "não-acaso", aonde isso nos leva? Quando dizemos que algo resultou de "não-acaso" nós estamos falando sobre design ou sobre algum tipo de intervenção inteligente.
Somos pegos entre duas opções pela Lei do Terceiro Excluído. Acaso ou não-acaso. Podemos concordar que "não-acaso" é somente outra maneira de dizer "design"? se for, estamos falando sobre acaso ou design. Pode haver design sem inteligência? Se não, estamos falando sobre acaso ou design inteligente. Não há outras opções. É a Lei! A Lei do Terceiro Excluído.
Ora, algum pensador astuto pode propor uma terceira via: "Pode ter sido parte por acaso e parte por design". Bom raciocínio! Mas esta opção somente leva ao genuíno dilema anterior. Se parte foi por acaso, precisamos definir qual parte. Se alguma parte foi por acaso, precisamos perguntar quais são as chances. Se parte foi por design precisamos perguntar quem ou o que foi o designer? Não, não há escapatória por este caminho. A Lei do Terceiro Excluído só se fortalece por esta terceira alternativa proposta.
Nós demonstramos que a Lei do Terceiro Excluído, quando aplicada à questão da existência da vida e do universo, nos deixa com somente duas opções racionais: "acaso" ou "não-acaso". Se escolhermos "acaso", teremos que encarar algumas questões sobre as probabilidades de tal acaso. Se escolhemos "não-acaso", somos forçados a admitir logicamente que a vida e o universo são o resultado de design e termos que encarar a questão da existência e da identidade do designer.
Exercícios:
1. Escreva um breve ensaio sobre os pensamentos encontrados em Gênesis 1.1, Salmos 19.1-4 e Romanos 1.20.
2. Tente encontrar uma terceira possibilidade para a existência da vida e do universo fora das duas opções acima "acaso" e "não-acaso".
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O Conflito Israel x Palestina em Números
Por Chuck missler, traduzido por Allan Ribeiro
Da newsletter de 26 de setembro de 2006
Por Chuck missler, traduzido por Allan Ribeiro
Da newsletter de 26 de setembro de 2006
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56% dos israelenses apoiam a negociação com o governo palestino do Hamas.
75% dos israelensers crêem que Israel está lutando por sua sobrevivência.
63% dos palestinos apóiam a adoção dos métodos do Hezbollah de atacar cidades de Israel com foguetes.
57% dos palestinos disseram apoiar o bombardeio de civis israelenses.
75% dos palestinos disseram apoiar o seqüestro de soldados das Forças de Defesa de Israel.
80% dos palestinos crêem que Israel e a Palestina não podem coexistir.
Número de judeus no mundo: aproximadamente 14 milhões
Número de judeus nos Estados Unidos: aproximadamente 6 milhões
Número de judeus em Israel: aproximadamente 5 milhões
Número de judeus mortos no Holocausto: aproximadamente 7 milhões
Refugiados palestinos buscando o "Direito de Voltar" para Israel: mais de 4 milhões
Refugiados judeus expulsos de países árabes: mais de 1 milhão
Número de vezes que os palestinos foram oferecidos um Estado só seu e recusaram: pelo menos duas (em 1948 e 2000).
Número de homens ativos nas forças armadas em países vizinhos a Israel: mais de 2 milhões.
Número de homens ativos nas forças armadas de Israel: 170.000
Número de vezes que Jerusalém é mencionada pelo nome na Bíblia: 811.
Número de vezes que Jerusalém é mencionada pelo nome no Corão: 0.
Número de ataques terroristas ao redor do mundo de agosto de 1998 a agosto de 2003, de acordo com a [agência de notícias] Associated Press: 15
Número de ataques terroristas em Israel incluídos nesta lista: 0.
Número de ataques terroristas em Israel neste período: mais de 800
Período de tempo após o estabelecimento das Nações Unidas antes que a expressão "anti-semitismo" fosse mencionada pela primeira vez em uma resolução da ONU: 50 anos.
Número de resoluções do Conselho de Segurança da ONU condenando Israel: mais de 50.
Número de resoluções do Conselho de Segurança da ONU condenando palestinos: 0.
Número de resoluções da Assembléia Geral da ONU condenando Israel: mais de 300.
Número de resoluções da Assembléia Geral da ONU condenando palestinos: 0.
