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13 julho 2006

Equipando os Santos 13 - Pensando Como Cristão

Equipando os Santos
edição n° 13 - Teresina, 13/07/2006

Pensando Como Cristão


Há alguns anos li um livro que mudou minha vida. Eu me tornei ateu aos doze ou treze anos de idade e marxista não muito tempo depois. Cheguei a me filiar ao extinto Partido Comunista Brasileiro em 1989 e trabalhei como delegado do partido na eleição para presidente daquele ano.

Eu aceitei Jesus como Senhor e Salvador da minha vida em 1995 e desde então tenho tentado viver segundo os padrões da Bíblia. Este tem sido um processo gradual e até exasperantemente lento para quem convive comigo. À medida que cresço na fé e no entendimento, posso abandonar dogmas e crendices (fortalezas como diria o [meu] pastor Feitosa) e pensar mais como um cristão deveria pensar.

Um dos maiores obstáculos que tive que superar foram justamente as minhas convicções marxistas. Mesmo descobrindo que as velhas teorias do filosofo alemão não correspondiam à realidade, não conseguia encontrar alternativa para substituir aqueles princípios. Havia na minha mente um vácuo ideológico que me impedia de entender o mundo do ponto-de-vista cristão completamente. O resultado era uma indefinição, um sincretismo de idéias conflitantes, uma dificuldade de colocar em prática os princípios da Bíblia em todos os aspectos, etc.

Então eu li esse livro e ele me ajudou a entender que a cosmovisão cristã é a única capaz de corresponder à realidade e que qualquer outra alternativa na verdade produz pobreza e destruição não só aos indivíduos como às nações. Este livro já está disponível no Brasil e eu recomendo a sua leitura. Chama-se Discipulando Nações e deve ser lido por todos que querem entender melhor a sua fé e o mundo ao nosso redor.

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Como temos falado muito em cosmovisão, o primeiro artigo de hoje traz uma explicação sobre o que é o termo e que serve de introdução ao tema do livro citado acima. O outro artigo vai jogar um pouco de luz sobre o conflito Israel x palestinos.
Deus abençoe você!

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Cosmovisões
Por Jerry solomon, traduzido por Allan Ribeiro

Um amigo meu me contou recentemente sobre uma conversa que ele havia tido com um bom amigo que chamaremos de Joe. Joe é um médico. Ele não é cristão. A conversa se deu assim: "Joe, você é um excelente médico. Você se importa profundamente com os seus pacientes. Por que você se importa tanto com as pessoas já que você crê que nós evoluímos por acaso? O que nos dá valor?" Joe ficou pasmo com a pergunta e não conseguiu responder. A sua "cosmovisão" acusou o golpe.

O conceito de uma cosmovisão tem recebido atenção crescente nos últimos anos. Muitos livros têm sido escritos sobre o assunto das cosmovisões, tanto da perspectiva cristã quanto da não-cristã. As pessoas têm se referido freqüentemente ao assunto. Em certas ocasiões, até mesmo resenhas de filmes ou músicas incluem a expressão. Toda essa atenção nos induz a perguntar, "O que o termo significa?" e "Qual diferença isso faz?" É nossa intenção responder essas questões. E é nossa intenção responder à essas perguntas. E é nossa esperança que todos nós iremos dar séria atenção à nossa própria cosmovisão, assim como às cosmovisões daqueles ao nosso redor.

O Que é uma Cosmovisão?

O que é uma cosmovisão? Uma variedade de definições já foi oferecida por numerosos autores. Por exemplo, James Sire afirma que "Uma cosmovisão é um conjunto de pressuposições (ou conjecturas) que mantemos (consciente ou inconscientemente) sobre a constituição básica do nosso mundo." 1. Phillips e Brown dizem que "uma Cosmovisão é, antes de tudo, um explicação e interpretação do mundo e, segundo, uma aplicação desta visão à vida. Em termos mais simples, nossa cosmovisão é uma visão do mundo e uma visão para o mundo"2. Walsh e Middleton defendem que o que nós pensamos é a explicação mais sucinta e compreensível: "Uma cosmovisão nos dá um modelo do mundo o qual guia seus adeptos no mundo." 3. Com a compreensão de que muitas sutilezas podem ser acrescentadas, esta vai ser a definição com que trabalharemos.