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A Venezuela de Chavez: Não há Nada Para Rir
Da Newsletter de 26 de Setembro de 2006. Por chuck Missler,
traduzido por Allan ribeiro
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Da Newsletter de 26 de Setembro de 2006. Por chuck Missler,
traduzido por Allan ribeiro
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Nos últimos sete anos o presidente venezuelano, Hugo Chávez tem virtualmente destruído o que já foi uma vez a mais próspera e estável democracia na América do Sul. Mias da metade dos eleitores de Chávez vive na pobreza. A inflação na Venezuela subiu para 15 por cento e as taxas de desemprego chegam a 13 por cento. Além disso, crimes violentos, particularmente na capital, Caracas, têm aumentado exponencialmente em anos recentes. A Venezuela agora tem o maior número de mortes por armas de fogo per capita do mundo, a situação tem sido descrita como estando “absolutamente fora de controle”.
Antes de Chávez subir ao pode em 1998, a Venezuela rica em petróleo era uma nação abastada e uma das democracias mais antigas da América do Sul. Esta riqueza atraiu um grande fluxo de imigrantes pobres dos vizinhos Colômbia, Peru, Equador e Caribe. Os pobres tornaram-se crescentemente resentidos com os ricos e com a classe media. Hugo Chávez, preso por um golpe fracassado em 1992, mas solto mais tarde, tornou-se o campeão dos pobres durante as eleições de 1998.
Chavez, um socialista declarado, venceu as eleições com 56% dos votos. Ele imediatamente abraçou o líder comunista de Cuba, Fidel castro, como aliado principal da Venezuela. Ele também chamou Saddam Hussein [então ditador] do Iraque de “irmão” e alinhou-se com o [ditador] líbio, Muammar Kadaffi. Chávez então formou alianças com o norte-coreano Kim Yong-Il e depois com o [falecido] líder palestino Yasser Arafat.
No ultimo ano, as relações internacionais entre os Estados Unidos e a Venezuela têm se tornado seguramente piores. Em um discurso recente diante da Assembléia Geral das Nações Unidas, Chávez referiu-se ao presidente Bush como “diabo” e “tirano”. Seus comentários provocaram risos entre os membros da Assembléia Geral, e tornaram-se o assunto principal para a mídia. Ele descreveu os Estados Unidos como “a maior ameaça ao mundo hoje”, e disse que “O império dos Estados Unidos está caindo e terminará em um futuro próximo, para o bem de toda a humanidade”.
Óleo para o Harlem
Somente um dia após o discurso de Chávez nas Nações Unidas, ele apareceu em uma igreja no Harlem, onde continuou com suas críticas ao governo Bush e discutiu a expansão de uma iniciativa de distribuição de óleo para aquecedores. Ano passado a companhia de petróleo venezuelana, Citgo, iniciou um programa para fornecer combustível barato a famílias de baixa-renda em Boston, Chicago e Nova York. Uma organização não-governamental envolvida na distribuição do combustível, Citizens Energy Corporation, foi fundada por Joseph Kennedy II, um ativista liberal e filho do falecido senador Robert F. Kennedy.
O fato de que alguém com Chávez está demonstrando interesse em ajudar os desprivilegiados da América deveria acionar o alarme. Afinal, o modo como Chávez se relaciona com os Estados Unidos tem sido tudo, menos diplomático. Não se enganem, esta última manobra não é um ato de caridade. É uma manobra política para comprar influência entre membros do congresso [americano]. Ele tem feitos acordos semelhantes em países vizinhos como meio de fortalecer laços com aqueles que compartilham ideais semelhantes. Na Nicarágua, por exemplo, Chávez vendeu óleo abaixo do preço de mercado para líderes políticos com inclinações socialistas.
Não Fale Mal
A despeito da inflação crescente, desemprego, pobreza e crime, Hugo Chávez tem conseguido manter um bom nível de popularidade. Chávez tem conseguido sobreviver a muitos esforços para removê-lo do poder, incluindo uma tentativa de golpe e um referendo nacional. Ele tem se mantido no poder em grande parte por causa de uma agressiva campanha de marketing que tem transferido a culpa por todos os problemas do povo para todo mundo, desde os burocratas nacionais até ao império tirânico que são os Estados Unidos.