A Necessidade de Uma Cosmovisão

Cosmovisões atuam algo como óculos ou lentes de contato. Isto é, uma cosmovisão deveria prover a "prescrição" correta para dar sentido ao mundo assim como a prescrição correta para os seus olhos dá foco às coisas. E, em cada exemplo uma prescrição incorreta pode ser perigosa, até mesmo ameaçadora para a vida. Pessoas que estão lutando contra questões de cosmovisão são geralmente desesperadas e até mesmo suicidas. Assim é importante para nós darmos atenção à formulação da cosmovisão apropriada. Arthur Holmes diz que a necessidade de uma Cosmovisão se desdobra em quarto: "a necessidade de unificar o pensamento e a vida; a necessidade de definir a boa vida e encontrar esperança e sentido na vida; a necessidade de guiar o pensamento; a necessidade de guiar a ação." 4. Ainda outra necessidade importante para a cosmovisão apropriada é a de nos ajudar a lidar com uma cultura crescentemente diversificada. Somos confrontados com uma miscelânea de cosmovisões, todas as quais fazem declarações a respeito da verdade. Nós somos desafiados a nos movimentar nesta mescla de cosmovisões com sabedoria. Estas necessidades são experimentadas por todas as pessoas, seja consciente ou inconscientemente. Todos nós temos uma cosmovisão com a qual lutamos para satisfazer tais necessidades. A cosmovisão apropriada nos ajuda ao orientar no campo intelectual e filosófico ao nosso redor.

Testando Cosmovisões

Uma cosmovisão deveria passar em determinados testes. Primeiro, ela deve ser racional. Ela não deve nos pedir que creiamos em coisas contraditórias. Segundo, ela deve ter o apoio de evidências. Ela deve ser consistente com o que observamos. Terceiro, ela deve nos dar uma explicação compreensível e satisfatória da realidade. Ela deve ser capaz de explicar porque as coisas são do jeito que são. Quarto, ela deve prover uma base satisfatória para o viver. Ela não deve nos fazer sentir compelidos a tomar emprestado elementos de outras cosmovisões para que possamos viver neste mundo.

Componentes Encontrados em Todas as Cosmovisões

Além de impor as cosmovisões estes testes, nós devemos também perceber que as cosmovisões têm componentes em comum. Estes componentes são auto-evidentes. É importante mantê-los em mente à medida que você estabelece sua própria cosmovisão e à medida que você a compartilha com outros. Existem quatro delas.

Primeiro, algo existe. Isto pode parecer óbvio, mas na verdade é um importante elemento fundacional do edifício das cosmovisões, já que algumas irão tentar negá-lo. Mas uma negação é contrária a si mesma porque todas as pessoas esperimentam causa e efeito. O universo é racional; e é previsível.

Segundo, todas as pessoas têm absolutos. Novamente, muitos tentarão negar isto, mas negar este ponto só faz confirmá-lo. Todos nós buscamos um ponto de referencia infinito. Para alguns é Deus; para outros é o Estado, ou amor, ou poder, e para alguns este ponto de referencia são eles mesmos ou o homem.

Terceiro, duas declarações contraditórias não podem estar ambas corretas. Esta é uma lei primária da lógica que é continuamente negada. Idealmente falando, somente uma cosmovisão pode espelhar a realidade corretamente. Isto não pode ser superenfatizado à luz das proeminentes crenças de que a tolerância é a virtude máxima. Dizer que alguém está errado é rotulado de intolerância ou de mente-estreita. Uma boa ilustração disso é quando ouvimos alguém dizer que as religiões são todas iguais. Isso significaria que os hindus, por exemplo, concordam com os cristãos a respeito de Deus, Jesus, salvação, céu, inferno e muitas outras doutrinas. Isto é bobagem.

Quarto, todas as pessoas exercem fé. Todos nós pressupomos certas coisas como verdadeiras sem provas absolutas. Isto é inferência ou suposição sobre a qual uma crença é baseada. Isto torna-se importante, por exemplo, quando interagimos com aqueles que alegam que somente o cientista é completamente neutro. Algumas suposições comuns são a de que um Deus pessoal existe; de que o homem evoluiu de matéria inorgânica; que o homem é essencialmente bom; que a realidade é material.

Na medida em que dialogamos com pessoas que têm cosmovisões opostas, uma compreensão destes componentes comuns pode nos ajudar a ouvir com mais paciência, e podem nos orientar para defendermos nosso ponto-de-vista com mais sabedoria.

Seis Questões das Cosmovisões

Você já se frustrou tentando encontrar maneiras de atiçar o pensamento de um amigo não-cristão? Temos confiança de que as seguintes questões serão de ajuda. E temos confiança de que elas também atiçarão o seu próprio pensamento acerca do assunto das cosmovisões.

Responderemos à essas perguntas com várias respostas não-cristãs. As respostas cristãs serão discutidas mais tarde neste artigo.

Primeiro, por que há algo ao invés de nada? Alguns podem na verdade dizer que algo veio do nada. Outros podem dizer que algo existe por causa de espíritos ou energias impessoais. E muitos crêem que a matéria é eterna.

Segundo, Como se explica a natureza humana? Frequentemente as pessoas dirão que nascemos como folhas em branco, nem bons e nem ruins. Outra resposta popular é a de que nascemos bons, mas a sociedade nos faz nos comportarmos de outra maneira.

Terceiro, O que acontece a uma pessoa que morre? Muitos irão dizer que a morte de uma pessoa é somente a desorganização da matéria. Um número crescente de pessoas em nossa cultura estão dizendo que a morte traz a reencarnação ou a realização da unidade.

Quarto, Como se determina o que é certo e errado? Geralmente ouvimos dizer que a ética é relativa ou situacional. Outros afirmam que não temos liberdade de escolha já que somos inteiramente determinados. Alguns simplesmente derivam o "dever" do que "é". E, é claro, a história tem nos mostrado os trágicos resultados de uma reposta que diz que "o poder faz o certo ser".

Quinto, Como você sabe que você sabe? Alguns dizem que a mente é o centro de nossa fonte de conhecimento. As coisas só são conhecidas dedutivamente. Outros declaram que o conhecimento é somente encontrado nos sentidos. Nós só sabemos o que é percebido.

Sexto, Qual o sentido da história? Uma resposta é que essa história é determinada como parte de um universo mecanicista. Outra resposta é que essa história é um fluxo linear de eventos ligados por causa e efeito, mas sem propósito. Ainda outra resposta é que a história é sem sentido porque a vida é absurda. 5

O cristão alerta irá rapidamente reconhecer que as respostas anteriores são contrárias às suas crenças. Existem diferenças definitivas, as vezes alarmantes. Cosmovisões estão em colisão. Assim nós devemos saber pelo menos algo sobre as cosmovisões que são centrais para o conflito. E nós devemos certamente ser capazes de articular uma cosmovisão cristã.

Exemplos de Cosmovisões

Em seu excelente livro, The Universe Next Door, [O Universo na Porta ao Lado], James Sire cataloga as cosmovisões mais influentes do passado e do presente. Estas são Teísmo Cristão, Deísmo, Naturalismo, Niilismo, Existencialismo, Panteísmo Oriental e Nova Era ou Nova Consciência. 6

Deísmo, uma proeminente cosmovisão durante o século dezoito já quase saiu de cena. O deista crê em Deus, mas que Deus criou e então abandonou o universo.

Niilismo, uma cosmovisão mais recente está viva entre muitos jovens e alguns intelectuais. Niilistas não vêem valor na realidade. A vida é absurda.

Existencialismo é proeminente e pode se visto frequentemente, mesmo entre cristãos desatentos. O existencialista, como o niilista, vê a vida como absurdo, mas vê o homem como totalmente livre para construir a si mesmo diante de todo este absurdo.

Teísmo cristão, naturalismo e panteísmo da Nova Era são as cosmovisões mais influentes atualmente nos Estados Unidos. Agora nós iremos avaliar cada uma delas.