Chávez deve de reeleger em dezembro. Em uma tentativa de manter a presidência e assim "continuar a revolução", Chávez tem apertado suas garras contra a liberdade de expressão na Venezuela. Chávez aprovou novas leis regulamentando a mídia assim como um novo código penal que torna crime praticamente qualquer expressão com a qual o governo não concorde. As novas leis dizem que "qualquer um que ofenda com suas palavras ou por escrito ou de qualquer outra maneira desrespeite o presidente da república" pode ser jogado na prisão. As novas leis aplicam-se a comentários feitos tanto em público quanto em particular. Jornalistas acusados de receberem qualquer tipo de financiamento estrangeiro poderão ser presos por até 30 anos e não terão [nem mesmo] o direito de um processo devidamente legal.
A Ameaça Crescente
No ano passado, o orçamento de defesa da Venezuela aumentou em 31%, para mais de 2 bilhões de dólares. Este número não inclui um acordo de defesa de 2.2 bilhões de dólares fechado recentemente com a Espanha. A Venezuela está comprando helicópteros, navios e aviões de transporte militar. Eles também adquiriram 100.000 [rifles] de assalto Kalashnikov de fabricação russa. Planos também estão sendo feitos para comprar submarinos e jatos de combate russos (além de seus acordos [de venda] de armas, a Rússia também tem apoiado a pretensão da Venezuela de juntar-se ao Conselho de Segurança da ONU [como membro temporário. Aliás, tem recebido também o apoio do Brasil neste pleito!]).
A Venezuela tem emergido como um centro potencial de terrorismo no hemisfério ocidental, dando assistência a radicais islâmicos do oriente médio e a outros terroristas. Os grupos terroristas do oriente médio estão operando células na Venezuela, inclusive células de apoio a organizações como o Hamas e Hezbollah. Milhares de documentos de identidade venezuelanos estão sendo distribuídos a estrangeiros das nações do oriente médio, incluíndo Síria, Paquistão, Egito e Líbano.
As restrições às liberdades democráticas na Venezuela e a infiltração de radicais islâmicos na América do Sul são preocupações sérias. Embora a situação na Venezuela tenha sido ofuscada por eventos no oriente Médio, ela ainda é uma séria ameaça aos interesses e à segurança dos Estado Unidos [e do resto do mundo livre].
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A Divindade de Cristo
Por Don Closson, traduzido por Allan Ribeiro
Por Don Closson, traduzido por Allan Ribeiro
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Introdução
Recentemente eu recebi uma carta de uma pessoa que argumenta que há somente um Deus, e que Ele é chamado por muitos nomes e adorado por muitas pessoas diferentes, que têm muitas crenças diferentes. Este tipo de pensamento sobre Deus é comum hoje em dia, mas sua popularidade não reduz os problemas intelectuais que podem acompanhá-lo. Por exemplo, esta noção de deus inclui o deus dos astecas, que exigia sacrifícios de crianças? E os deuses guerreiros da mitologia nórdica: Odin, Thor e Loki? Como a crença mórmon de que podemos todos nos tornar Deuses se nos juntarmos à sua organização e nos conformarmos ao seu sistema de boas obras, se encaixa neste quadro teológico? Até mesmo John Hick, um influente pluralista religioso, crê que somente algumas das maiores religiões do mundo qualificam-se como tendo uma visão válida de Deus. O islamismo, o cristianismo, o judaísmo, o budismo e o hinduísmo são válidos, mas o satanismo e a religião do tipo de Waco, Texas, não são. A crença que todas os sistemas religiosos adoram um [mesmo] Deus levanta sérias dificuldades quando vemos como grupos diferentes retratam Deus e buscam descrever [o modo] como nos relacionamos com Ele.
O assunto torna-se ainda mais grave quando uma tradição religiosa afirma que Deus tornou-se carne, vindo a ser um homem e andou sobre a terra. A tradição cristã tem afirmado por quase dois mil anos que Deus fez exatamente isso. O evangelho de João proclama que "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai." [Jo 1.14, JFA]. João está, claro, falando de Jesus, e esta afirmação apresenta um desafio interessante para um pluralista religioso. Se o que João e o resto dos escritores do Novo Testamento afirmam sobre Jesus for verdade, então nós literalmente temos Deus em carne andando e ensinando um pequeno grupo de discípulos. Se Jesus foi Deus encarnado enquanto Ele andou na terra, nós temos um relato de primeira-mão de que Deus é como [descrito] no relato bíblico. Afirmações verdadeiras sobre Deus que contrariem estas dadas na Bíblia devem então ser descartadas. Em outras palavras, se Jesus era Deus em carne durante o Seu tempo na terra, outros textos ou tradições religiosas estão erradas quando elas ensinam sobre Deus ou sobre conhecer Deus de maneiras que contradizem o relato bíblico.
Neste ensaio iremos considerar as evidências a favor da divindade de Cristo. A verdade das afirmações do cristianismo depende deste ensino central, e uma vez aceita, esta alegação reduz enormemente a viabilidade do pluralismo religioso, de tratar todas as crenças religiosas como igualmente verdadeiras. Porque se Deus verdadeiramente fez-se carne e falou diretamente a Seus discípulos sobre coisas como pecado, redenção, julgamento final, falsas religiões e adoração verdadeira, então nós temos o Deus do universo expressando intolerância acerca de afirmações de outras religiões – especificamente afirmações que refutam a realidade do pecado e removem a necessidade de redenção ou a realidade de um julgamento final. Alguns podem não concordar com a intolerância religiosa de Deus, mas então, novamente, discordar de Deus é o que a Bíblia chama de pecado.
Ao invés de começar com uma resposta aos ataques à divindade de Cristo pelos críticos modernos, tais como o Seminário de Jesus ou os gnósticos da Nova Era, nossa discussão irá começar com a própria autoconsciência de Jesus, em outras palavras, o que Jesus diz e pensa sobre si mesmo. A partir daí iremos considerar os ensinamentos dos Apóstolos e da igreja primitiva. Meu objetivo é estabelecer que, desde o seu início, o cristianismo tem ensinado e crido que Jesus era Deus em carne, e que esta crença foi o resultado das próprias palavras que Jesus falou a respeito de sua própria essência.
A Auto-Percepção de Cristo
À medida em que começamos a examinar as evidências que apóiam a alegação de que Jesus é Deus em carne, ou Deus encarnado, um bom ponto para começarmos é o conceito do próprio Jesus sobre Si mesmo. Deve-se admitir primeiro que Jesus jamais define o Seu lugar na Trindade em linguagem teológica. Contudo, Ele fez muitas declarações sobre Si mesmo que não seriam somente inapropriadas, mas blasfêmias se Ele não fosse Deus em carne. É importante lembrar que a vida de Jesus não foi usada fazendo teologia ou pensando e escrevendo sobre assuntos teológicos. Pelo contrário, Sua vida foi focada em relacionamentos, primeiro com os Seus discípulos e depois com o povo judeu. O propósito destes relacionamentos era o de engendrar nessas pessoas uma crença em Jesus como seu salvador ou Messias, como sua única fonte de salvação. Jesus disse aos fariseus, os líderes religiosos judeus de Seus dias, que eles morreriam em seus pecados se não cressem que Ele era aquele que afirmava ser (João 8.24). E a um fariseu, Nicodemos, Jesus disse, "Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16).
Millard Erickson, em seu livro, Teologia Cristã, faz um ótimo trabalho de levantamento de evidências de que Jesus considerava a Si mesmo igual em essência com Deus. (1) A não ser que Ele fosse Deus, teria sido inapropriado para Jesus dizer, como Ele disse em Mateus 13.41, que tanto os anjos quanto o Reino são Seus. Em outra parte, os anjos são chamados de "os anjos de Deus" (Lucas 12.8,9; 15.10) e a frase Reino de Deus é encontrada em toda parte nas Escrituras. Mas Jesus diz, "Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniqüidade" (Mt 13.41).
Quando o paralítico em Marcos 2.5 foi baixado através do teto por seus amigos, a primeira resposta de Jesus foi dizer que os pecados do homem estavam perdoados. Os escribas sabiam das implicações desta declaração, pois somente Deus poderia perdoar pecados. O comentário deles mostra claramente que eles haviam entendido que Jesus estava exercendo um privilégio divino. Jesus teve uma oportunidade maravilhosa para dirimir qualquer dúvida aqui ao negar que Ele tinha a autoridade para fazer o que somente Deus pode fazer. Ao invés disso, Sua resposta somente reforça sua alegação à divindade. Jesus diz "Por que arrazoais desse modo em vossos corações? Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito, e anda?". Para confirmar Sua autoridade para perdoar pecados, Jesus permitiu ao homem que pegasse sua padiola e ir para casa.