Teísmo Cristão

Vamos retornar às seis perguntas que fizemos antes e rapidamente ver como o teísmo cristão responde a cada uma delas.

Pergunta: Por que há algo ao invés de nada? Resposta: Há um Deus infinito e pessoal que criou o universo do nada.

Pergunta: Como se explica a natureza humana? Resposta: O homem foi originalmente criado bom à imagem de Deus, mas escolheu pecar e assim infectou toda a humanidade com o que é chamado de "natureza pecaminosa". Então o homem foi dotado de valor por seu criador, mas o seu comportamento negativo está associado com a sua natureza.

Pergunta: O que acontece a uma pessoa que morre? Resposta: A morte é o portão para a vida com Deus ou para a eterna separação Dele. O lugar dependerá da resposta que damos à provisão de Deus para nosso pecado.

Pergunta: Como se determina o que é certo e errado? Resposta: normas de procedimento são reveladas por Deus.

Pergunta: Como você sabe que você sabe? Resposta: Razão e experiência podem legitimar professores, mas uma fonte transcendente é necessária. Nós sabemos algumas coisas somente porque fomos informados por Deus nos disse através da Bíblia.

Pergunta: Qual o sentido da história? Resposta: A história é uma seqüência de eventos linear e dotada de significado levando ao cumprimento dos propósitos de Deus para o homem.

O teísmo cristão teve uma longa história na cultura ocidental. Isto não significa que todos os indivíduos que viveram na cultura ocidental têm sido cristãos. Significa simplesmente que esta cosmovisão tem sido dominante, que ela foi a mais influente. E isso foi verdade mesmo entre os não-cristãos. Isto não é mais assim. A cultura ocidental tem experimentado uma transição para o que agora é conhecido como Naturalismo.

Naturalismo

Mesmo sendo o naturalismo em suas várias formas antigo, nós iremos usar o termo para nos referirmos a uma cosmovisão que tem tido considerável influência dentro de um período consideravelmente curto na cultura ocidental. As sementes foram plantadas no século dezessete e começaram a florescer no século dezoito. A maioria de nós foi exposto ao Naturalismo através do marxismo e do que é chamado de humanismo secular.

Quais são os dogmas básicos desta cosmovisão? Primeiro, Deus é irrelevante. Este dogma nos ajuda a entender melhor o termo Naturalismo; ele está em contraste direto com o teísmo cristão, o qual está baseado no sobrenaturalismo. Segundo, o progresso e a mudança evolucionária são inevitáveis. Terceiro, o homem é autônomo, auto-centrado e irá salvar a si mesmo. Quarto, educação é o guia para a vida, inteligência e liberdade garantem a realização de todo o potencial do homem. Quinto, a ciência é o provedor supremo tanto do conhecimento quanto da moral. Estes dogmas têm permeado nossas vidas. Eles são perceptíveis na mídia, no governo e na educação. Nós devemos estar constantemente alertas à sua influência.

Após a Segunda Guerra Mundial o "pós-modernismo/" começou a receber a confiança depositada no naturalismo. Com ele veio a conclusão de que a verdade, em qualquer sentido, não existe. Esta pode ser a próxima cosmovisão principal ou anti-cosmovisão, a infectar a cultura. É a moda nas universidades e faculdades atualmente. Nesse meio-tempo, contudo, as últimas décadas têm nos trazido outra antiga cosmovisão travestida em roupagens ocidentais.

Panteísmo da Nova Era

Várias formas de panteísmo têm tido destaque nas culturas orientais por milhares de anos. Mas o efeito em nossa cultura só começou nos anos de 1950. Tem havido várias tentativas de introduzir seus ensinamentos antes delas, mas estas tentativas não atraíram o interesse que foi despertado naquela década. Atualmente é melhor observada no que é chamado de Movimento Nova Era.