Duas outras áreas em que Jesus alegou ter autoridade sobre foi o julgamento de pecados e a observância do Sabá. Ambos foram considerados prerrogativas de Deus pelos judeus. Em João 5.22-23, Jesus diz, "Porque o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o julgamento, para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai.". Jesus também declarou ter autoridade para mudar o relacionamento do homem com o Sabá. Honrar o Sabá é um dos Dez Mandamentos, e os judeus haviam recebido instruções estritas sobre como observá-lo. No livro de Números, Deus diz a Moisés para apedrejar até a morte um homem que pegou lã no Sabá. Contudo, em Mateus 12.8, Jesus diz que "o Filho do Homem é Senhor do Sabá".
Estes exemplos mostram que Jesus fez alegações e milagres que revelam uma autoconsciência de Sua própria divindade. Em nossa próxima seção, iremos continuar por esta trilha.
A Auto-Percepção de Cristo, Parte 2
Neste ponto de nossa discussão, iremos oferecer ainda mais exemplos do auto-conhecimento de Jesus acerca de Sua igualdade essencial com Deus.
Um sem-número de comentários que Jesus fez a respeito de Seu relacionamento com o Pai seriam incomuns se Jesus não considerasse a Si mesmo igual em essência com Deus. Em João 10.30 Ele diz que quem vê a Ele, vê ao Pai. Depois, em João 14.7-9 Ele acrescenta que conhecer a Ele e conhecer o Pai. Jesus também declarou ter existido anteriormente à Sua encarnação na terra. Em João 8.58 Ele diz, "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou". Alguns crêem que as palavras usadas aqui por Jesus constituem a mais forte declaração de Sua divindade. De acordo com o [comentário bíblico] Expositors Bible Commentary, esta passagem pode ser mais literalmente traduzida por "Antes de Abraão ser, eu continuamente existia". Os próprios judeus reconheceram a frase "Eu sou" como referindo-se a Deus, porque Deus a usa (1) para descrever a Si mesmo quando Ele comissionou Moisés a exigir a libertação de Seu povo por Faraó (Êxodo 3.14),e (2) identificar-Se nas proclamações teístas na segunda metade de Isaías. Jesus também declarou que a Sua obra é a mesma que a do Pai. Ele proclamou que "Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada." (Jo 14.23). Os judeus, ouvindo Jesus, entenderam a natureza destas afirmações. Após o Seu comentário sobre ter existido antes de Abraão, eles imediatamente pegaram pedras para matá-lo por blasfêmia, porque entendiam que Ele havia se declarado como Deus.
No julgamento de Jesus, Ele faz uma clara declaração acerca de quem Ele é. Os judeus argumentaram diante de Pilatos em João 19.7 "Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus". Mateus 26 lembra que, no julgamento de Jesus, o sumo-sacerdote diz a Jesus, "Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus". Jesus replicou, "É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.". Esta teria sido uma excelente oportunidade para Jesus se salvar esclarecendo qualquer falsa concepção que pudessem ter a respeito de Seu relacionamento com o Pai. Ao invés disso, Ele coloca-se em uma posição de igualdade de poder e autoridade únicos. Novamente os judeus entendem o que Jesus está dizendo. O sumo-sacerdote proclama, "Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia.". Ele pede ao conselho que vote, e eles exigem a morte Dele (Mateus 26.65-66).
Outra indicação de como Jesus percebia a Si mesmo está no Seu uso das Escrituras do Velho Testamento e a maneira que Ele fez Suas próprias proclamações de verdade. Em um número de casos, Jesus iniciou uma frase com "Ouvistes o que foi dito aos antigos... Eu, porém vos digo..." (Mt 5.21-22, 27-28). Jesus estava dando a Suas palavras a mesma autoridade das Escrituras. Mesmo os profetas, quando falavam por Deus, começavam suas declarações com "A palavra do Senhor veio até mim,", mas Jesus inicia com: "Eu vos digo".