Quais são os dogmas básicos desta cosmovisão? Primeiro, tudo é um. Não há distinção derradeira entre humanos, animais ou o resto da criação. Segundo, já que tudo é um, tudo é deus. Toda a vida é uma centelha de divindade. Terceiro, se tudo é um e tudo é deus, então cada um de nós é deus. Quaro, humanos devem descobrir sua própria divindade experimentando uma mudança na consciência. Nós sofremos de uma forma de amnésia metafísica coletiva. Quinto, humanos viajam através de ciclos indefinidos de nascimento, morte e reencarnação para tratar o que é chamado de "carma ruim". Sexto, os discípulos da Nova Era pensam em termos de cinza, não preto e branco. Assim eles acreditam que duas proposições conflitantes podem ser ambas verdadeiras.

No nível popular estes dogmas são atualmente defendidos através de várias mídias, tais como livros, revistas, televisão e cinema. Talvez o seu mais visível guru seja Shirley MacLaine. Mas estas crenças são cada vez mais encontradas entre intelectuais em campos tais como a medicina, psicologia, sociologia e educação.

Conclusão

Exploramos muito por alto o assunto das cosmovisões. Vamos voltar a uma definição que demos no início deste artigo: "Uma cosmovisão nos dá um modelo do mundo o qual guia seus adeptos no mundo.". Se o seu modelo de mundo inclui um Deus pessoal infinito, como no teísmo cristão, esta crença deveria ser um guia para a sua vida. Se o seu modelo rejeita Deus, como no naturalismo, novamente tais crenças servem como guia. Ou se o seu modelo diz que você é deus, como no panteísmo da Nova Era, ainda de novo, sua vida está sendo guiada por tal concepção. Estes exemplos deveriam nos lembrar que estamos vivendo em uma cultura que nos coloca em contato com tais idéias e muitas mais. Elas não podem ser todas verdadeiras.

Deste modo, alguns de nós podem ser confrontados com a necessidade de pensar mais profundamente do que jamais teve antes. Alguns de nós podem precisar purgar estas coisas de nossa vidas que são contrárias à cosmovisão do teísmo cristão. Alguns de nós podem precisar entender melhor que nossos pensamentos devem ser unificados com nossa vida diária. Alguns de nós podem precisar entender que vida boa e sentido só podem ser encontrados através das respostas de Deus. Alguns de nós podem precisar deixar as idéias de Deus guiarem nossos pensamentos mais completamente. E Alguns de nós podem precisar deixar os padrões de Deus guiarem nossas ações por completo.

A repreensão de Paulo aos crentes na antiga Colossos não poderiam ser mais atuais ou úteis à vista da nossa discussão. Ele escreveu:

Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; (Colossenses 2.8)

Notas
1. James W. Sire, The Universe Next Door (Downers Grove, Ill.: InterVarsity, 1988), 17.
2. W. Gary Phillips and William E. Brown, Making Sense of Your World (Chicago: Moody Press, 1991), 29.
3. Brian J. Walsh and J. Richard Middleton, The Transforming Vision (Downers Grove, Ill.: InterVarsity, 1984), 32.
4. Arthur F. Holmes, Contours of a Worldview (Grand Rapids: Eerdmans, 1983), 5.
5. Sire, 18.
6. Ibid.

©1994 Probe Ministries.

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O Plano de Paz do Prisioneiro
Por Chuck Missler (traduzido por Allan Ribeiro)
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Em 31 de julho de 2006, o povo palestino irá votar em um referendo uma proposta que veio a ser conhecida como "plano de paz do prisioneiro". A proposta tem o apoio do presidente palestino Mahmoud Abbas e é popular entre o povo palestino. Contudo, a organização terorista Hamas, que atualmente controla o Estado palestino, é veementemente contra o plano e tem tentado anular o referendo.

Alguns membros da mídia tem aplaudido o plano como um passo-chave no processo de paz entre Israel e os palestinos. Eles descrevem o plano de 18 pontos como um que reconhece Israel, renuncia ao terrorismo e abandona as pretensões palestinas às terras além da fronteira de 1967. Eles dizem que o plano foi concebido para fazer a paz com Israel. No entanto nada poderia estar mais distante da verdade.

O Que o Plano Realmente Diz?

O referendo palestino não trata da paz com Israel. Ele não representa um desejo conciliatório por parte do povo palestino, e nem reconhece explicitamente o direito de Israel existir. O objetivo primário do plano é o de unir facções belicistas palestinas sob a bandeira da OLP. Desta forma fortalecendo a Autoridade Palestina e estimulando o surgimento de uma guerra civil.

As exigências do povo palestino não mudaram. Eles insistem na retirada completa de Israel de todas as áreas ocupadas de volta à fronteira de 1967, o desmonte de todos os assentamentos palestinos em West Bank, uma capital palestina em Jerusalém e o direito dos refugiados palestinos e dos seus descendentes de retornarem. Eles também pedem a remoção dos bloqueios israelenses nas estradas e a libertação de 8.000 palestinos detidos em cadeias israelenses e prisões militares e o desmonte da controvertida barreira de segurança.

A proposta começa com a seguinte declaração: "O povo palestino, em sua terra e no exílio, busca libertar sua terra e cumprir seu direito à liberdade, retorno e independência e o seu direito à auto-determinação, inclusive o direito de estabelecer um Estado independente com Jerusalém como sua capital em toda a terra ocupada em 1967, garantindo o direito de retorno a todos os refugiados, libertação de prisioneiros e detidos, de acordo com o direito histórico de nosso povo na terra de nossps ancestrais..."

Além disso, o documento não desaprova a violência como meio de alcançar estes objetivos. Ele defende o "direito do povo palestino à resistência por todos os meios" e "rejeita e condena o cerco injusto contra o povo [palestino] comandado pelos Estados Unidos e Israel.". O plano declara que um de seus objetivos é o de "formar uma frente de resistência unida chamada 'Frente de Resistência Palestina' para liderar e levar a cabo a resistência contra a ocupação e para coordenar as ações de resistência..." Em outras palavras, o plano é unir a OLP, o Hamas e a Jihad Islâmica para que eles possam fazer ataques melhor coordenados contra Israel.

Os Signatários

A imprensa tem chamado a proposta de "o plano de paz do prisioneiro" porque ele foi delineado por Marwan Barghouti, pelo Xeique Abdel Khaliq al-Natsche, pelo Xeique Bassam al-Saadi, e Abdel Rahim Malouh.. Todos atualmente trancafiados em prisões israelenses. Marwan Barghouti está cumprindo cinco sentenças de prisão perpétua por assassinato mais um adicional de 40 anos por tentativa de assassinato. Barghouti é um dos líderes da Fatah e coordenou ataques terroristas durante as Intifadas palestinas. O Xeique Abdel Khaliq al-Natsche é um antigo líder do Hamas que opera uma rede de instituições de caridade que apóiam atividades terroristas. O Xeique Bassam al-Saadi lidera a Jihad Islâmica palestina em Jenin e Abdel Rahim Malouh foi um líder-chave na Frente Democrática para a Libertação da Palestina. Malouh recrutou membros da FDLP para atacarem civis israelenses e alvos militares. Estes homens, embora sejam terroristas condenados, tem sido descritos pela imprensa como "uma força moderada e influente".

Se a implementação do "plano de paz do prisioneiro" for bem sucedida, o povo palestino irá eventualmente parar de lutar consigo mesmo e unir-se contra Israel. Contudo, até agora, o plano tem dividido mais do que unido. O Hamas é contra e alguns especialistas crêem que a aprovação do plano poderia levar a novas eleições parlamentares. Enquanto isso os territórios palestinos continuam cada vez mais fora de controle.

Para a maioria dos ocidentais é difícil entender porque o conflito palestino tem continuado por tanto tempo ou porque isso tem resultado em tanta violência. O problema fundamental é que a liderança palestina tem resistido ardentemente em fazer qualquer concessão a Israel e tem mantido uma postura de tudo-ou-nada nas negociações de paz. Muito poucos palestinos desejam realmente a paz. As crianças palestinas são ensinadas na escola a odiar Israel. A maioria das nações árabes ainda têm que reconhecer oficialmente o dierito de Israel de existir e muitos grupos muçulmanos, como o Hamas e o Hezbolah, não permitirão a paz a não ser que venha na forma da destruição de Israel.

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