Há outras indicações de como Jesus via a Si mesmo. Por exemplo, a alegação de Cristo de que tinha autoridade sobre a própria vida em João 5.21 e 11.25, e o Seu uso do título auto-referente "Filho de Deus" aponta para um poder e uma autoridade únicos e Sua igualdade essencial com Deus.
O Ensino dos Apóstolos
Iremos nos voltar agora para ver o que os seguidores de Jesus disseram Dele. O Evangelho de João começa com uma extraordinária declaração tanto da divindade de Cristo quanto de Sua completa humanidade. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava com Deus no princípio.". Depois, no versículo 14, João comenta que este "Verbo" se fez carne e andou entre eles e aponta para Jesus como este "Verbo" feito carne. O que João queria dizer com esta passagem extraordinária?
A primeira frase deve ser traduzida literalmente: "Quando o princípio começou, o Verbo já estava lá.". Em outra palavras, o "Verbo" co-existia com Deus e é anterior ao tempo e à criação. A segunda frase "O Verbo estava com Deus" indica tanto igualdade quanto distinção de identidade. Uma tradução mais literal seria "face a face com Deus", implicando em personalidade e co-existência relacional. Alguns grupos, como as Testemunhas de Jeová, consideram grande coisa o fato de que a palavra "Deus", na terceira frase, "O Verbo era Deus" não tenha um artigo. Isto, argumentam eles, permite que o substantivo Deus seja traduzido como um substantivo indefinido, talvez referindo-se a "um Deus", mas não "ao" Deus Todo-poderoso. Na verdade, a falta de um artigo para o substantivo defende a divindade do "Verbo" mais claramente. A frase [em grego] theos en ho logos, descreve a natureza do "Verbo", não a natureza de Deus. Este artigo ho antes da palavra logos mostra que a sentença descreve a natureza do Verbo; Ele é da mesma natureza e essência do substantivo no predicado, ou seja, o Verbo é divino. É interessante notar que os versículos 6, 12, 13 e 18 do mesmo capítulo referem-se sem ambigüidade a Deus, o Pai e usam um substantivo anarthrous, ou seja, sem o artigo. (2) Ainda assim, estranhamente as Testemunhas de Jeová não questionam o sentido destas passagens.
O autor de Hebreus escreve claramente a respeito da divindade de Cristo. O primeiro capítulo diz que "sendo ele [o Filho] o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,". A passagem também declara que Jesus não é um anjo nem Ele é somente um sacerdote. Em Colossenses 1.15-17, Paulo acrescenta que Ele "é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas;". Embora Paulo atribua claramente qualidades como as de Deus a Jesus, o uso da palavra primogênito geralmente causa confusão. A palavra pode ser uma referência à prioridade no tempo ou supremacia em graduação Já que Jesus é descrito como o Criador de todas as coisas, a noção de supremacia parece mais apropriada [Nota do Tradutor: esta é uma discussão tola. A palavra primogênito simplesmente deve ser tomada em seu sentido literal. Segundo João 1.1, Jesus era o Verbo antes de encarnar e o passou a ser o primogênito depois. Ele foi o único ser gerado por Deus. Todos os outros foram simplesmente criados. Ele não era o Filho antes de ser gerado, assim como Deus não era o Pai]. Filipenses 2.5-11 também fala de Jesus existindo na forma de Deus. O termo grego usado para forma é morphe, significando uma manifestação exterior de uma essência interior.
Uma menção também deveria ser feita ao uso, pelos escritores do Novo Testamento, da palavra Senhor para Jesus. A mesma palavra grega foi usada no Velho Testamento em Grego, a Septuaginta, como a palavra traduzida para as palavras do hebraico, Yahweh e Adonai, dois nomes especiais dados a Deus, o Pai. Os apóstolos quiseram aplicar o sentido mais elevado deste termo quando se referiam a Jesus.
A Igreja Primitiva
Até aqui temos examinado a alegação cristã da divindade de Cristo, primeiro considerando o conceito do próprio Jesus sobre Si mesmo e então os pensamentos daqueles que escreveram o Novo Testamento. Não está no escopo deste ensaio argumentar se as palavras atribuídas a Jesus pelos escritores do Novo Testamento são realmente Dele. Ao invés, disso, argumentamos que as palavras atribuídas a Jesus declaram uma igualdade essencial com Deus o Pai. A visão tradicional da fé cristã tem sido a de que Deus revelou-se a nós em três pessoas distintas – Pai, Filho e Espírito Santo – que compartilham uma essência comum.
A crença na igualdade essencial de Jesus com Deus, o Pai, foi comunicada pelos apóstolos aos patriarcas da igreja, a quem eles deram a tarefa de liderar a igreja. Mesmo esses primeiros líderes com freqüência lutavam para descrever a noção de Trindade com precisão teológica, eles sabiam que a sua fé estava em uma pessoa que era tanto homem quanto Deus.
Clemente de Roma é um bom exemplo desta fé. Escrevendo à igreja em Corinto, Clemente conclui sobre a igualdade de Jesus com Deus o Pai quando diz "Não temos um Deus, e Um Cristo, e um Espírito de Graça derramado em nós?". Depois, em sua segunda carta, Clemente diz aos seus leitores para "pensar em Jesus como em Deus, como o juiz dos vivos e dos mortos.". Clemente também escreveu sobre Jesus como o Filho preexistente de Deus; em outras palavras, Cristo existia antes de tomar a forma humana. Inácio de Antioquia falou da natureza de Cristo em sua carta aos Efésios, "Há somente um médico, de carne e de espírito, gerado e não-gerado, Deus em homem, vida na morte. Filho de Maria e Filho de Deus." Um pouco mais tarde, Irineu de Lion (cerca de A.D. 140-202), teve que destacar a humanidade de Cristo por causa da heresia Gnóstica, que argumentava que Jesus era somente uma emanação divina. Irineu escreveu, "Há, entretanto... um Deus o Pai, e um Cristo Jesus, nosso Senhor, o qual ajuntou em si todas as coisas. Mas com respeito a tudo, também, ele é homem, a formação de Deus: e assim ele tomou o homem em si mesmo, o invisível tornando-se visível, o incompreensível ser feito compreensível, o impassível tornando-se capaz de sofrer e o Verbo sendo feito homem, assim somando em si mesmo todas as coisas.". (Contra Heresias III, 16). Durante o mesmo período, Tertuliano de Cartago (ca. A.D. 155-240) escreveu sobre a natureza de Cristo que "o que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é espírito. Carne não se torna espírito e nem espírito [se torna] carne. Evidentemente eles podem ser (ambos) em um(a pessoa). Destes Jesus é composto, de carne como homem e de espírito, como Deus" (Contra Práxeas, 14). Mais tarde ele acrescentou, "Vemos Seu duplo estado, não misturado, mas ligado em uma pessoa, Jesus, Deus e Homem" (Contra Práxeas, 27).
Por volta de 325 A.D., a igreja tinha começado a sistematizar a resposta do cristianismo a várias visões heréticas de Cristo. O Credo Niceno dizia "Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, gerado do Pai desde toda a eternidade, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por Ele todas as coisas foram feitas" (3).
A crença em Jesus Cristo ser da mesma essência de Deus o Pai começou com o que o próprio Jesus ensinou aos Seus apóstolos, que, por sua vez passaram adiante este crença para os primeiros patriarcas da igreja e apologistas. A divindade de Cristo é o alicerce sobre o qual a fé cristã repousa.
Notas
1. Millard J. Erickson, Christian Theology [Teologia Cristã] (Grand Rapids, Mich.: Baker Book House, 1985), pp. 684-90.
2. Merrill C. Tenney, The Expositors Bible Commentary, vol. 9 (Grand Rapids, Mich.: Zondervan Publishing House, 1981), pp. 28-29.
3. Henry Bettenson, ed., Documents of the Christian Church [Documentos da Igreja Cristã] (New York: Oxford University Press, 1967), p. 26.
©1997 Probe Ministries.
Sobre o Autor
Don Closson recebeu sua graduação em educação da Southern Illinois University,o mestrado em Administração Educacional pela Illinois State University, outro em Estudos Bíblicos pelo Dallas Theological Seminary. Ele foi professor e administrador de uma escola pública antes de se juntar a Probe Ministries como pesquisador associado no campo da educação. Ele é o editor geral de Kids, Classrooms, and Contemporary Education [Crianças, Salas de Aula e Educação Contemporânea].
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